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SÃO PAULO – O noticiário corporativo é movimentado nesta sexta-feira, com a repercussão sobre a revisão tarifária da Sabesp, decreto formalizando a inclusão da Eletrobras em programa de desestatização, prévias operacionais de Azul, Even e Aura Minerals, a precificação das ações da Allied, entre outros destaques. Confira no que ficar de olho.
Sabesp (SBSP3)
A Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp) divulgou nota da revisão tarifária final da Sabesp em 2021, aprovando um aumento tarifário de 7,6% para segmento residencial (em linha com a estimativas do Credit Suisse) e propondo também uma mudança na estrutura tarifária a partir de 2022. Portanto, melhor do que a proposta enviada em fevereiro, na visão do Credit Suisse.
A revisão, apontam os analistas do Credit, implicou em uma base de ativos regulatórios (RAB) superior ao esperado, de R$ 55,8 bilhões para o início de 2021, incluindo: (i) R$ 3,2 bilhões de investimentos não incluídos inicialmente em revisões tarifárias anteriores; (ii) estimativas para Santo André e Mauá (que não estavam no proposta), mas que foram compensados por (iii) maior taxa de depreciação de 3,3% (2,5% anteriormente); e (iv) estimativas iniciais inferiores de RAB (R$ 50,4 bilhões versus R$ 51,9 bilhões anteriormente). Custos totais chegam a R $ 7,77 bilhões (em linha com a proposta, mas 8% abaixo das estimativas do banco.
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Os volumes indicam uma taxa de crescimento media de 2,2% em comparação com a estimativa do banco de crescimento de 2,1% para 2021. Além disso, o regulador tem como meta um intervalo de receita exigida de 2021-2024 que deve reduzir os riscos de implementação das tarifas.
A nova estrutura tarifária inclui componentes fixos e variáveis, tabelas de tarifas iguais para diferentes regiões onde
a Sabesp presta serviços, incentivos para tratamento (tarifa de tratamento de esgoto) e reajustes tarifários reais de 2022 a 2024.
“Foi um bom resultado, com o RAB final da revisão tarifária melhor do que nossas estimativas, apesar de várias mudanças (uma avaliação inicial inferior, mas corrigindo as baixas de ciclos anteriores e incluindo novos municípios na revisão do ciclo. O aumento tarifário para 2021 está em linha com as estimativas, mas a nova estrutura tarifária implica maior Ebitda no final do ciclo (2024) se totalmente implementado. Nós mantemos nossa recomendação outperform”, apontam os analistas do Credit, que possuem preço-alvo de R$ 60,90 para os ativos e esperam reação positiva aos resultados da revisão.
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Eletrobras (ELET3; ELET6)
A Eletrobras informou nesta sexta-feira que foi editado o decreto 10.670/2021 que dispõe sobre a qualificação da companhia no âmbito do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) e a sua inclusão no Programa Nacional de Desestatização (PND). Com isso, poderão ser iniciados estudos necessários à estruturação do processo de capitalização da companhia.
Em meados do mês passado, o governo havia informado a Eletrobras sobre sua inclusão no PND.
O decreto foi publicado em momento em que a escalada nas tarifas de energia impacta debate no Congresso Nacional sobre privatização da Eletrobras.
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Azul (AZUL4)
A companhia área Azul divulgou os resultados preliminares do tráfego de março, quando houve uma melhora na comparação com igual mês de 2020. Já os dados do primeiro trimestre mostram uma queda.
Em março, o tráfego de passageiros doméstico medido pelo RPK (indicador que mede passageiros por quilômetro transportados) aumentou 11,2% na comparação com março de 2020. Já o ASK, que mede a oferta em assentos por quilômetro, subiu 15,4% no mesmo período, e a taxa de ocupação ficou em 71,7% – ante 74,4% em março de 2020.
No trimestre, o RPK caiu 7,3% na comparação com os três primeiros meses de 2020 e o ASK recuou 2,4%. A taxa de ocupação caiu 4,1 pontos percentuais, para 76,8%.
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Segundo comunicado da companhia, a capacidade da empresa foi ajustada em março devido à segunda onda da Covid-19.
“Embora a demanda tenha sido impactada pelas medidas de quarentena implementadas em todo o país, a força e a conectividade de nossa malha, em conjunto com a flexibilidade da nossa frota, resultaram em um crescimento de 11% da demanda doméstica em comparação com março de 2020”, disse, em nota, John Rodgerson, CEO da Azul, reforçando que os próximos meses serão desafiadores.
Os recuos são mais intensos quando se olha o tráfego internacional, já que ainda há uma série de restrições para as viagens internacionais.
