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BRASÍLIA (Reuters) – A Polícia Federal abriu um novo inquérito contra o presidente Jair Bolsonaro para investigar se ele cometeu crime ao ter feito uma associação –sem provas e falsamente– entre a vacinação contra Covid-19 e o suposto desenvolvimento da Aids.
A decisão da delegada Lorena Lima Nascimento de instaurar o inquérito foi tomada no dia 23 de fevereiro e comunicada nesta quarta-feira ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do caso.
Moraes já havia determinado a abertura do inquérito criminal contra Bolsonaro pelo episódio ocorrido em outubro do ano passado, após ter sido provocado pelo ex-presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM).
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Em uma transmissão pelas redes sociais, o presidente disse que relatórios do governo do Reino Unido teriam mostrado que pessoas totalmente vacinadas contra Covid teriam desenvolvido Aids.
A PF vai investigar se Bolsonaro cometeu os crimes de epidemia, de infração de medida sanitária preventiva e de incitação ao crime.
Procurada, a Advocacia-Geral da União, que representa o presidente judicialmente, não respondeu de imediato ao pedido de comentário.
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Entre as diligências, a delegada da PF pediu para que seja transcrito o inteiro teor das declarações ao vivo de Bolsonaro, sejam identificados os sites que serviram de base para as informações replicadas pelo presidente e sejam realizadas pesquisas sobre a confiabilidade dos sites usados por ele, a fim de verificar se são verdadeiras ou fake news.
Em dezembro, o procurador-geral da República, Augusto Aras, recorreu da decisão de Moraes de abrir o inquérito.
Aras já havia realizado uma investigação interna na PGR sobre o caso. Entretanto, Moraes determinou depois o trancamento dessa apuração e ordenado que o procurador-geral remetesse informações dessa apuração ao Supremo, onde a investigação ficaria subordinada.