Resultado da Vale no 1º tri deve ser forte, com preços ofuscando volumes menores

Temporada de chuvas prejudica embarques da mineradora, que são compensados em parte pelos preços em alta das commodities

Anderson Figo

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SÃO PAULO – A Vale (VALE3, VALE5) divulga nesta quinta-feira (5), após o fechamento do mercado, seu resultado referente ao primeiro trimestre deste ano. Em geral, a perspectiva é de que a mineradora deverá apresentar um balanço novamente forte, mas com volumes sazonalmente menores, que deverão ser compensados pelo melhores preços médios de comercialização, especialmente com a intensa retomada da cotação do minério de ferro – seu principal produto – no mercado externo.

A equipe de análise da Spinelli Corretora, liderada por Kelly Trentin,  espera um ligeiro recuo de volumes para a Vale no primeiro trimestre em decorrência da concentração de chuvas no período e da desaceleração da produção industrial entre o final de 2010 e o início deste ano. “Trabalhamos com volume de vendas de 63,5 milhões de toneladas de minério de ferro e de 13,6 milhões de toneladas de pelotas para a Vale, sendo 85% no mercado externo e 15% no mercado interno”, avaliou a corretora em relatório.

Já os analistas Leonardo Correa e Renato Antunes, do Barclays Capital, avaliam que a mineradora deverá apresentar um volume de minério de ferro de 68,2 milhões de toneladas entre janeiro e março deste ano, com um declínio de 15% frente ao 4T10, “explicado pelo período de chuvas”.

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Preços melhores
Apesar da queda esperada nos volumes do trimestre, a Spinelli ressaltou que isto deverá ser compensado pelos maiores preços praticados pela mineradora no período. “Para o preço médio do minério de ferro, esperamos variação de +8,4% na comparação trimestral e +68,1% na base anual, passando de US$ 138 por tonelada no 4T10 para US$ 150 por tonelada no 1T11. Em relação ao preço de venda realizado no trimestre, estimamos para a Vale US$ 132 por tonelada no 1T11, contra US$ 122 por tonelada no 4T10”, disse a corretora.

Em linha, o banco britânico acredita que os preços realizados devem compensar em parte o menor nível de volume do trimestre. O Barclays estima preços de US$ 129 por tonelada de minério – alta de 6% na variação trimestral. O HSBC também destaca que o resultado da mineradora deve ser impulsionado pelos maiores preços do minério de ferro, bem como pela maior produção da commodity e de metais como cobre e níquel. 

Os metais base, segundo o Citi, devem ajudar a impulsionar o Ebitda (geração operacional de caixa) da mineradora para níveis recordes em dólares. 

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Perspectivas
Tanto a Spinelli quanto o Barclays acreditam que apesar do primeiro trimestre deste ano mostrar números mais fracos para a Vale em relação ao 4T10, o segundo trimestre da companhia deverá ser marcado por ser seu melhor resultado trimestral da história, em função dos preços médios recordes do minério de ferro no período de referência.

“Estamos com visão otimista quanto aos resultados das mineradoras em 2011. (…) No caso da Vale, podemos citar os projetos Apolo, Serra Sul e Simandou, alguns dos quais devem iniciar operações ao final de 2012, quando esperamos o início de uma trajetória descendente nos preços, estabilizando rumo a preços de longo prazo próximos de US$ 100 por tonelada. Além disso, trabalhamos com um cenário de elevados lucros para as mineradoras, cujos retornos esperamos que superem o índice de referência neste ano, razão pela qual seguimos recomendando a compra de Vale”, destacou a Spinelli.

Confira as projeções para o 1T11 da Vale:

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(em R$ milhões)   1T11 E * 1T10  1T11 E x 1T10  4T10  1T11 E x 4T10
Lucro Líquido  8.301  2.879  +188,0%  10.002 -17,0%
Receita Líquida  22.902  13.029  +76,0%  26.493 -14,0%
Ebitda**  14.304  5.385  +166,0% 14.636 -2,0%
Margem Ebitda***  62%  41%  +21 p.p.  55% +7 p.p.

* Estimativas de Spinelli Corretora
** Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização; geração operacional de caixa
*** Relação percentual entre receita líquida e geração operacional de caixa

(Em US$ milhões)    1T11 E*  1T10  1T11 E x 1T10  4T10  1T11E x 4T10
Lucro Líquido  6.048  1.604  +277,1%  5.917 +2,21%
Receita Líquida  15.354  6.604  +132,5% 14.929  +2,85%
Ebitda  9.409  2.855 +229,5%  8.869 +6,09%
Margem Ebitda 61,33%  43%  +18,33 p.p.  59% +2,33 p.p.

* Média das projeções de HSBC, CitiGroup e Barclays

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Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.