IPCA, produção industrial, varejo, balanços e andamento da guerra na Ucrânia: o que acompanhar na semana

Tudo o que o investidor precisa saber antes de operar na semana

Mitchel Diniz

(Shutterstock)
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A segunda semana de março começa com as mesmas tensões que marcaram o início do mês. A agenda de indicadores ganha ritmo em meio à guerra da Rússia com a Ucrânia, que tem impactado, sobretudo, os preços das matérias-primas e empresas relacionadas às commodities.

À medida que as sanções contra a Rússia avançam, Vladimir Putin revida, bloqueando redes sociais, sufocando protestos dentro do próprio país e ameaçando interromper o fornecimento de insumos importantes para a economia global.

Em relação aos preços dos combustíveis, dois projetos de lei que buscam alternativas para reduzir os preços da gasolina e do óleo diesel nas bombas estão pautados para serem votados na quarta-feira (9) pelo Senado Federal.

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Agenda de indicadores

Por aqui, em meio a esse cenário caótico, começam a sair os indicadores econômicos referentes a 2022. Na quarta-feira (9), às 9h da manhã (horário de Brasília) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga a produção industrial do último mês de janeiro. O consenso Refinitiv de mercado aponta para uma retração de 1,8% em relação a dezembro e uma queda de 6,1% comparando com janeiro de 2021.

“A retração da indústria deve ser bem disseminada [entre os setores], mas particularmente mais intensa no automotivo, para o qual vemos queda mensal de 20,6%”, avalia o Itaú.

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E por falar nisso, está prevista para terça-feira (8) a divulgação dos dados de produção e vendas de veículos pela Anfavea, a Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores.

Na quinta-feira (10), no mesmo horário, saem as vendas do varejo. Os analistas consultados para o consenso Refinitiv projetam uma ligeira alta de 0,1% para o indicador de janeiro na comparação com dezembro, mas uma queda de 2,9% na comparação anual.

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A semana termina com a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) referente a fevereiro. O consenso Refinitiv aponta para um avanço mensal de 0,96%, o que elevaria o IPCA de 12 meses para 10,50%.

“A leitura será pressionada por itens fora do núcleo, como taxas de matrícula, alimentação doméstica e veículos novos e usados. O núcleo da inflação também continua sob pressão, tanto para preços de bens quanto de serviços. Por outro lado, preços regulados, como energia elétrica e combustíveis, além de passagens aéreas, devem apresentar alguma deflação nessa leitura”, afirmam os analistas do Itaú.

Ainda para esta semana, está prevista a divulgação do dado sobre criação de empregos formais no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Os números são esperados para quinta-feira.

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Agenda internacional

A semana começa com a divulgação da balança comercial chinesa, já na madrugada de segunda-feira (7). O consenso Refinitiv projeta um aumento de 15% nas exportações do país e de 16,5% nas importações. Ainda na China, indicadores de inflação referentes a fevereiro saem na noite de terça-feira. Para o índice ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), a média das previsões dos economistas aponta pra um crescimento mensal de 0,8% e de 0,3% na comparação anual. Já o índice de preço ao produtor (PPI, na sigla em inglês), deve vir com uma variação anual positiva de 8,7%, de acordo com o consenso Refinitiv.

Nos Estados Unidos, os dados da balança comercial saem na terça-feira (8), às 10h30 da manhã (horário de Brasília). Na quarta-feira (9), atenção para os estoques de petróleo bruto, número que promete mexer com os preços da commodity, cujos preços têm sido impulsionados pela guerra na Ucrânia.

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Na quinta (10), novos dados da inflação americana: o índice de preços ao consumidor (CPI) será divulgado às 10h30, e analistas apontam para um avanço de 0,8% de janeiro para fevereiro. Na comparação anual, a alta seria de 7,9%.

Na Europa, epicentro dos conflitos e das tensões diplomáticas, a semana será marcada pela Cúpula de Líderes da União Europeia, que começa na quinta-feira e termina na sexta. Antes disso, na terça-feira, sai o Produto Interno Bruto (PIB) revisado da Zona do Euro, que, segundo o consenso Refinitiv deve apresentar variação positiva de 0,3% no quarto trimestre comparado com o terceiro. Já o PIB de 2021 deve apresentar crescimento de 4,6%.

O Banco Central Europeu (BCE) anunciará na quinta-feira sua decisão sobre as taxas de juros. Até então, a autoridade monetária tem mantido estímulos e se mostra mais resistente a subir juros, como tem acontecido na maior parte do mundo. No Reino Unido, na sexta-feira, saem os primeiros indicadores econômicos referentes a 2022: produção industrial, do setor de construção e índice do setor de serviços, além da balança comercial.

Agenda corporativa

Na próxima quarta-feira (9), o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) julgará embargos contra a venda da Oi Móvel. No julgamento, será avaliado recurso movido pela Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços e Telecomunicações Competitivas (Telecomp) contra as vendas dos ativos à Tim, Vivo e Claro.

A relatora do julgamento dos embargos será a conselheira Lenisa Prado, que deu voto favorável ao negócio. A Algar Telecom também entrou com recurso contra a decisão do Cade.

Na quinta-feira (10), haverá uma nova tentativa de assembleia com credores da Samarco, para discutir a reestruturação de uma dívida de R$ 50 bilhões. A primeira tentativa foi adiada por falta de quórum.

Depois de uma desacelerada por conta do carnaval, a agenda de balanços corporativos é retomada com força total, com destaque para resultados de Embraer, Gol, CSN, entre outras. Confira o calendário:

Segunda-feira (7)

Sem resultados previstos

Terça-feira (8)

Quarta-feira (9)

Quinta-feira (10)

Sexta-feira (11)

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados