Ações: investidor deve diversificar carteira em vários setores

"Para o pequeno investidor, diversificação e a eficiência de uma carteira de ações são quase sinônimos", diz especialista

Diego Lazzaris Borges

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SÃO PAULO – Diversificar a carteira de ações é importante para diluir os riscos e aumentar a possibilidade de valorização do patrimônio do investidor que opera no longo prazo.

De acordo com especialistas, é importante que esta diversificação seja feita com empresas de diversos setores. “Não adianta querer diversificar com ações de empresas que atuam no mesmo segmento”, afirma o economista chefe da corretora Souza Barros, Clodoir Vieira. “Se aquele setor tiver um desempenho ruim e todas as ações estiverem nele, o prejuízo pode ser grande”, completa.

Ele lembra que é comum as ações registrarem forte crescimento – ou queda – por conta do cenário econômico ou algum evento que impulsione um setor específico.

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“Em 2009, vimos as construtoras performando muito bem, por conta do programa Minha Casa, Minha Vida, por exemplo. Em 2010, foi a vez das empresas de varejo e consumo interno, que se beneficiaram do aumento do poder aquisitivo da população. Por isso, o investidor precisa estar exposto a vários setores para ter um bom desempenho da sua carteira”, aponta o economista.

O especialista da MoneyFit, André Massaro, concorda. “Ao menos para o pequeno investidor, diversificação e a eficiência de uma carteira de ações são quase sinônimos”, diz.

Quantos setores?
Para aqueles que têm menos capital disponível para investir, o economista da Souza Barros aponta que o ideal é concentrar a diversificação em pelo menos três setores diferentes. “Eu aconselho que o investidor procure por setores com companhias mais consolidadas e com boas perspectivas de crescimento”, diz.

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Segundo ele, o setor de energia e distribuição é um deles. “São empresas que possuem o caixa consolidado, que não precisam de muitos investimentos e, por isso, pagam dividendos maiores para os seus acionistas”, afirma.

Outro setor recomendado pelo economista é o de telefonia móvel. “As operadoras de celular estão com uma boa perspectiva de crescimento. Estamos vendo o número de celulares aumentando a cada ano e a expectativa é de crescimento ainda maior”,afirma Vieira.

Por fim, ele recomenda exposição ao setor bancário. “Os bancos são sempre uma alternativa interessante para o investidor”, acredita.

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Diversificar via clubes, fundos ou ETFs
Para Massaro, da MoneyFit, é importante que o investidor consiga ter ações de empresas de pelo menos quatro ou cinco setores diferentes. “Se a carteira não estiver distribuída desta forma, o portfólio pode ficar desbalanceado”, aponta.

Segundo ele, se o capital do investidor for reduzido, o ideal é evitar o investimento direto em ações e operar via fundos, clubes de investimento ou com as ETFs (Exchange Traded Funds) – fundos de índice que procuram obter retorno com base em determinado índice de ações.

“Para ter um portfólio eficiente de ações para o longo prazo, o investidor precisa ter capital para comprar, pelo menos, um lote padrão de 100 ações de 5 empresas, cada uma de setor diferente”, afirma Massaro. “Caso contrário, o melhor é procurar por produtos que permitam uma diversificação maior com valores menores”, afirma.

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Segundo ele, quem optar por fundos de investimento deve preferir aqueles com gestão ativa – que investem em ações escolhidas pelo gestor e não são baseados em algum benchmark (índice de referência, como o Ibovespa, por exemplo). “Se o investidor quiser um espelho do índice, a melhor alternativa são os ETFs”, afirma Massaro.

E, para aqueles que possuem um grupo de amigos ou familiares com os mesmos objetivos, os clubes de investimento também são uma alternativa interessante de diversificação, lembra o especialista.

Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip