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KYIV/VILNIUS – Líderes europeus ameaçaram nesta segunda-feira limitar o tráfego aéreo internacional de Belarus e possivelmente também o transporte terrestre do país, depois que um avião da Ryanair foi forçado a pousar em um incidente denunciado por países ocidentais como “pirataria estatal”.
No domingo, um avião de guerra bielorrusso interceptou um voo da Ryanair entre Grécia e Lituânia e o forçou a pousar em Minsk, onde um jornalista dissidente foi preso.
As autoridades de Belarus prenderam Roman Protasevich, passageiro de 26 anos cujo feed de redes sociais no exílio é um dos poucos canais independentes ainda restantes de notícias sobre o país desde a repressão em massa da dissidência no ano passado.
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A ação tem poucos precedentes, e as repreensões foram verbalizadas nos termos mais fortes.
“Isto foi de fato pirataria aérea patrocinada pelo Estado”, disse o ministro das Relações Exteriores da Irlanda, Simon Coveney.
A Presidência francesa disse que foi enviado um pedido à Organização da Aviação Civil Internacional (Icao) para suspender os voos internacionais sobre o espaço aéreo bielorrusso. Banir a companhia aérea estatal bielorrussa Belavia de aeroportos europeus também estava sendo discutido, assim como as ligações de transporte terrestre do país.
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Ainda assim, as opções de retaliação ocidental parecem limitadas. A Icao, com sede em Montreal, não tem poder de regulamentar, e a UE não tem autoridade sobre voos que decolam e pousam de Belarus ou sobrevoam seu espaço aéreo, exceto voos diretos que se originam ou pousam na Europa.
A mídia estatal disse que a decisão de intervir foi ordenada pessoalmente pelo presidente Alexander Lukashenko. A chanceler sueca, Ann Linde, reagiu: “É perigoso, irresponsável e, naturalmente, a UE agirá”.
O chefe do Comitê das Relações Exteriores do Parlamento britânico, Tom Tugendhat, observando que o voo era entre dois membros da UE e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), disse: “Se não é um ato de guerra, certamente é como um ato de guerra”.
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Belarus diz que reagia a uma ameaça de bomba no voo que acabou se mostrando falsa, acrescentando nesta segunda-feira que seus controladores de voo deram orientações ao avião, mas não ordenaram que pousasse.
A Rússia acusou o Ocidente de hipocrisia, observando um precedente: em 2013, um voo de Moscou que transportava o então presidente boliviano Evo Morales foi desviado para a Áustria depois de relatos de que o delator de inteligência norte-americano fugitivo Edward Snowden podia estar a bordo.
O tema deve dominar uma cúpula de líderes da UE, mas as opções para uma reação eficaz podem ser limitadas. No ano passado, o bloco e os Estados Unidos já impuseram várias rodadas de sanções financeiras contra Minsk que não afetaram o comportamento de seu líder de longa data Lukashenko, aliado próximo da Rússia que resistiu a manifestações em massa contra seu governo após uma eleição contestada.
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No mínimo, o incidente transtornará os padrões de trafego aéreo na Europa — a linha aérea letã airBaltic se tornou nesta segunda-feira a primeira a anunciar que não sobrevoará mais o espaço aéreo bielorrusso.
O chefe da Ryanair, Michael O’Leary, que se referiu ao incidente como um sequestro com patrocínio estatal, disse acreditar que agentes de segurança estavam no voo e desembarcaram em Minsk, o que significaria que a operação foi coordenada com espiões atuando na Grécia.
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