Empresas precisam entender o impacto do clima nos seus negócios para fazerem um ESG eficaz, diz conselheira da Nasdaq

Meagan Tenety falou em painel sobre a importância das empresas terem equipes mais diversas e investirem em sustentabilidade e cibersegurança

Ricardo Bomfim

(Arte: Leonardo Albertino/InfoMoney)
(Arte: Leonardo Albertino/InfoMoney)

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SÃO PAULO – Como convencer uma empresa a fazer uma política ESG (sigla em inglês para governança ambiental, social e corporativa) eficiente? Para Meagan Tenety, conselheira da Nasdaq, o primeiro passo é mostrar o impacto das mudanças climáticas no dia a dia dos seus negócios.

“As empresas precisam olhar para o impacto físico. Se você tem uma matéria-prima em uma região exposta a eventos extremos ou em áreas costeiras ela está exposta ao aquecimento global e seus efeitos”, explica.

Na opinião de Meagan, uma vez avaliado esse risco, as companhias precisam fazer uma segunda camada de análise, que é avaliar o investimento na transição energética. “Todos precisam investir em mudar a fonte de energia e o mais recomendável é fazer essa transição agora de maneira ordenada para não fazer as mudanças lá na frente com pressa.”

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A líder em práticas ESG participou do painel “O papel das bolsas de valores na agenda ESG”, pela Expert XP 2021.

Meagan Tenety falou também sobre os investimentos com selo ESG nas bolsas de valores, destacando que os gestores de fundos ativos já estão usando ESG como uma proxy para o risco. “Estão atentos a como uma empresa de tecnologia gere o seu capital humano, se ele é usado com eficiência, pois isso acaba sendo incluído no cálculo do valuation.”

Ela comenta que a Nasdaq, uma bolsa de valores voltada ao setor de tecnologia nos Estados Unidos, aproximou-se das empresas para ajudá-las a terem as pessoas certas e diversas nos conselhos com o objetivo de ajudar nas mudanças.

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Segundo Meagan, é um questionamento comum na Nasdaq entender como mudar práticas de contratação para favorecer a diversidade e como usar a posição da bolsa para influenciar a gestão das empresas sem, no entanto, intervir demais.

“Mapeamos onde poderíamos usar a nossa influência e mudar a agulha na direção que queremos para criar impacto social e garantir a longevidade das empresas em um mundo mais diverso”, defendeu.

A executiva comentou ainda sobre cibersegurança, um tema cada vez mais em voga conforme a União Internacional das Telecomunicações estima entre US$ 1 trilhão e US$ 6 trilhões as perdas globais por ciberataques em 2021.

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“Nos EUA tivemos vários ataques de ransomware, que obrigaram empresas a pararem suas operações até que pagassem resgates aos hackers. Vai se tornar uma prática cada vez mais importante investir na proteção de dados e sistemas, com conscientização dos funcionários para não caírem em práticas como phishing e outras tentativas de invasão”, conclui.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.