Quando um clube de futebol revela muitos talentos, os amantes dos clichês esportivos (como nós aqui do Stock Pickers) costumam apelidá-lo de “celeiro de craques”. Depois de 66 episódios, percebemos que isso existe também no mundo da gestão de recursos que nós cobrimos.
Imagine uma seleção formada por Absolute, Ace, Adam, Ibiuna e Legacy. Agora imagine que todas elas foram fundadas por pessoas que logo antes de fundá-las, ou em algum outro momento de suas carreiras, passaram pela tesouraria do Santander. Você chamaria esse lugar de celeiro de craques?
Nós sim.
Neste episódio trouxemos dois destes gestores formados na “escolinha” Santander para explicar porque a tesouraria do banco espanhol conseguiu formar tantos talentos.
Risco no DNA
“Quando cheguei ao Santander, em 92, ele ainda era o sexto maior banco da Espanha, mas já tinha uma vocação para tentar desenvolver negócios no mercado de capitais. Tinha essa cultura. E ele foi crescendo acreditando em um processo de convergência entre os juros espanhóis com os da Alemanha”, conta Mario Torós, da Ibiuna, que foi o gestor da área.
“Na época os juros espanhóis negociavam 450 pontos-base acima dos alemães, que era o benchmark. E o banco achou que poderia fazer a mesma coisa na América Latina. Havia no banco um DNA de tomar risco de mercado, apostando que as economias de alguma forma fariam um processo de convergência”, completa.
Isso explica o lado macro. Mas e no lado micro?
Quem responde essa é o Fabiano Rios, da Absolute. “Ainda éramos um banco pequeno, tínhamos muito pouco fluxo de clientes, que é para onde as tesourarias voltam seu foco, principalmente os institucionais”, afirma Rios. “Tínhamos que tomar risco no mercado. Então a seleção de pessoas lá foi de pessoas que sabiam fazer isso, ganhar dinheiro no mercado, não entender e atender clientes”, afirma.
O episódio de hoje é o primeiro de dois da Escolinha Santander. Fique atento, pois outras escolinhas virão. Para ouvir o papo completo, é só clicar no play lá em cima.