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SÃO PAULO – De 2011 a 2019, o mercado de capitais brasileiro teve, em média, cinco operações de abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) na B3, por ano.
Em 2020, mesmo em meio à pandemia da Covid-19, foram 25 IPOs na Bolsa brasileira, muito por conta dos juros baixos e do aumento significativo do apetite por risco dos investidores locais.
No entanto, para que o financiamento corporativo por meio do mercado de capitais siga pujante em 2021, os grandes bolsos de investidores internacionais, que se mantiveram afastados nos últimos meses, serão fundamentais.
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E para esse movimento acontecer, o país precisa mostrar que tem compromisso com uma agenda fiscal responsável, e oferecer uma perspectiva de médio e longo prazo menos nebulosa do que hoje, afirmou Gilson Finkelsztain, presidente da B3, na abertura do Congresso Brasileiro de Mercado de Capitais nesta segunda-feira.
“Foi ótimo o que vimos esse ano com o protagonismo do investidor local, mas precisamos, sim, do investidor estrangeiro”, afirmou o executivo, com um discurso reforçado por José Eduardo Laloni, vice-presidente da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). “Nenhum mercado de capitais desenvolvido vive só do mercado local.”
A diversificação da base de investidores, com a participação crescente do investidor pessoa física complementada com o capital estrangeiro de longuíssimo prazo, é um dos quatro desafios traçados pela B3 e pela Anbima para o mercado de capitais brasileiro em 2021.
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A atração de pequenas e médias empresas (PMEs) por meio da redução dos custos de uma oferta de renda fixa ou de ações também foi elencada como um dos principais obstáculos a serem enfrentados pelo mercado.
O desenvolvimento do mercado secundário de renda fixa, com maior padronização e precificação das emissões, e o estímulo ao mercado de securitização completam a lista de prioridades da B3 e da Anbima para 2021.
Empresas do setor imobiliário e do agronegócio são costumeiramente as que mais acessam o mercado via securitização das dívidas, que consiste na antecipação do pagamento de um fluxo de caixa futuro.
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Segundo Laloni, da Anbima, discussões com os reguladores têm sido realizadas para viabilizar operações de securitização do segmento educacional.
Investidor pessoa física pede passagem
Permitir o acesso a investimentos mais sofisticados à pessoa física também foi apontado por Laloni como um dos temas prioritários dentro da agenda de contínua atração de investidores ao mercado.
“Precisamos dar mais opções e educação para o investidor”, afirmou o vice-presidente da Anbima. O nível de conhecimento sobre os produtos financeiros e o momento de vida do investidor precisam ser levados em conta ao estabelecer o limite de acesso a determinados produtos com maior risco, disse o executivo.
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Hoje, o patrimônio é o principal ponto levado em consideração pelo órgão regulador ao estabelecer quais fundos podem ser acessados pelo investidor do varejo, com as classificações de qualificado (com ao menos R$ 1 milhão em aplicações financeiras) e profissional (a partir dos R$ 10 milhões).
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