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SÃO PAULO – Não há como negar que o cartão de crédito veio facilitar a vida do consumidor. A comodidade e praticidade do crédito pré-aprovado é, sem dúvida, uma enorme vantagem. Não é à toa que uma enquete realizada pela InfoMoney mostrou que o plástico é preferido pelos usuários do site.
Porém, se a comodidade é uma vantagem, não há como negar que o crescimento do crédito não foi acompanhado de orientação adequada. Muitas vezes, por não entender exatamente o funcionamento do produto ou os termos expressos na fatura, o consumidor acaba perdendo o controle de suas finanças.
Mas não precisa ser assim! É possível tirar proveito do seu cartão de crédito e usá-lo como um aliado na gestão das suas finanças pessoais. Para ajudá-lo nesta tarefa, elaboramos uma lista do que julgamos serem os erros mais comuns cometidos no uso do cartão de crédito:
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- Só efetuar pagamento mínimo
No passado, algumas operadoras chegaram a baixar o valor do pagamento mínimo para 10%, como forma de estimular o uso do cartão. Se você é daqueles que há tempos não consegue quitar o saldo do seu cartão e segue pagando apenas o valor mínimo exigido na fatura, saiba que é muito difícil quitar sua dívida desta forma.Preocupado com o que considera excessivo endividamento da população, o governo norte-americano anunciou, no final de 2005, um pacote de medidas dentre as quais obriga as operadoras de cartão de crédito a elevarem o valor mínimo exigido para pagamento. Com isso, o governo pretende forçar que as dívidas sejam quitadas em um prazo razoável de tempo.
- Considerar limite do cartão como renda
Em geral, aqueles consumidores que só efetuam o pagamento mínimo do cartão de crédito também incorrem neste erro. Lembre-se, crédito não é renda! Você não paga juros pela sua renda, enquanto que o dinheiro emprestado lhe custa os juros.Apesar disso, muitas pessoas usam o limite do cartão para arcar com despesas correntes, como supermercado, farmácia, sem ter noção de que, aos poucos, estão perdendo seu controle financeiro. Não há nada de errado em usar o cartão para pagar estas despesas, desde que, ao final do mês, você tenha como arcar com a fatura integralmente.
O limite do cartão existe, é bem verdade, para ser usado, mas no caso de situações de emergência e por pouco tempo. Ainda assim, o ideal é que você tenha uma reserva financeira, para não precisar levantar crédito. Sem um planejamento orçamentário adequado, é fácil sair de uma situação de dificuldade financeira temporária para o descontrole permanente.
- Gastar sem planos de pagar a dívida
Muita comodidade às vezes pode fazer mal à nossa saúde, tanto a física quanto a financeira. Por exemplo: o controle remoto nos tornou ainda mais sedentários, já que podemos passar o dia todo sentados em frente à TV, já que não é preciso levantar sequer para mudar de canal. O mesmo pode ser dito do crédito pré-aprovado.Na hora em que gasta o dinheiro com o cartão, você não sente no bolso. Não é preciso muita coisa, e lá está você gastando de novo. Quando pagamos em dinheiro, temos a visualização exata do que está acontecendo. Do ponto de vista psicológico, isso é muito positivo, pois em geral coíbe o consumo por impulso. No cartão isso não acontece, e muitas pessoas continuam gastando sem qualquer tipo de planejamento sobre como irão pagar essa dívida. Evite este efeito “bola de neve”, e planeje quitar sua dívida integralmente nos próximos 90 dias.
- Pagar consistentemente com atraso
Se você só vai pagar o valor mínimo, evite atrasos, senão os encargos são ainda maiores, já que você precisa arcar com a multa de mora de 2%, o que só aumenta sua dívida. Reflita sobre o porquê desta situação: você é desorganizado ou não tem como arcar com os pagamentos?Muitas vezes, o que falta não é organização, mas um pouco de planejamento. A data de vencimento do seu cartão pode não ser adequada, por coincidir com outras despesas. Avalie se vale a pena rever a data da fatura. Já se o problema for falta de recursos, procure ajuda: você precisa estudar formas de renegociar a sua dívida.
A única coisa que você não pode fazer é deixar que isso se repita, pois atrasos constantes podem levar a administradora de cartão de crédito a rever os termos da sua linha de crédito pré-aprovado, seja reduzindo o limite ou aumentando os juros.
- Ignorar o quanto deve
Quem já não teve vontade de evitar o espelho depois das férias, com medo de encarar os quilinhos a mais? A verdade é que você pode evitar o espelho o quanto quiser, pois as suas calças invariavelmente lhe dirão a “verdade”. O mesmo vale para as suas dívidas!Empurrar com a barriga, ou evitar encarar o problema acreditando que ele vai embora não é a solução, ainda mais quando estamos falando de crédito rotativo, como é o caso do cartão de crédito! Quando a próxima fatura chegar, evite olhar apenas o valor do mínimo e procure se informar sobre o total da sua dívida. Estabeleça uma meta de quitação: se não conseguir resistir à tentação de gastar, não pense duas vezes e quebre o cartão!
- Compartilhar dívidas
Quem já não conhece alguém que teve o seu nome enviado para o SPC, porque comprou financiado para outra pessoa, que não manteve a sua palavra e atrasou os pagamentos. Você pode não acreditar, mas a inadimplência é maior entre amigos, parentes e conhecidos. Isso porque as pessoas se sentem mais confortáveis em atrasar o pagamento a um amigo, do que para uma loja, ou banco.Reflita sobre o seguinte: se o seu amigo está com dificuldades financeiras, ele provavelmente se encontra nesta situação por alguma razão. Tente ajudá-lo a resolver este problema e não empreste o dinheiro. Se ele está sem emprego, ajude-o a se recolocar, mas não aceite financiar em seu nome a TV que ele “precisa” comprar.
Para quem tem filhos, vale esta mesma orientação. Estabeleça limites: é do seu crédito e do seu nome que estamos falando. Muitos jovens só têm cartão graças ao histórico de crédito dos pais. Porém, sem controle, acabam gastando demais e comprometendo a saúde financeira da família toda. Lembre-se: educação financeira começa em casa, e a melhor forma de educar o seu filho não é dar dinheiro ou cobrir todos os gastos que efetuar, mas sim orientá-lo a viver de acordo com os seus limites. É claro que, para isso, você precisa dar o exemplo!