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O RPK e o ASK de março caíram, respectivamente, 89,3% e 87%. A taxa de ocupação ficou em 57,3%, ante 69,8% em março de 2020. No trimestre, as quedas foram de 90,4% (RPK) e 88,3% (ASK). A taxa de ocupação passou de 81,2% no primeiro trimestre de 2020 para 66,4% no primeiro trimestre de 2021.
Kepler Weber (KEPL3)
A empresa especializada em armazenagem de produtos agrícolas Kepler Weber irá realizar em 16 de abril o pagamento de R$ 25,4 milhões em dividendos.
Desse total, R$ 9,2 milhões são referentes a dividendos mínimos obrigatórios referente ao exercício encerrado em 31 de dezembro de 2020. O montante equivale a R$ 0,3483180 por ação ordinária.
Já a parcela de R$ 16,2 milhões (R$ 0,61710248 por ação ordinária) será pago a título de dividendo adicional, conforme Assembleia Geral Ordinária (AGO) do dia 30 de março de 2021.
As ações estão sendo negociadas “ex-dividendos” desde o dia 31 de março.
SLC (SLCE3)
A SLC Agrícola comunicou que arrendou da Agrícola Xingu S.A. uma área de 39.034 hectares para a exploração do plantio de grãos e algodão. Essa área está localizada entre os municípios de Correntina (BA) e Unaí (MG). O valor do arrendamento não foi informado.
As áreas arrendadas seguem a estratégia de expansão da companhia em terras maduras, com alto potencial produtivo e atendendo aos requisitos de adequação ambiental”, segundo fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na noite desta quinta-feira.
O prazo do arrendamento é de 15 anos para a área localizada na Bahia e de dez anos para a propriedade em Minas Gerais.
Localiza (RENT3)
A empresa de locação de automóveis e gestão de frotas Localiza comunicou a conclusão da oferta de emissão de R$ 1,2 bilhão em debêntures simples e não conversíveis em ações. Os papéis vencem em 15 de março de 2031.
Ao todo são 1,2 milhão de debêntures com valor de face de R$ 1 mil. Os fundos de investimentos foram os maiores compradores, respondendo por 62,6% da oferta. As pessoas físicas ficaram com 18,2%.
Neoenergia (NEOE3)
A Companhia de Energética de Pernambuco (Celpe), controlada pelo Grupo Neoenergia, infomrou que irá realizar o pagamento de R$ 109,5 milhões em dividendos referente ao exercício de 2020.
O valor equivale a R$ 1,4656306654 por ação ordinária, R$ 1,4656306654 por preferencial classe A e R$ 1,6121937319 por preferencial classe B.
O pagamento será realizado até 31 de dezembro de 2021, sem atualização monetária, com base na posição acionária de 8 de abril. A partir de 9 de abril, as ações serão negociadas sem esse direito.
Já a Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba), também do Grupo Neoenergia, aprovou o pagamento de dividendos no valor de R$ 23,1 milhões). O pagamento irá ocorrer até o dia 31 de dezembro, sem atualização monetária.
Esse montante equivale a R$ 0,0854355202 por ação ordinária, R$ 0,0854355202 por ação preferencial classe A e R$ 0,0939790722 por preferencial da classe B, segundo definido em Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária (AGO e AGE).
O pagamento será feito com base na posição acionária do dia 8 de abril.
Banco do Brasil (BBAS3)
O Banco do Brasil reiterou no final da quinta-feira que avalia constantemente suas participações no segmento de meios de pagamento e que a abertura de capital da Elo continua em estudo ainda não conclusivo.
Na véspera, a Reuters noticiou que a bandeira de cartões, que tem como acionistas Bradesco (BBDC4), Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, escolheu seis bancos para coordenar uma oferta inicial de ações, segundo quatro fontes familiarizadas com o assunto.
A Elo escolheu Morgan Stanley, Goldman Sachs e JPMorgan como os principais coordenadores do IPO, além das unidades de banco de investimentos de seus próprios sócios. “O BB avalia constantemente suas participações no segmento de meios de pagamento, visando identificar oportunidades e alternativas que contribuam com sua estratégia corporativa e que agreguem valor aos seus acionistas”, afirmou o banco.
CCR (CCRO3)
A empresa de concessões na área de transportes CCR irá realizar no dia 30 de abril o pagamento de dividendos obrigatórios e adicionais no valor total de R$ 181,5 milhões (R$ 0,08984205744 por ação ordinária).
Para esse pagamento, será utilizada a base acionária do dia 8 de abril. Portanto, a partir do dia 9, as ações serão negociadas “ex dividendos”.
