EUA suspendem vistos de chineses para impedi-los de “roubar pesquisas militares sensíveis”

Antes da crise do coronavírus, cerca de 370 mil estudantes chineses frequentavam universidades americanas

Allan Gavioli

Xi Jinping e Donald Trump na China, em 2017 (Foto: Thomas Peter-Pool/Getty Images)
Xi Jinping e Donald Trump na China, em 2017 (Foto: Thomas Peter-Pool/Getty Images)

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SÃO PAULO – O governo dos Estados Unidos cancelou os vistos de mais de mil estudantes e pesquisadores chineses pois, segundo declarações de representantes do estado americano, eles representariam um “risco para a segurança nacional” do país.

Nesta quarta-feira (9), o Departamento de Estado do governo americano disse, por meio de um porta-voz, que estava revogando vistos de “estudantes de pós-graduação de alto risco e pesquisadores” da China para impedi-los de “roubar tecnologia, propriedade intelectual e informações dos Estados Unidos para desenvolver capacidades militares avançadas”.

“Estudantes legítimos da China que não promovem os objetivos de domínio militar do Partido Comunista Chinês são bem-vindos”, acrescentou o porta-voz. A medida, segundo ele, é parte da resposta americana às restrições da China à democracia em Hong Kong.

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Anteriormente, os EUA já haviam fechado o consulado chinês em Houston, no Texas, como forma, também, de “proteger a propriedade intelectual norte-americana e as informações privadas e sensíveis”.

Segundo o chefe interino do Departamento de Segurança Interna dos EUA, Chad Wolf, o cancelamento vale “para certos estudantes de graduação e pesquisadores chineses ligados à estratégia militar da China” e visa “impedi-los de roubar” ou “se apropriar de pesquisas confidenciais”.

A medida, que ocorre em meio à crescente tensão entre os EUA e Pequim, está ligada ao anúncio do presidente Donald Trump, em maio, de que cidadãos chineses com ligações com o exército chinês teriam seus vistos cancelados.

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Segundo informações da agência de notícias Reuters, mais de 60 estudantes matriculados em universidades americanas, incluindo pós-graduados e graduandos, disseram em uma sala de bate-papo do WeChat, aplicativo chinês de mensagens instantâneas, que receberam avisos por e-mail da embaixada dos EUA em Pequim ou de outros consulados dos EUA na China nesta quarta-feira informando que seus vistos haviam sido cancelados.

A China ainda não comentou oficialmente as revogações de vistos, mas disse, ainda em junho, que se opõe às restrições aos estudantes chineses que estudam nos EUA e pediu ao governo Trump que ajudasse a “construir pontes entre os dois países”.

Antes da crise do coronavírus, cerca de 370 mil estudantes chineses frequentavam universidades americanas.

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No ano passado, os estudantes chineses representavam cerca de um terço dos estudantes internacionais nos Estados Unidos e geravam uma contribuição de aproximadamente US$ 41 bilhões para a economia americana, de acordo com uma pesquisa da National Association for Foreign Student Affairs.

Allan Gavioli

Estagiário de finanças do InfoMoney, totalmente apaixonado por tecnologia, inovação e comunicação.