Ibovespa fecha em queda, mas acumula alta de 1,17% na semana; dólar tem queda semanal de 1,53%

As sanções impostas à Rússia por Estados Unidos e outros aliados da Ucrânia tiveram um efeito rebote nos mercados

Mitchel Diniz

B3  Bovespa  Bolsa de Valores de São Paulo  (Germano Lüders/InfoMoney)
B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

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Depois de responder de forma amena à guerra na Ucrânia ao longo da semana, o Ibovespa não resistiu à escalada dos conflitos e recuou nesta sexta-feira (4), em linha com o comportamento das Bolsas no exterior. O índice, que quase renovou pontuação máxima em 2022 nos negócios de ontem, chegou a despencar abaixo dos 114 mil pontos, mas conseguiu encerrar a sessão distante das mínimas.

As sanções impostas à Rússia por Estados Unidos e outros aliados da Ucrânia tiveram um efeito rebote nos mercados. O medo é que os russos interrompam o fornecimento de matérias-primas, como petróleo e insumos agrícolas, impactando a dinâmica das exportações. Hoje, autoridades russas chegaram a recomendar que as vendas de fertilizantes para o exterior sejam interrompidas.

Além disso, os russos bloquearam redes sociais como Facebook e Twitter, à medida que empresas e marcas internacionais abandonam o país governado por Vladimir Putin.

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Uma terceira rodada de negociações sobre um cessar fogo na Ucrânia está prevista para o fim de semana. Enquanto isso, o petróleo tipo Brent ultrapassou os US$ 118 pela primeira vez em dez anos.

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O Ibovespa fechou em queda de 0,6%, aos 114.473 pontos, com giro financeiro de R$ 27,9 bilhões. Mesmo com o desempenho negativo da sessão, o Ibovespa acumulou ganhos de 1,17% na semana. As companhias aéreas voltaram a liderar perdas do índice. Essas empresas são impactadas pela perspectiva de alta de custos com combustíveis, ao mesmo tempo em que são impostas restrições de espaço aéreo.

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Os papéis da Azul (AZUL4) encabeçaram as baixas, recuando 7,77%, a R$ 21,83. Gol (GOLL4) veio na sequência, em queda de 7,64% a R$ 14,86. CVC (CVCB3) foi a terceira colocada, em baixa de 6,67%, a R$ 11,06.

Na ponta positiva, ações do segmento de papel e celulose, com Suzano e Klabin na dianteira. Os papéis da Vale renovaram máxima no ano, subindo 2,28%, a R$ 101,977. Petrobras não acompanhou a alta do petróleo e recuou por mais um dia seguido: os papéis PETR3 caíram 0,67% e os PETR4 fecharam em baixa de 0,03%.

O dólar fechou em alta de 1%, a R$ 5,077; porém, na semana, a moeda americana recuou 1,53%. Enquanto isso os juros futuros continuam subindo nos principais contratos: DIF23, + 0,13 pp, a 12,98%; DIF25, + 0,17 pp, a 11,97%; DIF27, + 0,15 pp, a 11,70%; DIF29, +0,14 pp, a 11,80%

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Em Nova York, as Bolsas voltaram a amargar perdas: o Dow Jones fechou em queda de 0,53%, aos 33.614 pontos; S&P 500 recuou 0,79%, a 4.328 pontos e a Nasdaq fechou em baixa de 1,66%, a 13.313 pontos.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados