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A nadadora Maria Carolina Santiago, que tem deficiência visual, fez história nos Jogos Paralímpicos de Tóquio-2020. Em sua primeira participação no evento, faturou três ouros, uma prata e um bronze, se tornou a terceira atleta feminina do país mais vencedora de todos os tempos em Paralimpíadas e, de quebra, vai levar para casa uma premiação de R$ 544 mil.
“Toda essa premiação veio para falar que o trabalho foi feito e muito bem feito. O que fizeram (a comissão técnica) foi me trazer aqui mais competitiva possível e o mais preparada possível. Eu cheguei e a gente foi para a briga e, quando a gente chegou lá, a gente saiu com as medalhas. Isso para mim está sendo incrível, ainda tenho que digerir isso tudo, mas com certeza o Brasil que ganhou”, acredita a nadadora.
De acordo com os valores dos prêmios por medalha divulgados pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Maria Carolina Santiago vai receber R$ 480 mil (R$ 160 mil por cada) pelos ouros conquistados nos 100 m peito, 50 m livre e 100 m livre, R$ 32 mil pela prata no revezamento 4 x 100 m livre e mais R$ 32 mil pelo bronze nos 100 m costas.
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Além da premiação em dinheiro, Maria Carolina Santiago se tornou a terceira maior medalhista feminina do Brasil na história dos Jogos Paralímpicos, atrás apenas das lendas Ádria Santos e de Terezinha Guilhermina. A primeira competiu de Seul-1988 a Pequim-2008 e colecionou quatro ouros, oito pratas e um bronze. Já a segunda, que estreou na Paralimpíada de 2008 e foi até a Rio-2016, ganhou três ouros, duas pratas e três bronzes.
Nem Ádria Santos e nem Terezinha Guilhermina, no entanto, ganharam tantas medalhas de ouro numa mesma edição, o que faz de Maria Carolina Santiago a recordista numa única Paralimpíada. O curioso é que a estreia dela nos Jogos aconteceu apenas aos 36 anos. Portadora da síndrome de Morning Glory, alteração congênita na retina que reduz o campo de visão. Apesar disso, ela praticou natação convencional até o fim de 2018 e só no ano seguinte entrou para o movimento paralímpico.
“Isso aqui é a realização de um sonho que começou ali em 2018, que eu cheguei ao movimento paralímpico, que me mudou como pessoa. Eu fui entendendo cada vez mais como funcionava e como é muito grandioso. Esse resultado é uma realização de um sonho que foi sonhado juntamente com tanta gente, com a comissão técnica, com o CPB, com o meu clube, que o Clube Náutico União, com tantas pessoas que nos ajudam. Eu realmente cheguei aqui bastante competitiva, eu vim muito preparada, mas três ouros (risos), uma prata e um bronze, foi bastante. Eu estou muito satisfeita e agora é comemorar”, festejou a nadadora, que nem bem terminou sua participação em Tóquio e já está pensando em 2024.
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“Eu quero Paris! Esse ciclo vai ser menor, mas eu queria fazer um ciclo mais completo, com menos intercorrências, menos pausas. Eu queria fazer algo mais específico, talvez reavaliar esse programa tão grande (ela disputou seis provas em Tóquio) e ver umas provas mais específicas para performar e com certeza: Paris, estamos aí”.
Premiação
Quando Maria Carolina Santiago faturou sua última medalha (na manhã de quarta-feira), o Brasil chegou a 48 pódios nos Jogos Paralímpicos com 15 ouros, 12 pratas e 21 bronzes. Até aquele momento, o valor total de premiação que o CPB teria que desembolsar para os atletas era de R$ 3.984.000,00.
Além da nadadora, outros multimedalhistas vão sair com um bom dinheiro de Tóquio. Yeltsin Jacques, ouro nos 5000 m e nos 1500 m T11 do atletismo, garantiu R$ 320 mil e ainda vai competir a maratona no último dia da competição. Já Gabriel Bandeira, estreante em Jogos Paralímpicos, conquistou um ouro, duas pratas e um bronze e ainda tem mais uma prova a disputar. Ao todo, ele faturou R$ 304 mil.
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