EVEN (EVEN3)
A construtora Even divulgou os dados operacionais do primeiro trimestre do ano, em que realizou o lançamento de sete empreendimentos imobiliários, sendo três em São Paulo e quatro no Rio Grande do Sul.
Esses empreendimentos somam um valor geral de vendas (VGV) de R$ 902,6 milhões, sendo que a parte que cabe à Even é de R$ 715,6 milhões. O VGV é o valor potencial de venda de todas as unidades de um empreendimento.
Já as vendas líquidas da Even medidas pelo VSO (venda sobre oferta, que é o indicador que analisa a oferta de unidades em relação ao que foi comercializado) totalizaram R$ 587 milhões, sendo que R$ 412 milhões foram de lançamento e R$ 175 milhões de unidades em estoque.
Já os distratos, quando o comprador desiste da aquisição somaram 8,6% das vendas brutas no primeiro trimestre, ante os 21,8% registrados nos primeiros três meses de 2020.
Aura Minerals (AURA33)
A Aura Minerals, que opera minas de ouro, prata e cobre em Honduras, Brasil e México, anunciou sua prévia operacional referente ao primeiro trimestre do ano.
Nesse período, a companhia atingiu a produção de 66.782 onças equivalentes de ouro (GEO), uma alta de 68% na comparação com os primeiros três meses de 2020. Esse montante é o segundo maior já registrado pela companhia em um único trimestre – o maior são os 68.964 GEO reportados no quarto trimestre.
Em nota, a companhia informou ainda que a mina de Aranzazu, localizada no México, com produção de 100 mil toneladas em março, já está próxima da capacidade total. Além disso, espera que a produção atinja níveis mais elevados em outra mina, a de Ernesto, no estado do Mato Grosso. Isso deve ocorrer nos terceiro e quarto trimestres.
O Credit Suisse avalia que os números foram um pouco abaixo das projeções do banco, mas sinalizam que a empresa está caminhando na direção certa e que deve conseguir entregar o guidance de 250 mil a 290 mil GEO em 2021, uma vez que produção anualizada está em torno de 267 mil GEO.
O próximo ponto de alta da produção parece ser o avanço em Gold Road, finalização da expansão de Aranzazu, além de Ernesto/Pau-a-Pique no segundo semestre. Os analistas seguem com recomendação outperform para os BDRs, vendo o papel como um case de crescimento e dividendo, com um valuation atrativo.
Petrobras (PETR3; PETR4)
A Petrobras informou que acionistas que possuem, em conjunto, mais de 5% de ações ordinárias da companhia solicitaram a adoção do sistema de voto múltiplo na eleição de oito membros ao Conselho de Administração. Esse pleito irá ocorrer no dia 12 de abril em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) em ambiente digital.
No mesmo comunicado, a estatal informou que o boletim de voto à distância (BVD) divulgado aos acionistas para a AGE já contempla a hipótese de adoção do processo do voto múltiplo e os BVDs devidamente preenchidos e enviados através dos canais disponíveis terão seus votos computados na eleição para o conselho.
Hypera (HYPE3)
A Hypera estima lucro líquido das operações continuadas ao redor de R$ 1,55 bilhão em 2021, de acordo com projeções da empresa farmacêutica divulgadas nesta sexta-feira à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Para o Ebitda ajustado das operações continuadas, a projeção da companhia é de R$ 2 bilhões neste ano, quando a receita é calculada em R$ 5,9 bilhões.
Vivo (VIVT3)
A Telefônica Brasil, que opera no país sob a marca Vivo, informou nesta quinta-feira que fechou acordo vinculante com a CDF, marketplace de assistência residencial e tecnológica.
Em comunicado, a operadora de telecomunicações afirma que a extensão da parceria com a CDF a permite ampliar a oferta de suporte tecnológico residencial, incluindo configuração de rede wifi e instalação e configuração de dispositivos inteligentes.
Pelo acertado, a Vivo terá o direito de comprar uma fatia minoritária da CDF, dependendo do atingimento de algumas metas. A operação está em negociação por até 120 dias. A CDF pediu no mês passado registro para realizar sua oferta inicial de ações (IPO).
Allied (ALLD3)
Depois de adiar a precificação da oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) e reduzir o volume da operação, a Allied precificou as suas ações no IPO, que chegarão à Bolsa a R$ 18 cada. Com as 10 milhões de ações primárias e 476,20 mil papéis secundários, a oferta movimenta R$ 188,57 milhões.
As ações estrearão na Bolsa no dia 12 de abril.
(com Reuters e Estadão Conteúdo)
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