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SÃO PAULO – Poucos dias após ter suas condenações anuladas pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), e recuperar o direito de disputar eleições, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou significativo crescimento em simulação para o pleito de 2022. É o que mostra a rodada de março da pesquisa XP/Ipespe.
Segundo o levantamento, realizado entre os dias 9 e 11 de março, as intenções de voto de Lula saltaram de 17%, em maio de 2020, para atuais 25% em cenário estimulado de primeiro turno (quando o eleitor escolhe seu candidato entre opções apresentadas pelo entrevistador).
Com isso, o líder petista estaria tecnicamente empatado com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que aparece com 27% das intenções de voto, se as eleições ocorressem nesta semana. Os dois têm 15 pontos percentuais de vantagem sobre os demais nomes testados. A margem máxima de erro da pesquisa é de 3,5 pontos para cima ou para baixo.
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O ex-juiz federal Sergio Moro aparece com 10% das intenções de voto na simulação, acompanhado pelo ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT), com 9%, e seguido pelo empresário e apresentador de televisão Luciano Huck, com 6%.
Três possíveis candidatos aparecem empatados no terceiro pelotão: o governador de São Paulo, João Doria (PSDB); o empresário João Amoêdo (Novo); e o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Guilherme Boulos (PSOL). O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM), por sua vez, tem 2%.
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A pesquisa contou com 800 entrevistas telefônicas de abrangência nacional, conduzidas por operadores entre os dias 9 e 11 de março.
O levantamento mostra que o ingresso de Lula na disputa reduz de forma significativa a vantagem de Bolsonaro e diminui a possibilidade de nomes de outros partidos irem ao segundo turno. Em outra simulação, com o ex-prefeito paulista Fernando Haddad como representante petista, Bolsonaro tem “gordura” de 17 pontos percentuais. E Haddad aparece empatado com Moro e Ciro, todos com 11%.
A mudança provocada pela decisão de Fachin sobre a percepção que o eleitor tem da corrida presidencial que ocorrerá daqui a 1 ano e 7 meses se observa de forma mais clara no cenário espontâneo da pesquisa (quando o eleitor aponta seu candidato sem que nomes sejam apresentados pelo entrevistador).
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Neste caso, Lula saltou 12 pontos percentuais em apenas um mês, alcançando a marca de 17%. Já Bolsonaro tem 25% – 4 pontos a mais em relação ao levantamento de fevereiro.
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Como os processos envolvendo o tríplex do Guarujá (SP) e o sítio em Atibaia (SP) devem ser remetidos à Justiça Federal do Distrito Federal e retroceder à fase de instrução, Lula não está mais enquadrado na Lei da Ficha Limpa, que impede que condenados por decisão colegiada sejam eleitos, e desponta como um dos possíveis nomes para a próxima corrida presidencial.
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Vale destacar que a decisão de Fachin não inocentou Lula. Trata-se de avaliação de caráter processual, o que significa que, embora o ministro tenha anulado as decisões proferidas por juízes de primeira e segunda instâncias, ele não tratou do mérito dos casos. Para o magistrado, a 13ª Vara Federal de Curitiba não era o foro adequado para julgar os processos, já que “não envolviam diretamente apenas a Petrobras, mas, ainda outros órgãos da Administração Pública”.
Bolsonaro e Lula também aparecem tecnicamente empatados na simulação de segundo turno, quadro que se repete desde dezembro de 2019. Agora, o atual presidente tem 41% das intenções de voto – 1 ponto percentual a mais que o líder petista. Outros 19% disseram que votariam em branco, anulariam o voto ou não responderam ao questionamento.
A pesquisa XP/Ipespe fez outras sete simulações de segundo turno. Bolsonaro aparece à frente de Fernando Haddad (40% a 36%), de Luciano Huck (37% a 32%), de Ciro Gomes (39% a 37%), de Guilherme Boulos (40% a 30%) e de João Doria (39% a 29%) – mas numericamente atrás de Sergio Moro (31% a 34%), que também derrotaria Haddad (40% a 30%).
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Quando questionados sobre o próximo presidente, 52% dizem preferir votar em um candidato que “mude totalmente a forma como o Brasil está sendo administrado”. Outros 29% dizem preferir alguém que “mude um pouco”, 15% “que dê continuidade à forma atual”.
Para a maioria dos eleitores ouvidos (35%), a característica mais importante do próximo presidente será a honestidade. Na sequência, aparecem a preocupação com os mais pobres (17%), a competência (16%) e o conhecimento dos problemas do país (12%). A representação de renovação política, por outro lado, foi apontada por apenas 1%.
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