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O mês de setembro ficou marcado pelos calafrios que a gigante Evergrande, segunda maior incorporadora imobiliária da China, provocou no mercado financeiro global. A possibilidade de calote por parte da corporação derrubou as bolsas no mundo e deixou investidores apreensivos a respeito dos reflexos que o episódio poderia provocar no cenário econômico.
Para lembrar: a empresa, que já chegou a ser mais valiosa do segmento, que já figurou na lista das 500 mais da Fortune, passou a ter um passivo avaliado em US$ 300 bilhões contrastando com receita muito abaixo de um nível considerado saudável para seguir operando no azul, uma situação que surgiu a partir de medidas estatais que restringiram os negócios da companhia.
“O setor imobiliário e de construção sofre bastante pressão na China para diminuir o preço de aluguel e das casas, que são altos demais, mesmo em comparação com outros mercados, isso afeta o mercado de renda fixa chinês, especialmente a dívida corporativa de algumas dessas companhias imobiliárias residenciais”, disse Gabriela Santos, do JP Morgan, em conversa com Jennie Li, estrategista de ações da XP, no programa Coffee & Stocks.
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“A Evergrande está sofrendo pressões em termos de sua habilidade de financiar esta dívida. O Estado quer corrigir este problema, mas é possível que os investidores tenham sim algumas perdas”, completou Gabriela.
No entanto, não há crise no setor financeiro que não possa representar também oportunidade de investimento. Assim como o caso da Evergrande, outros acontecimentos que devem figurar no noticiário nos próximos meses também vão movimentar o mundo da economia e, principalmente, representar janelas de investimentos.
A corrida presidencial, por exemplo, tem tudo para influenciar o humor do mercado. O evento também causa importante expectativa em função de uma eventual nova agenda econômica, política industrial ou cambial. As projeções do PIB, por sua vez, podem influenciar os investidores, já que a geração de riqueza do país produz reflexos em planos de investimento para 2022 em diversos setores, sobretudo aqueles ligados à infraestrutura.
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A taxa de juros, por fim, dita o ritmo dos financiamentos e do crédito, principais ferramentas por meio das quais os consumidores realizam aquisições.
Na série Protocolo XP: 2022, evento criado para que o investidor, seja ele pessoa física ou pessoa jurídica, possa aproveitar o quadro econômico para aumentar as chances de obter ganhos na bolsa e em outras classes de ativos, a especialista Jennie Li apresenta e comenta esses acontecimentos esperados para o ano que vem, suas influências no mercado e como se aproveitar deles para investir melhor. Clique aqui para participar gratuitamente.
Investidores com recursos disponíveis estão buscando melhores condições de negócios na bolsa de valores, visando bons retornos a longo prazo. Um levantamento da Fliper, plataforma de consolidação de investimentos, mostrou o ranking das maiores alocações em ações, dentro de mais de R$ 75 bilhões em patrimônio mapeado, no mês de setembro.
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Na lista figuram papeis das empresas Itaúsa, Vale, Petrobras, Banco do Brasil e Bradesco, empresas que têm em comum o fato de estarem passando por processo de reestruturação com boas possibilidades de conseguirem força operacional nos médio e longo prazos.
O mesmo vale para ativos no exterior, que se tornaram mais atrativos aos investidores brasileiros nos últimos anos e que, em cenário de câmbio valorizado, configura no momento boa oportunidade para investir em moeda estrangeira. “A baixa correlação entre os mercados internacionais e o brasileiro é um fator importante a favor da diversificação regional. Quando temos ruídos domésticos e a bolsa cai não afeta o desempenho de outros mercados, como o americano”, explica Jennie Li.
Na visão da analista da XP, pelo menos uma parte da carteira de investimentos deve estar em ativos do exterior e com exposição ao dólar. O motivo, explica, é que funciona como uma proteção em cenários de crise: “Se há uma crise global ou mesmo doméstica, a tendência é sempre o dólar se fortalecer o que é importante no retorno dos produtos com exposição cambial, que ganham neste cenário”.
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