AllianceBernstein: Avanço em vacinas deve levar investidor a questionar resiliência de seu portfólio a mudanças de rumo

Segundo especialista em ações, otimismo com retomada da economia deve aumentar a atratividade de empresas de valor em relação às de crescimento

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – As notícias sobre a chegada de uma ou mais vacinas contra o coronavírus têm impulsionado uma rotação de setores na Bolsa no mês de novembro e levado investidores a questionarem se é hora de trocar os ativos de crescimento para aqueles de valor, mais sensíveis à retomada econômica.

Na avaliação da AllianceBernstein, gestora americana com cerca de US$ 630 bilhões sob gestão, ainda que seja muito cedo para dizer se a tendência veio para ficar, investidores devem avaliar a resiliência da exposição de suas ações no portfólio diante de uma potencial mudança permanente nas alocações.

Em relatório publicado nesta semana, Christopher Hogbin, head de ações da AB, assinala que o noticiário de vacinas pode aumentar a atratividade das empresas mais cíclicas.

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Consequentemente, as “big techs” americanas e as empresas de consumo, que se beneficiaram do isolamento social, podem ficar menos atrativas em um cenário de retomada da economia.

O especialista cita, por exemplo, o desconto de 63% – o maior em 20 anos – do índice “MSCI World Value” (de valor) em relação ao “MSCI World Growth” (de crescimento) ao fim de outubro, considerando métricas como preços sobre vendas, sobre fluxo de caixa e sobre ganhos futuros.

Segundo Hogbin, em um cenário de retomada do PIB, a inflação também tende a subir, pressionando os juros e favorecendo as empresas de valor em detrimento às de crescimento.

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“Depois de uma década de juros extremamente baixos, os investidores devem ter cuidado ao construir uma estratégia com base em uma mudança duradoura nos níveis de taxas de juros”, alerta.

Diversificação é chave

Independentemente da trajetória dos mercados, Hogbin chama atenção para a importância de uma carteira balanceada e diversificada.

Segundo ele, a recente performance dos mercados em novembro deve contribuir para que os investidores façam uma análise de suas alocações em ações, questionando quais riscos suas posições atuais podem vir a enfrentar.

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“Você tem ativos suficientes que devem performar bem em um cenário de recuperação da economia ou alta dos juros? Suas exposições geográficas estão suficientemente diversificadas? Sua exposição em ativos de crescimento é muito concentrada em grandes empresas de alto valor ou as posições estão dispersas em um leque mais amplo de companhias, com diferentes drivers de crescimento?”, questiona.

Segundo Hogbin, as respostas podem variar de acordo com o apetite a risco de cada investidor e seu objetivo financeiro. “Mas quando os ventos mudam drasticamente, como têm mudado este mês, seria descuido por parte do investidor não checar se suas velas estão acertadas para possíveis mudanças no horizonte”, escreve.

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