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SÃO PAULO – A sessão desta sexta-feira (29) é marcada pela continuação da volatilidade no mercado de títulos públicos do Tesouro Direto. Após uma pausa de mais de uma hora, as negociações foram retomadas, por volta das 16h52. A parada funciona para evitar que o investidor feche transações a um preço que possa ficar rapidamente defasado.
Na retomada das negociações, o mercado opera com queda nas taxas. O destaque está nos prêmios pagos pelos papéis de prazo menor, que oferecem retornos maiores do que os títulos com vencimento maior.
Nesse horário, o juro pago pelo Tesouro Prefixado com vencimento em 2024, por exemplo, era de 12,26% ao ano, contra 12,34% vistos na sessão anterior.
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Enquanto isso, o retorno do papel com vencimento em 2031 e pagamento de juros semestrais era de 12,18%, frente aos 12,05% ao ano registrados na tarde de ontem. Na prática, isso representa uma diferença de 8 pontos-base entre a remuneração oferecida pelo título com vencimento em 2024 e o papel com prazo até 2031 – que chegou a ser de 30 pontos-base no momento de maior estresse na sessão de hoje.
Da mesma forma, o retorno real oferecido pelo título atrelado à inflação com vencimento em 2026 recuava de 5,51%, na sessão anterior, para 5,44% ao ano, após a suspensão de hoje.
Já o juro real do Tesouro IPCA+ com vencimentos em 2055 e pagamento de juros semestrais era de 5,48%. Um dia antes, a remuneração era de 5,51%.
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Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto que eram oferecidas na tarde desta sexta-feira (29):
PEC dos precatórios e contas públicas
Entre os destaques da cena local estão as projeções apresentadas pelo Ministério da Economia sobre o espaço fiscal. Segundo a pasta, a PEC dos precatórios pode abrir espaço para despesas discricionárias em torno de R$ 91,6 bilhões em 2022, caso seja aprovada pelo Congresso.
De acordo com o ministério, vai existir uma margem de R$ 47 bilhões decorrente da mudança na metodologia de correção do teto de gastos, com outros R$ 44,6 bilhões pela imposição da trava ao pagamento anual de precatórios que está prevista na proposta.
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A PEC dos precatórios é vista como fundamental para custear os R$ 400 do Auxílio Brasil, nova versão do Bolsa Família proposta pelo governo federal. O problema é que, segundo a colunista Carla Araújo, do portal UOL, com o impasse para a aprovação da PEC o governo não deve cumprir com a promessa inicial de pagar Auxílio Brasil de novo valor já em novembro.
Segundo informou o Ministério da Cidadania ao site, a folha de pagamento de novembro já “está rodando” sem incluir o benefício de R$ 400. No entanto, a pasta reforçou o compromisso com o novo valor e disse que a diferença será paga retroativamente em dezembro.
Reportagem publicada hoje (29) pelo jornal Folha de S. Paulo afirma que, com as dificuldades de criar o novo programa social dentro do orçamento tradicional, o Tribunal de Contas da União (TCU) deve abrir caminho para que a discussão sobre a prorrogação do auxílio emergencial, retomada pelo governo, prossiga.
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Outro tema da agenda econômica é a divulgação dos dados do setor público consolidado que incluem o Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras.
Segundo o Banco Central, o setor público consolidado apresentou superávit primário de R$ 12,933 bilhões em setembro. Na prática, isso indica que houve mais receitas do que despesas no setor público, antes do pagamento dos juros da dívida pública.
O número representa o melhor resultado para meses de setembro desde 2010, quando as contas fecharam no positivo em R$ 28,157 bilhões.
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O superávit primário consolidado do mês passado ficou dentro do intervalo das estimativas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que iam de déficit de R$ 15,662 bilhões a superávit de R$ 19,507 bilhões. O desempenho foi bem superior à mediana, que estava positiva em R$ 1,750 bilhão.
Em agosto de 2021, o setor público consolidado havia registrado superávit de R$ 16,729 bilhões e, em setembro de 2020, déficit de R$ 64,559 bilhões.
O Banco Central também apresentou que o setor público consolidado registrou um déficit nominal de R$ 42,018 bilhões em setembro. Em agosto, o resultado nominal havia sido deficitário em R$ 29,739 bilhões e, em setembro de 2020, deficitário em R$ 103,419 bilhões.
No mês passado, o Governo Central (Tesouro Nacional, Banco Central e INSS) registrou déficit nominal de R$ 50,495 bilhões.
Radar externo
Enquanto isso, na cena internacional, as atenções estão voltadas para os dados de inflação na Europa.
A taxa anual de inflação ao consumidor (CPI) da zona do euro atingiu 4,1% em outubro, maior nível desde julho de 2008, intensificando pressões para que o Banco Central Europeu (BCE) aperte sua política monetária, que ontem ficou inalterada.
Também hoje, a Eurostat divulgou que o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro avançou 2,2% no terceiro trimestre na comparação com o trimestre anterior. Os dados são preliminares.
O resultado superou a previsão de analistas consultados pela FactSet, de alta de 2%. Na comparação anual, o PIB do bloco cresceu 3,7% entre julho e setembro. Neste caso, o consenso da FactSet também era de aumento menor, de 3,5%.
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