Magazine Luiza anuncia conta digital e quer ser “sistema operacional do varejo”

Empresa aposta na criação de um ecossistema para transformar o setor varejista do país

Pablo Santana

(Flávio Santana)
(Flávio Santana)

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SÃO PAULO – O Magazine Luiza (MGLU3) segue com planos de se transformar numa empresa focada na multicanalidade para interconectar o varejo local e transformar o país em omnichannel.

A intenção de ser o “sistema operacional do varejo brasileiro” foi acompanhada do anúncio do lançamento de uma conta digital no super app da empresa durante o Magalu Day, evento para investidores em São Paulo.

“A ambição de digitalizar o Magazine Luiza já foi concluída. O plano para o futuro é continuar eliminando as barreiras entre o digital e o físico, pois temos 6 milhões de varejistas no Brasil e apenas 50 mil vendem online. Queremos usar a nossa experiência para ajudar na transformação do setor”, afirma Frederico Trajano, presidente-executivo da rede.

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Para ajudar a concretizar o desejo, a companhia vai lançar em janeiro, a conta digital Magalu Pay. Em parceria com o Banco do Brasil, o serviço vai oferecer Cash-in, depósitos em lojas do físicas, pagamentos de convênios e boletos (disponível também em QR Code) e da funcionalidade de transferência de dinheiro peer-to-peer. A carteira digital será totalmente integrada ao super app, com objetivo de aumentar a frequência e usabilidade da plataforma.

Segundo Frederico Trajano, a criação da instituição de pagamento (IP) não visa concorrer com os bancos: o intuito é integrar os serviços financeiros ao ecossistema do varejo atendendo às demandas do setor.

“Queremos estar integrados aos bancos sendo uma plataforma, um marketplace de produtos financeiros de outros bancos. Eu não acredito que iremos conseguir escalar esse produto brigando com eles e buscamos a integração para servir nossos clientes”, explica.

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O aplicativo da varejista, responsável por mais de 50% das vendas online da companhia em novembro, possui 12 milhões de usuários ativos mensalmente. Focando no crescimento das vendas, o cartão de crédito também será integrado ao ecossistema.

“As pessoas fazem mais transações financeiras do que compras no e-commerce e é muito importante ter esse serviço dentro da nossa plataforma. Por ela ser integrada, não vamos precisar gastar milhões para convencer o cliente a baixar outro app”, pontou Roberto Bellissimo, vice-presidente financeiro.

O segundo serviço da nova divisão da empresa, a Magalu Pagamentos, é de antecipação de recebíveis, voltado para os sellers – varejistas que utilizam o marketplace da Magazine Luiza. O serviço cobrará uma taxa de juros de até 1,49% por mês, com um prazo médio de 3,5 meses.

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Ainda na linha de relacionamento com os sellers, o Magalu reforçou o compromisso de fornecer serviços de entrega rápida com custo baixo e conversão, através da Malha Luiza e da LogBee, ao marketplace. “Eu não tenho preocupação com modelo de assinatura de mercado porque nós temos uma malha eficiente e estamos subindo a qualidade de entrega no Brasil”, disse Trajano, em referência a serviços como o Amazon Prime e B2W Prime.

Entrega rápida

Visando manter-se relevante, e já com 17 centros de distribuição e mais 1.100 lojas físicas, a rede almeja continuar crescendo exponencialmente consolidando sua estratégia de ampliação de categorias no marketplace e garantindo uma entrega mais rápida.

O “único varejo brasileiro que consegue dar lucro na categoria digital e crescer o dobro da media do mercado”, conforme disse Trajano aos acionistas em sua apresentação, pretende continuar investindo no segmento de vestuário – um mercado que ainda tem muito potencial de penetração.

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A abordagem adotada pela companhia é fazer com que o cliente encontre de tudo dentro da varejista. Para isso, a equipe desenvolveu uma experiência de “mundos” dentro do aplicativo onde traz para os consumidores uma experiência especialista em um ambiente generalista.

“Conseguimos mostrar para os lojistas que o seu produto vai estar em um ambiente muito próximo ao que ele se encontra fisicamente sem fazer com o que o item se misture e dando acesso a mais produtos aos nossos usuários”, pontuou Eduardo Galanternick, diretor de e-commerce.

Outra parceria anunciada é a venda de eletrônicos e acessórios nas lojas da Marisa. Segundo Trajano, o esquema funcionará como um “marketplace reverso” e permitirá a entrada da rede em novos estados, como Rio de Janeiro e Espírito Santo.

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Serão 300 pontos de venda, no formato de quiosque. “É um modelo que a gente gosta para crescer o nosso 1P de eletro-eletrônicos, que é a nossa categoria original”, explica.

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Pablo Santana

Repórter do InfoMoney. Cobre tecnologia, finanças pessoais, carreiras e negócios