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SÃO PAULO – O noticiário corporativo é movimentado nesta segunda-feira, com a estreia das ações da Allied, a Petrobras promovendo assembleia para eleição de membros do conselho, a repercussão do pedido de recuperação judicial da Samarco (joint venture entre Vale e BHP), as novas aquisições da Rede D’Or e do Fleury, entre outros destaques. Confira no que ficar de olho:
Oi (OIBR3; OIBR4)
A Oi comunicou nesta segunda-feira (12) que aceitou a proposta vinculante revisada apresentada pelo Grupo BTG para a aquisição parcial da InfraCo, divisão especializada em fibra óptica da operadora de telecomunicações em recuperação judicial.
A proposta vinculante prevê em 31 de dezembro deste ano o valor de firma (EV) da InfraCo de R$ 20,02 bilhões, considerando uma dívida líquida de R$ 4,107 bilhões, integralmente devida à Oi e a ser repaga em até 90 dias do fechamento da operação.
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O valor da operação totaliza R$ 12,923 bilhões, o qual, segundo a Oi, estará sujeito a mecanismos de ajuste com base em determinadas métricas de desempenho da InfraCo.
A proposta vinculante – assinada pela Oi com Globenet Cabos Submarinos S.A., BTG Pactual Economia Real Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia e outros fundos de investimento do Grupo BTG – contempla ainda a celebração entre a InfraCo e a Oi e/ou suas afiliadas de contratos de provimento de capacidade e outros contratos operacionais, bem como de acordo de acionistas da InfraCo, entre os proponentes e a Oi.
Os proponentes terão direito de, a seu exclusivo critério, cobrir a oferta de maior valor que seja eventualmente apresentada no referido processo competitivo de alienação parcial da InfraCo (‘right to top’).
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Hapvida (HAPV3)
O Conselho de Administração da Hapvida aprovou na noite de domingo (11) a realização de oferta pública de distribuição primária e secundária, com lote de 133,3 milhões de ações ordinárias e a possibilidade de um lote adicional de 46,6 milhões de ações.
O preço por ação será fixado após a conclusão do procedimento de coleta de intenções de investimento, com base na cotação de fechamento das ações ordinárias da Hapvida na B3 na última sexta, aos R$ 14,87, com possível valor indicativo de R$ 1,98 bilhão para a oferta do lote inicial e R$ 2,67 bilhões se considerado o lote adicional.
Allied (ALLD3)
A ação da Allied estreia na B3 na sessão desta segunda-feira, com o preço sendo definido a R$ 18 por ação. A companhia aprovou ainda aumento de capital de R$ 180 milhões. O aumento de capital será mediante a emissão, no âmbito da oferta pública inicial com esforços restritos de distribuição primária e secundária de 10.476.204 ações ordinárias.
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A Allied foi fundada em 2001 e é uma distribuidora varejista de produtos eletrônicos, de marcas como LG, Samsung e Apple. Os bancos contratados para comandar o IPO foram BTG Pactual, Bradesco BBI e Itaú BBA.
Os recursos do IPO serão destinados para investimentos em tecnologia, serviços financeiros, com a expansão da Soudi Pagamentos (sociedade controlada da empresa) e compras de novos negócios e lojas.
Petrobras (PETR3 ; PETR4)
Dois dos 11 nomes indicados para compor o Conselho de Administração da Petrobras foram considerados inaptos a assumir o cargo por terem atuado em empresas com relação direta com a Petrobras nos últimos três anos. A avaliação é do Comitê de Pessoas da estatal, formado por membros do atual colegiado da empresa e por especialistas independentes.
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Se eleitos, os dois candidatos apenas vão assumir o assento com o aval dos acionistas, que se reúnem em assembleia nesta segunda-feira.
Márcio Andrade Weber teve o nome negado por ter sido diretor da Petroserv até agosto do ano passado. A empresa é uma fornecedora e operadora de sondas da Petrobras. Ele foi indicado pela União, controladora da companhia.
A ata da reunião do Comitê de Pessoas da última quinta-feira, 8, revela que o executivo teria argumentado que não prestou serviço diretamente à estatal. Mas a justificativa não convenceu os avaliadores do seu currículo, que recorreram à Lei das Sociedades Anônimas para respaldar a decisão de considerá-lo inelegível ao cargo.
