PetroRio (PRIO3) diz que negociações sobre Albacora com Petrobras (PETR4) seguem indefinidas

Sobre Albacora, a questão a ser definida, nesta segunda fase, se refere à reavaliação do reservatório

Augusto Diniz

Petrorio Divulgação
Petrorio Divulgação

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O CEO da PetroRio (PRIO3), Roberto Monteiro, disse hoje que a negociação com a Petrobras (PETR3;PETR4) sobre os campos de Albacora e Albacora Leste, em águas profundas, esbarra na definição do tamanho da reserva.

A empresa, líder de um consórcio de aquisição (em que participa também a Cobra), foi escolhida em novembro pela Petrobras para participar de negociações exclusivas para os termos finais de compra e venda de ambos campos – a venda dos mesmos faz parte dos planos de desinvestimento da estatal.

“Sobre Albacora, tenho sido aberto. Existe uma questão: o reservatório é melhor do que nós e a Petrobrás achavam no momento do bid (oferta). Um dado momento a Petrobras perguntou se poderia reavaliar o reservatório. Passamos para a segunda fase e existe agora a reavaliação”, disse, durante teleconferência com analistas para comentar os resultados do balanço do quarto trimestre.

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Do investimento total nesse projeto de US$ 4 bilhões, a PetroRio entraria com US$ 3,4 bilhões. A questão da subida do preço do petróleo também pode atrapalhar a negociação, já que na época da oferta girava em torno de US$ 70 e hoje se aproxima de US$ 100 o barril.

As ações da Petrorio (PRIO3), que abriram em alta, após a divulgação dos resultados, viraram durante a tarde, e aceleram suas perdas depois da teleconferência com analistas, terminando entre as maiores baixas do dia.

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Os papéis da companhia reagiram ainda à queda do preço do petróleo, com o WTI recuando 1,60%, a US$ 90,58; e o Brent desvalorizando-se 1,67%, a US$ 91,71.

Ao final do pregão, as ações recuaram 2,41%, cotadas a R$ 25,13, na contramão de Petrobras (PETR3;PETR4), cujos papéis avançaram, respectivamente, 2,42% e 1,76%.

Petrorio (PRIO3): “Probleminhas” no cluster Polvo e TBMT

O CEO da PetroRio disse também aos analistas que a companhia busca esse ano “estabilidade operacional do cluster de Polvo e TBMT”. TBMT refere-se ao Campo de Tubarão Martelo.

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“Foi muito bem o tieback, mas teve muitos ‘probleminhas’ que foram acontecendo e sendo sanados.” Segundo o executivo, esse é o grande desafio desse ano: “Manter a estabilidade em 2022 (do cluster)”.

O tieback é uma ação conhecida no mercado de petróleo de cortar custos de operação, interligando um reservatório de petróleo a uma plataforma já em operação.

“O projeto como um todo teve um investimento de US$ 45 milhões, e gerou economias de US$ 50 milhões por ano para o cluster, em linha com os esforços de disciplina financeira na cultura da companhia”, informa o relatório de resultado da empresa sobre o tieback.

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Perfuração do Campo de Frade terá US$ 210 milhões de Capex

O executivo ainda disse que para esse ano está programado o início da campanha de perfuração no Campo de Frade, que começa em março. Roberto Monteiro afirmou que o projeto receberá US$ 210 milhões de Capex.

Dos 11 milhões de barris vendidos no ano passado pela empresa, de acordo com o relatório de resultados, metade foi de Frade e metade do cluster Polvo e TBMT A campanha de perfuração em Frade integra o plano de revitalização do campo.

A perfuração de Frade envolverá um poço produtor e dois poços injetores.

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Campo de Wahoo aguarda aprovação da ANP

A PetroRio também trabalha na aprovação do plano de desenvolvimento do Campo de Wahoo, junto à Agência Nacional de Petróleo (ANP). O início da operação do campo está previsto para 2024.

No final de 2021, a companhia protocolou junto à ANP a Declaração de Comercialidade de Wahoo e apresentou o plano de desenvolvimento. Nesse campo, a PetroRio pretende fazer a perfuração de quatro poços produtores, dois poços injetores e a conexão ao FPSO de Frade, a 30km de distância, para processamento.

Os chamados poços injetores são para aumentar ou melhorar a recuperação de petróleo e gás natural de um reservatório, injetando fluidos como água e gás.

Venda de participação no Campo de Manati tem entrave

Em 2020, a Petrorio anunciou a venda de sua participação de 10% do campo de gás natural de Manati, na Bahia, para a Gas Bridge. Mas há ainda entraves na operação.

A empresa informa que “devido a uma negociação mais longa que o esperado para que a Gas Bridge assuma a operação do campo, alguns ajustes contratuais estão sendo necessários”. Segundo o CEO da PetroRio, Manati segue no plano de desinvestimento da companhia.

“Há entraves na Petrobras (uma das sócias do campo e operadora), embora gere caixa (para a PetroRio). Eles tem que ter operação (dentro do escopo que é operado no campo) e há entraves negociais. Isso atrasou o processo”, disse Roberto Monteiro.

Melhor resultado da história

Fundada em 2009, a Petrorio teve em 2021 o melhor resultado de sua história. A maior companhia independente de óleo e gás do Brasil bateu recorde de produção e dobrou receita e lucro líquido.

A receita líquida foi R$ 4,4 bilhões, aumento de 128% em relação a 2020; foram 11 milhões de barris vendidos, 24% mais que em 2020 e o lucro líquido de R$ 13 bilhões, aumento de 153% em relação a 2020.

“A PetroRio vem consistentemente monitorando a liquidez e o grau de alavancagem. Após a emissão de bonds no valor de US$ 600 milhões em junho de 2021, a empresa realizou, ao longo do último trimestre de 2021, a quitação integral de todas as outras dívidas, deixando o bond como único financiamento vigente”, disse o CEO Roberto Monteiro.

“Isso reforça a maior robustez da estrutura de capital que temos buscado, focando em horizontes de mais longo prazo, facilitando o planejamento financeiro e deixando a companhia mais preparada para o crescimento inorgânico, um importante pilar de crescimento”, acrescentou.

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