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SÃO PAULO – A PagSeguro, credenciadora de cartões do grupo UOL, anunciou nesta sexta-feira (21), a compra da Wirecard Brazil, subsidiaria brasileira da empresa de pagamentos alemã. O negócio ainda precisa ser aprovado pelo Banco Central (BC) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
A Wirecard Brazil havia sido colocada à venda no início de julho, depois que a matriz alemã pediu falência em meio a um escândalo de fraude no balanço que fez seu valor de mercado desabar e um ex-presidente ser preso.
Com a deterioração da reputação, diversos lojistas começaram a pedir antecipação de pagamentos com cartões por meio da companhia, o que pressionou a liquidez da Wirecard.
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A PagSeguro afirma que a compra da Wirecard Brazil pode aumentar o volume total de pagamentos processados pela companhia.
“A combinação dos pontos fortes da PagSeguro (marca, portfólio completo de serviços para maquininhas de cartão e combinação de transações com o PagBank) com os da WireCard Brazil (um dinâmico conjunto de soluções online que são complementares às principais soluções oferecidas pela PagSeguro) vai nos permitir oferecer opções de pagamento mais amplas e contas de pagamento digitais integradas que funcionam em todos os canais para milhões de consumidores”, disse a PagSeguro em comunicado à imprensa sobre a aquisição, sem revelar valores do negócio.
Fraude contábil na Wirecard
As suspeitas sobre a matriz da Wirecard foram levantadas pelo jornal Financial Times, que apontou para irregularidades contábeis na empresa. O escândalo explodiu quando a companhia, após adiar quatro vezes a divulgação de seu balanço, admitiu que 1,9 bilhão de euros haviam desaparecido de seu resultado de 2019.
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Isso levou o então CEO Markus Braun a pedir demissão e, logo em seguida, fez o executivo ser preso por suspeita de falsificação de contas – ele foi solto em seguida após pagar fiança de 5 milhões de euros. O caso levou as ações da Wirecard, até então negociadas em torno de 104 euros, a caírem 98%.
“Há indicações claras de que essa foi uma fraude elaborada e sofisticada envolvendo várias partes do mundo”, afirmou a Ernst & Young (EY), que faz auditoria dos balanços da companhia há mais de 10 anos. A empresa de auditoria recusou-se a aprovar as contas de 2019.