Com estreia na B3 na próxima 2ª feira, BDR da PagSeguro será o primeiro de uma empresa brasileira com ações no exterior

Segundo diretor financeiro da XP, BDRs da corretora também devem estar disponíveis ainda no primeiro semestre

Lucas Bombana

(Shutterstock)
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SÃO PAULO – A partir da próxima segunda-feira, 1º de fevereiro, o investidor brasileiro poderá comprar na B3 os BDRs Nível I Não Patrocinado da PagSeguro, segundo comunicado divulgado nesta quinta-feira pela Bolsa.

Negociado sob o código “AIRB34”, será o primeiro BDR de uma empresa brasileira que optou por fazer a abertura de capital (IPO) nos Estados Unidos. No caso da PagSeguro, em janeiro de 2018, quando levantou cerca de US$ 2,3 bilhões na bolsa de Nova York (Nyse). Desde então, os papéis da empresa acumulam valorização de aproximadamente 118% em dólares, considerado o fechamento de ontem.

Os BDRs são recibos negociados na B3 correspondentes a ações de empresas listadas originalmente em bolsas internacionais.

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Até meados do ano passado, apenas empresas de capital estrangeiro tinham permissão para ter seus BDRs no mercado brasileiro, o que mudou após a edição da Resolução 3 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que permitiu também a todos os investidores comprar esses instrumentos. Até então, apenas investidores qualificados, aqueles com mais de R$ 1 milhão em aplicações financeiras, tinham acesso aos BDRs diretamente.

Além da PagSeguro, outras empresas que abriram o capital nos Estados Unidos foram Stone, Afya, Arco Educação, Vasta e XP. Mais recentemente a gestora de recursos Pátria também fez o IPO lá fora, na Nasdaq.

Segundo o diretor financeiro da XP Inc., Bruno Constantino, a expectativa é que os BDRs da empresa estejam disponíveis aqui no Brasil ainda no primeiro semestre.

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Além do BDR da PagSeguro, estreia na próxima segunda-feira o da rede de hospedagens Airbnb. A B3 tem hoje cerca de 670 BDRs à disposição, sendo a grande maioria de empresas dos Estados Unidos, que respondem por cerca de 80% do total.

Mercado em expansão

Em 2020, em linha com o movimento de migração dos investidores da renda fixa para a Bolsa, e por conta da mudança na regulação, os BDRs, assim como as ações, também experimentaram expressivo crescimento.

O número de investidores com posição em custódia nos BDRs, que era de 2,9 mil em dezembro de 2019, saltou para 128,9 mil no fim de 2020. O estoque de BDRs nas carteiras, por sua vez, foi de R$ 3,3 bilhões para R$ 14,3 bilhões, no mesmo intervalo.

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Já o volume negociado cresceu de R$ 5,1 bilhões para R$ 28,6 bilhões, com a maior participação no giro do investidor não residente, com 53,4% do total. Depois aparecem os institucionais, com 24,5%, e a pessoa física, com 20,5%.

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