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SÃO PAULO – Em esclarecimento ao mercado na manhã desta quinta-feira (10) após notícia da Bloomberg, a Embraer (EMBR3) confirmou que está em negociações para a fusão da Eve Urban Air Mobility, sua unidade de veículos elétricos de pouso e decolagem vertical, com a Zanite Acquisition. Às 10h46 (horário de Brasília), após mais de 40 minutos em leilão, os ativos EMBR3 abriram em alta de 11,73%, a R$ 19,30, fechando em alta de 15,61%, a R$ 20.
“As negociações com a Zanite estão em curso. A companhia não pode prever se a Eve chegará a um acordo definitivo ou quais serão os seus termos”, destacou a fabricante brasileira de aeronaves. A empresa informou que manterá o mercado informado de quaisquer desdobramentos relevantes no âmbito de tais negociações, na medida imposta pela legislação e regulamentação do mercado de capitais.
Empresas estão recorrendo a um arranjo em que são adquiridas por “SPAC” já listadas para acelerarem sua ida ao mercado de capitais dos Estados Unidos. A empresa de aquisição de propósito específico, ou SPAC na sigla em inglês, busca levantar novo capital para financiar a transação, disseram as pessoas à agência Bloomberg, que não quiseram ser identificadas. O acordo deve avaliar a empresa combinada em cerca de US$ 2 bilhões, segundo elas.
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Os termos do acordo podem mudar e, como ocorre em todas as transações que não foram finalizadas, as negociações podem não ir em frente.
Na avaliação do Bradesco BBI, esta é uma notícia positiva para a Embraer, já que a fabricante brasileira de aeronaves tem um valor de mercado de US$ 2,5 bilhões e apenas a Eve Urban Air Mobility sozinha poderia atingir um valor de mercado de US $ 2 bilhões. Desde o início de 2021, já ocorreram três negociações semelhantes de fusões e aquisições: 1) Joby com a Reinvent Technology, 2) Archer com a Atlas Crest Investment Corp e 3) Lilium anunciou um acordo com a Qell Acqusition Corp.
A Zanite é liderada pelos codiretores-presidentes Kenn Ricci, coproprietário da Directional Aviation Capital, que controla a operadora de voos privados Flexjet, e Steve Rosen, cofundador da empresa de private equity Resilience Capital Partners. A SPAC com sede em Cleveland, Ohio, captou US$ 230 milhões em uma oferta pública inicial em novembro.
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Saiba mais: por que a possível fusão de unidade de carros voadores com a Zanite fez a ação EMBR3 disparar
Ricci, fundador de várias empresas de jatos privados, comprou a Flexjet da Bombardier em 2013. A empresa vende participações parciais em sua frota de jatos executivos, permitindo aos membros voos privados sem a necessidade de compra imediata de aviões. A Flexjet é rival da NetJets, controlada pela Berkshire Hathaway.
A Eve Urban Air Mobility fabrica veículos elétricos de pouso e decolagem vertical, ou eVTOLs na sigla em inglês, os chamados táxis voadores. Liderada pelo CEO André Stein, esta semana a empresa fechou uma parceria com a Helisul Aviation, operadora brasileira de helicópteros, que envolve um pedido de até 50 eVTOLs com entregas previstas a partir de 2026.
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“Soluções disruptivas de mobilidade aérea urbana podem trazer o mesmo tipo de benefícios que a aviação já trouxe para viagens mais longas, literalmente mais perto das pessoas, dando aos passageiros urbanos mais opções para se deslocar pela cidade”, disse Stein em comunicado anunciando a parceria.
Na semana passada, a Eve disse que acertou uma parceria com a Halo Aviation, operadora de voos de helicóptero nos EUA e no Reino Unido, para um pedido de 200 eVTOLs da Eve com entrega a partir de 2026. A Halo é parte da Directional Aviation de Ricci.
Outras empresas de eVTOL, como Joby Aviation, Lilium e Archer Aviation, fecharam acordos para abrir o capital por meio de fusões com SPACs.
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(com Bloomberg)
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