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Segundo a legislação, “são impedidas aquelas que ocupem cargos em sociedades que possam ser consideradas concorrentes no mercado ou que tiverem interesse conflitante”.
O mesmo argumento foi usado pelo comitê de avaliação para negar a indicação de Pedro Rodrigues Galvão de Medeiros por acionistas minoritários. Ele foi diretor do Citibank até dezembro do ano passado. O banco foi responsável pela abertura de capital da BR Distribuidora pela Petrobras.
Além de negar os dois nomes, o comitê interno da estatal fez uma série de ressalvas aos demais candidatos. Os únicos a passar completamente no crivo dos avaliadores foram o atual presidente do Conselho de Administração da empresa, Eduardo Bacellar Leal Ferreira, Cynthia Santana Silveira, Murilo Marroquim e Leonardo Antonelli, que hoje tem um assento de representante dos minoritários no colegiado e poderá se candidatar à reeleição.
Os demais – Sonia Villalobos, Ana Silvia Matte, Ruy Flaks Schneider (atual membro do conselho), Marcelo Gasparino e José João Abdalla Filho – tiveram os nomes aprovados com ressalvas. Alguns deles estão ou estiveram, recentemente, ligados a empresas que podem ter conflito de interesse com a Petrobras. Outros são citados em processos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A renovação do Conselho de Administração da Petrobras acontecerá nesta segunda-feira, na Assembleia Geral Extraordinária (AGE) de acionistas. O atual colegiado será desfeito por determinação legal, que define que todos os conselheiros eleitos em voto múltiplo devem sair se um deles deixar o cargo. Isso acontecerá porque o presidente da empresa e membro do colegiado, Roberto Castello Branco, teve o mandato encerrado. O executivo será substituído pelo general Joaquim Silva e Luna, após ser alvo de sucessivas críticas do presidente da República, Jair Bolsonaro.
A Petrobras ainda informou na sexta que seu Conselho de Administração aprovou na sexta a assinatura de acordo com a União, que estabelece as participações em cada contrato e o valor de compensação à estatal no caso de licitação dos volumes excedentes da Cessão Onerosa nos campos de Sépia e Atapu. O Contrato de Cessão Onerosa, celebrado em 2010, entre a Petrobras e a União, incluiu o exercício de atividades de exploração e produção nas áreas de Sépia e Atapu, em volume de produção limitado a 500 milhões de barris de óleo equivalente (boe) em Sépia e 550 milhões de boe em Atapu.
“Em 2019, diante da ausência de ofertas na licitação em regime de partilha dos volumes excedentes ao contrato de cessão onerosa das áreas de Sépia e Atapu, a Petrobras e a Pré-sal Petróleo S.A. (PPSA), qualificada como representante pela União, negociaram condições mais competitivas à concretização de nova licitação das áreas, em benefício de ambas as partes”, afirmou a companhia.
Vale (VALE3)
A Vale informou em comunicado que a Samarco Mineração ajuizou pedido de recuperação judicial perante comarca de Belo Horizonte para evitar que ações iniciadas por credores afetem a capacidade da empresa de manter suas atividades. A Samarco é uma joint venture entre a Vale e a BHP.
Se a reestruturação for aceita pela Corte, a maior parte das ações de credores contra a Samarco no Brasil seria suspensa por 180 dias, que podem ser estendidos por um período equivalente, e a Samarco teria até 60 dias para apresentar um plano de restruturação. Segundo a Vale, a meta da Samarco é reestruturar suas dívidas e evitar ações em curso que poderiam impactar negativamente suas operações e obrigações socioambientais. A Samarco deve ingressar com um pedido de proteção nos Estados Unidos com base no capítulo 117 da lei de falências americana.
Na avaliação do Morgan Stanley, não há implicações materiais para a Vale. O banco afirma que a Vale e a BHP sempre tiveram uma responsabilidade legal e moral de apoiar a Fundação Renova e ajudar a Samarco a pagar pela reparação e pela compensação ligados à ruptura da barragem de Fundão. Além disso, apesar de o custo da dívida potencialmente subir com o pedido da Samarco, a Vale é suficientemente grande e relevante para se refinanciar. O banco diz que acredita que os títulos da Samarco não são garantidos pelos parceiros de capital da joint venture.
