Lehman Brothers: com queda de ativos, credores podem perder US$ 110 bilhões

Diante da forte desvalorização dos títulos e incertezas quanto à extensão das perdas, clima entre investidores é de pessimismo

Giulia Santos Camillo

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SÃO PAULO – Em mais um episódio da falência do Lehman Brothers, o mercado agora calcula o prejuízo que o fato trará para os credores do banco de investimento. Se uma semana antes do pedido de concordata, os títulos eram cotados a US$ 0,95 por dólar, agora esse valor caiu para US$ 0,18 atualmente.

O cenário inspira pessimismo, com o mercado prevendo um final complicado para a questão. As sinalizações são de que as perdas dos credores do banco – entre fundos de pensão e fundos mútuos – podem chegar a US$ 110 bilhões.

O panorama piora quando se têm em vista as dívidas subordinadas do banco, que somam US$ 17 bilhões. Até o fechamento da última segunda-feira (22), os papéis subordinados eram cotados a US$ 0,01 por dólar.

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Última chance

Nem mesmo a aquisição do negócio de banco de investimento da América do Norte pelo Barclays foi capaz de melhorar a situação do Lehman Brothers: o valor dos ativos caiu de US$ 70 bilhões para US$ 47,4 bilhões.

Nesse contexto, apenas uma questão parece poder impulsionar a recuperação dos credores do banco. A esperança desses investidores é que a instituição possa participar do plano de ajuda do governo dos EUA, que visa separar a quantia de US$ 700 bilhões para a compra de ativos podres de instituições financeiras pressionadas pela crise.