As duas surpresas que provocaram uma “montanha-russa” nas opções de Copom

Fala do presidente do BC na semana passada provocou uma mudança completa em qual será a alta da Selic na reunião desta quarta-feira (22)

Thiago Salomão

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(CONDADO DA FARIA LIMA) – Desde a última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) 45 dias atrás, o mercado de opções de Copom passou por uma verdadeira montanha-russa de emoções, com dois episódios que mudaram completamente a precificação destes ativos. Quem relata esses eventos é Anibal Furuguem, que trabalha na mesa de opções da XP atendendo os clientes institucionais.

O primeiro episódio veio no começo de setembro: até então, a opção CPMU21C101000, que indica a probabilidade do Copom subir a Selic em 1 ponto percentual na reunião desta quarta-feira (22), era a grande aposta do mercado. Mas quando o IPCA de agosto foi divulgado – e mostrou inflação de quase 10% em 12 meses -, o mercado passou a apostar em uma alta ainda mais forte na Selic, colocando os contratos de +1,25p.p. e +1,5p.p. como os com maior chance de acontecer.

Até que veio dia 14 de setembro e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que não iria alterar o plano de voo da política monetária a cada dado de alta frequência. Foi o suficiente para mudar completamente as apostas do mercado: as opções de alta de 1p.p. dispararam de 30 para 85, voltando a ser o cenário mais esperado pelos investidores.

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A tabela com os preços de cada contrato nesses dois episódios mostra bem a emoção que os investidores passaram:

Contrato Preço em 31/08 Preço em 13/09 Preço 18/09
CPMU21C101000 (alta de 1p.p.) 79,0 30,0 88,0
CPMU21C101250 (alta de 1,25p.p.) 17,0 44,0 10,0
CPMU21C101500 (alta de 1,5p.p. 2,0 24,0 1,5

A explicação completa você confere no vídeo acima ou direto em nosso canal no Youtube (link aqui).

OPÇÕES DE COPOM: Como funciona?

Cada contrato indica a probabilidade do que o Copom fará com a Selic no dia da reunião (subir, cortar ou manter o juro) e todos esses contratos vencem no dia da respectiva reunião.

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Os contratos são negociados entre R$ 0,01 e R$ 99,99, onde cada centavo indica a probabilidade deste evento acontecer. Exemplo: um contrato negociado a R$ 80,00 indica que há 80% de probabilidade daquele evento acontecer.

Logo no dia seguinte da reunião do Copom, o contrato que “acertou” o que aconteceu com a Selic passará a valer R$ 100,00, enquanto todos os outros contratos referentes àquela reunião virarão pó (ou zero reais).

Cada 1 unidade é negociada em lotes de 100 contratos. Usando os mesmos números do exemplo acima, se você comprar 1 unidade de uma opção de Copom que está valendo R$ 80,00, terá que desembolsar R$ 8.000 (R$ 80 por opção x 100 contratos).

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Se o Copom fizer o que essa opção está precificando, ela passará a valer R$ 100,00 no dia seguinte da decisão – ou seja, seus R$ 8.000,00 virarão R$ 10.000,00 (a conta não considera os custos operacionais e o imposto de renda, que é de 15% sobre o lucro da operação). Caso aconteça qualquer outro cenário, todo seu capital investido virará pó – você perde R$ 8.000.

“CÓDIGO” DAS OPÇÕES DE COPOM NA B3

Cada contrato tem 13 letras e números na sua composição. Pegando como exemplo o contrato com maior probabilidade de ocorrer nesta semana, que é o de alta de 100 pontos-base: o código dele na B3 é CPMU21C101000, onde:

A opção que sinaliza alta de 50 pontos-base teria no final 100500, enquanto um contrato que indica queda de 25 pbs teria no final 099750.

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COMO COMPRAR ESTAS OPÇÕES?

A compra de uma opção de Copom tem o mesmo processo de uma opção de ação. O investidor precisa abrir o home broker, digitar o código e comprar (se a sua corretora não te permite comprar estes contratos, verifique seu perfil de investidor ou faça a operação utilizando o canal de atendimento online).

Mais informações: a B3 tem uma página no site focada em opções de Copom.

Thiago Salomão

Idealizador e apresentador do canal Stock Pickers