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Adriano Machado*
Hoje em dia qualquer um pode montar uma startup, seja em sua casa ou em um Starbucks. Peter Thiel é um dos maiores empreendedores do mundo, fez apostas em agora grandes empresas como Facebook e SpaceX, e, através do seu livro “De Zero a Um”, podemos saber mais de sua experiência.
Para entender o poder de criar algo realmente inovador, com base na experiência de Thiel, 3 conceitos amplamente discutidos que podem conceitos. Esses conceitos surgem não só com base na experiência empreendedora, mas sim no contato que Peter Thiel teve com inúmeros empreendedores ao longo de sua vida como investidor, são eles:
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- Monopólios são bons para inovação
- Sua startup precisa ir de 0 a 1 e não de 1 a 1.000.000
- Por que não é incomum para um fundador encontrar bombas em seu caminho?
Imaginar o futuro te ajudará a ver o presente de forma diferente. Esse exercício é importante para entender como as coisas se alterarão ao longo do tempo. Isso te permite vislumbrar as mudanças e dessa forma tentar elucidar o que fazer para chegar até lá, entendendo o poder dos avanços. O autor define avanço de duas formas: a horizontal e a vertical.
O avanço horizontal é aquele no qual o crescimento acontece sem disrupção, sem criação de nova tecnologia. Horizontal é a definição de globalismo no qual nenhum conhecimento é criado, como por exemplo produzir e distribuir um celular. Já o avanço vertical, que o autor define como ir de zero a um, é o quebrar da inercia, a criação de uma nova tecnologia que muda o conceito. É bem mais difícil e exige investimento em P&D. Como exemplo é inventar um celular novo.
Para que o desenvolvimento seja possível é necessário foco. O foco é a melhor forma de ser o arquiteto de sua própria vida, pois é a única forma de controlar como alcançar os objetivos definidos, e dessa forma ter os resultados mais satisfatórios. É interessante como muitos best-sellers sobre gestão colocam o foco como uma dos principais motivadores para o sucesso. No livro Scrum o autor nos mostra como ser multitarefas acaba minando a eficiência, e no caso do de Zero a Um o autor coloca que as empresas só tem uma chance de terem sucesso – encontrando seu mercado e seu momento.
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O foco deve ser sempre em encontrar as formas de monopólio, pois só monopólios podem gerar crescimentos tecnológicos. O autor ainda define monopólio de forma diferente do que se é explicado geralmente, onde o “capitalista malvado” fica com todo o lucro e controla o mercado. O autor mostra que monopólios quando surgem por efeitos de geração tecnológica, e não por restrições governamentais e privilégios ligados ao estado, são saudáveis. Para Peter Thiel, os bons monopólios como Microsoft, Google, Facebook, são os que conseguem auxiliar na geração de tecnologia. Essas grandes empresas conseguiram crescer ao criar tecnologias proprietárias e são as detentoras dessas inovações. Para que o posto dominante delas seja retirado, é necessário que uma nova tecnologia, ainda mais disruptiva, apareça. Na visão de negócios, Thiel vai ainda além, mostrando que somente monopólios são capazes de controlar e gerar retornos financeiros realmente relevantes. São os monopólios que conseguem de fato se beneficiar da tecnologia criada, da economia de escala, de marca forte, e ainda mais da formação de preços.
Encontre o que te faz único como empresa – seu segredo. O comodismo nos faz pesar que não há nada para ser inovado, que tudo que poderia ser criado já foi. Na verdade isso é só um erro, e uma visão limitada, ainda mais quando fazemos os exercícios de pensar no futuro. Segredos podem levar anos para serem descobertos. Um exemplo da demora de descoberta de segredos é a escravidão, levou muitos anos até que fosse descoberto, além da crueldade, a ineficiência desse modelo. Sem inovação e descobertas de novos segredos, empresas não se mantem no sucesso.
Construir um império demora tempo. Empresas não começam do nada e crescem, para que o crescimento aconteça é necessário que um mercado seja dominado, e só após disso passar para o próximo mercado relevante para seu negócio. Um grande monopólio é construído com pequenos monopólios. Amazon iniciou dominando o mercado de livros e só depois expandiu para outros produtos.
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Startups precisam de uma fundação sólida. Empresas pequenas geralmente iniciam seus trabalhos com equipes pequenas, mas além da qualidade técnica as pessoas precisam ter uma boa comunicação e bom relacionamento entre si. Conflitos são naturais, mas é importante que eles não afetem o crescimento da empresa.
A construção da empresa passa pelo conceito de negócio, planejamento, mercado a ser atingido, relacionamento de equipe, criação de um produto inovador, mas nada disso é relevante sem uma boa estratégia de vendas. Produtos não se vendem sozinhos. Esse pensamento tem que ser desenhado desde a estratégia dos canais de venda até quem será o vendedor. Produtos caros exigem mais pessoalidade do CEO que produtos baratos.
O recente movimento de consolidação de Start-ups no Brasil é um excelente Laboratório para que esses conceitos possam ser vistos no dia a dia de corporações.
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Nos últimos dias pudemos presenciar o que foi o maior IPO mais relevante dos bancos da América Latina. Esse IPO não é só importante por trazer um banco, mas sim por esse banco ter nascido a partir desses conceitos elencados acima. O caso do Nubank mostra que o valor gerado ao resolver problemas de forma organizada e planejada o valor gerado é impensável.
Muitas empresas falham por não conseguir vencer os desafios que estão na frente delas.
Em sua trajetória, Thiel, além de provocar com conceitos inovadores, separa algumas perguntas que toda empresa deve se fazer para poder ter sucesso:
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- Você consegue criar tecnologias revolucionárias em vez de melhorias graduais?
- Agora é o momento certo para seu negócio?
- Você está começando com uma porção grande de um mercado pequeno?
- Você tem a equipe certa?
- Você tem um meio de não apenas criar mas sim de entregar seu produto?
- Sua posição no mercado será favorável 20 anos no futuro?
- Você identificou uma oportunidade única que os outros não veem?
Com esses valores é interessante pensar nos nossos próprios negócios, o quanto cada valor desses estamos atingindo. Apesar de ser mais fácil enxergar o quanto esses valores são fortes para Start-ups, os conceitos destacados, são uteis para o dia a dia de gestão de qualquer empresa que busque melhorar sua posição atual. Ou até mesmo retirar as coisas do papel.
Por fim mas não menos importante, uma empresa deve ter a sua cara, sua personalidade pois as extravagâncias pessoais são as que trazem o incentivo à inovação no dia a dia.
*Adriano Machado é associado na área de assessoria estratégica da G5 Partners onde atua na execução de transações societárias envolvendo fusões, aquisições, preparação de IPO e reestruturação de dívidas. É graduado em ciências contábeis pela USP e gerente administrativo financeiro do IFL-SP.