SÃO PAULO – Mesmo durante a fase mais aguda da crise do coronavírus, a indústria de gestoras de patrimônio mostrou resiliência e conseguiu crescer.
De janeiro a junho, o volume administrado pelas casas responsáveis por gerir grandes fortunas registrou uma evolução de 7%, e chegou a R$ 223,4 bilhões, ante R$ 208,8 bilhões no fim do ano passado. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira pela Anbima, associação do mercado de capitais.
“Os investidores atendidos pelas casas de gestão de patrimônio têm carteiras bastante diversificadas, o que ajuda a enfrentar momentos de crise, e pode explicar o aumento no volume aplicado por esses clientes”, disse Jan Karsten, diretor da Anbima, em comunicado.
Do volume total sob gestão, 70%, ou R$ 156,3 bilhões, estão alocados no mercado por meio de fundos de investimento, com os 30% restantes, ou R$ 61,2 bilhões, via carteiras administradas.
Ainda segundo os dados da associação, entre as principais classes de ativos, a renda fixa segue predominante, com 39,3% do total, ou aproximadamente R$ 87,8 bilhões, ante 38,2% em dezembro de 2019.
Do volume mantido pelas gestoras de patrimônio na classe, 7,5% estão alocados diretamente em títulos públicos, com a maior parte (3,8%) em títulos pós-fixados; outros 15,5% estão em títulos privados, como CDBs e debêntures; e 12,9%, em cotas de fundos de renda fixa.
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Já as classes de renda variável, bem como a de multimercados, continuaram com cerca de 25% de participação cada uma em relação ao total das reservas, o que equivale a algo como R$ 55 bilhões, sem grande variação nos últimos meses.
Na categoria dos multimercados, o investimento é feito exclusivamente via cotas de fundos. Já na de renda variável, cerca de 15% se dá via fundos, e 10% com o investimento feito direto pela carteira administrada.
Entre os fundos estruturados, a alocação manteve-se estável em julho, nos mesmos 8,6% de dezembro, sendo 4,7% em cotas de fundos de participações (FIP), e 3,9% em cotas de fundos imobiliários (FIIs).
Os fundos dedicados à previdência, por sua vez, encerraram junho com uma fatia de 1,9% do bolo, ou R$ 4,3 bilhões, contra 1,7% em dezembro.
Na distribuição geográfica, a região metropolitana de São Paulo concentra a maior parte da riqueza gerida pelas casas de wealth management, com 58% do total, ou R$ 129,5 bilhões, o mesmo percentual registrado no fim do ano passado.
Na sequência, aparecem Rio de Janeiro, com 16,4%, ou R$ 36,6 bilhões, e os estados da região Sul, com 9,3%, ou R$ 20,7 bilhões.
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