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Um ano esquecível, grudado com outro que nunca acabou. Um ano marcante, com muitas adaptações diante de novas realidades. Seja qual for a sua opinião sobre 2021, o ano que está chegando ao fim veio carregado de marcos quando pensamos sobre cultura de doação.
Enquanto 2020 foi o ano da doação, em que a mobilização de recursos e o choque com uma situação tão diferente pareciam impulsionar a solidariedade de pessoas e empresas, em 2021 vivemos uma acomodação dessa situação, já não tão extrema, mas ainda assim com grandes lições.
Separamos cinco momentos-chave do ano que está terminando, com lições para levar para um 2022 mais generoso. A retrospectiva completa você confere no episódio 48 do podcast Aqui se Faz, Aqui se Doa, produzido pelo Instituto MOL com apoio de Movimento Bem Maior, Morro do Conselho Participações e Ambev, e divulgação do Infomoney.
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1. Captador de recursos, uma profissão
Em fevereiro de 2021, o Ministério da Economia reconheceu oficialmente, no Código Brasileiro de Ocupações, a profissão de captador de recursos. O pedido veio da ABCR (Associação Brasileira dos Captadores de Recursos) por meio do seu programa de advocacy, e representou uma conquista histórica para o setor. A medida traz segurança e reconhece como parte importante do funcionamento das organizações da sociedade civil a busca ativa por financiamento, de forma profissional.
2. Combate à fome, novo velho conhecido
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No início do ano acompanhamos o agravamento da crise da Covid-19 no país, com os casos da doença aumentando de forma dramática, principalmente na região Norte. Foi o momento da crise de abastecimento de oxigênio nos hospitais, um episódio extremamente dramático para muitas famílias. E também foi nesse começo de 2021 que vimos ressurgir com força as campanhas para combater a fome no Brasil, depois de o país retornar ao Mapa da Fome, que mapeia a insegurança alimentar pelo mundo.
Um exemplo foi a campanha “Tem Gente com Fome”, uma mobilização nacional de arrecadação de fundos para ações emergenciais contra a fome, miséria e violência na pandemia que busca atender as famílias mapeadas por organizações sociais que atuam em bairros, favelas e quilombos em todos os estados do Brasil. O movimento é uma iniciativa da Coalizão Negra Por Direitos, uma articulação que reúne 200 organizações, com a parceria da Anistia Internacional e de várias outras entidades. Lançada em março de 2021, a campanha arrecadou até novembro mais de R$ 21,4 milhões.
Apesar da triste realidade, chama a atenção a mobilização e o alcance de tais campanhas, que ganharam destaque na imprensa nacional e arrecadaram volume recorde de recursos.
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3. Novos porta-vozes
Testemunhamos em 2021 muitas aproximações com celebridades e outras figuras com influência na sociedade falando sobre doação — reflexo da chuva de lives que inundou as redes no início da pandemia. Um dos casos mais simbólicos é o do DJ Alok, conhecido mundialmente. No fim de 2020 ele doou R$27 milhões, parte do lucro do que ele havia arrecadado com o game Free Fire, e criou o Instituto Alok. A organização atua no Brasil, na Índia e em países africanos, com a missão de “fomentar oportunidades para que jovens e mulheres realizem sua capacidade empreendedora com inovação, impacto social e geração de renda”.
Ter um artista jovem e engajado com o terceiro setor é um bom sinal: a conversa ganha outro patamar e atinge públicos que talvez não tivessem contato com organizações da sociedade civil de outra maneira. Também consolida a tendência de se falar mais abertamente sobre suas causas, mobilizando seu círculo a agir da mesma forma.
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4. Empresas doadoras: bom para o consumidor e para o mundo
Um levantamento inédito produzido pelo Grupo MOL em parceria com o Movimento Arredondar e CAUSE investigou iniciativas solidárias em grandes varejistas do país. A pesquisa “Varejo com Causa – Como redes varejistas impulsionam doações no Brasil?”, descobriu que 74% dos entrevistados, entre doadores e não doadores, dizem se preocupar com questões socioambientais.
O levantamento também descobriu que disponibilizar algum mecanismo de doação transacional faz com que o cliente se torne mais fiel à marca e construa uma percepção de imagem positiva sobre o varejo: 84% dos consumidores doadores dizem que promover doações melhora a imagem da loja — e 70% dos não doadores concorda com essa percepção positiva.
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5. Filantropia mais doadora
Dado do Censo GIFE 2020, pesquisa do setor lançada em dezembro de 2021, registrou o maior volume de investimento social privado no país, com R$ 5,3 bilhões, e, pela primeira vez na história do estudo, a estratégia de grantmaking (financiamento de projetos já existentes) aparece como a principal estratégia adotada pela filantropia brasileira, superando a execução de projetos próprios, historicamente prioritária.
Ou seja, a filantropia brasileira se tornou mais doadora! O dado é consequência da atuação de resposta à pandemia, mas pode significar também uma mudança de longo prazo e perene do setor: ao invés de criar do zero, podemos olhar as boas iniciativas existentes e trabalhar pelo seu fortalecimento.
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