O Morgan Stanley mantém avaliação overweight (expectativa de valorização dentro da média do mercado) para a Vale, com preço-alvo de US$ 21, frente aos US$ 18,22 negociados na Bolsa de Nova York.
O Credit Suisse também avalia que o impacto da notícia da Samarco sobre a Vale é “imaterial”. Na avaliação do banco, nem a BHP nem a Vale são garantidores da dívida de US$ 4,7 bilhões da Samarco, que torna um cenário de injeção de capital das empresas sobre a Samarco, ou uma transferência de obrigações para as empresas, improváveis.
Segundo o banco, a tentativa de fazer com que a Samarco entre em recuperação judicial busca garantir continuidade operacional à empresa, já que ações legais de credores incluem pedidos para congelar as contas bancárias até que se chegue a uma renegociação da dívida. Se as ações legais tiverem sucesso, poderiam impactar a capacidade da empresa de continuar a operar. E que as provisões relativas à Fundação Renova já refletem o valor toral que a Vale acredita que será necessário para cobrir custos de reparação ligados à ruptura da barragem de Fundão. Sendo assim, o banco não vê motivos para realizar revisões positivas relativas a provisões.
O Credit Suisse manteve a avaliação de outperform para a Vale, por avaliar que seus papéis estariam excessivamente descontados em relação a empresas australianas, e que há boas perspectivas de ganhos no futuro. O banco espera um rendimento sobe o fluxo livre de caixa de 20% em 2021, e rendimentos de ao menos 9% em dividendos em 2021, presumindo um preço do minério de ferro em US$ 150 por tonelada.
O banco mantém avaliação em outperform, e preço-alvo de US$ 25, frente aos US$ 18,22 negociados na sexta pelos papéis VALE na Bolsa de Nova York.
Nesta segunda, também ocorre precificação de oferta de debêntures participativas da Vale que pertencem à União e ao BNDES.
Rede D’Or (RDOR3)
A Rede D’Or anunciou a assinatura de um memorando de entendimentos vinculante para a aquisição de 51% do Hospital Nossa Senhora das Neves, marcando sua entrada no mercado de João Pessoa-PB (Estado com 423 mil beneficiários de saúde). “Esta é a segunda aquisição em menos de 7 dias e novamente com múltiplos atrativos e espaço para expansão e crescimento orgânico. Em nossa opinião, a notícia é positiva, pois confirma um dos pilares da nossa tese de investimento para a empresa – o crescimento inorgânico. Reiteramos nossa recomendação de compra e preço alvo de R$ 85 por ação”, destaca a equipe de análise da XP.
Fleury (FLRY3)
O grupo de medicina diagnóstica Fleury anunciou na sexta a compra de participação majoritária na empresa de clínicas ortopédicas Vita. A companhia acertou acordo para adquirir participação de 66,7% na Vita Ortopedia Serviços Médicos Especializados e da Vita Clínicas Medicina Especializada por R$ 136,8 milhões. Segundo a companhia, a “Vita é referência em consultas e cirurgias ortopédicas assim como sessões de reabilitação, com corpo clínico composto por mais de 40 médicos e 80 terapeutas”.
Hypera (HYPE3)
O grupo farmacêutico Hypera, por sua vez, anunciou que acertou a venda de seu centro de distribuição em Goiânia para o fundo de investimento em logística Newport por R$ 231,46 milhões. Segundo a Hypera, o centro era dedicado à antiga operação de produtos de consumo da companhia e estava alugado a terceiros.
Burger King (BKBR3)
O CFO do Burger King Clayton Malheiros pediu demissão e deixa o grupo em 8 de Maio. Gabriel Guimarães, executivo de carreira do grupo foi escolhido como interino.
De acordo com o Credit Suisse, a notícia, apesar de inesperada, tem impacto neutro para a companhia. Guimaraes, atualmente Diretor financeiro e de relações com investidores, começou em 2014 e tomará o cargo de CFO por período indefinido. A companhia reiterou continuidade da estratégia com foco em crescimento e no digital.
(com Reuters e Estadão Conteúdo)
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