Inflação medida pelo IPCA sobe 1,01% em fevereiro, maior para o mês desde 2015 e acima do esperado

A estimativa de analistas consultados pela Refinitiv era de que o IPCA tivesse subido 0,95% na base mensal e 10,50% contra um ano antes.

Equipe InfoMoney

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A inflação oficial no País, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu 1,01% em fevereiro de 2022 na comparação com janeiro, sendo essa a maior variação para um mês de fevereiro desde 2015 (1,22%), conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta sexta-feira (11). O índice ficou 0,47 ponto percentual acima do registrado em janeiro (0,54%) e, no ano, acumula alta de 1,56%.  Na comparação anual, a alta foi de 10,54%.

A estimativa de analistas consultados pela Refinitiv era de que o IPCA tivesse subido 0,95% em fevereiro sobre janeiro e 10,50% contra um ano antes.

Em fevereiro, os principais impactos vieram da Educação (5,61%) e da Alimentação e Bebidas (1,28%).

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“Em fevereiro, são incorporados no IPCA os reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo. Portanto esse foi o item que teve o maior impacto no mês, com peso de 0,31 ponto percentual. O outro grupo que pesou bastante no mês foi o de Alimentação e bebidas, que acelerou para 1,28% e contribuiu com 0,27 ponto percentual. Juntos, os dois grupos representaram cerca de 57% do IPCA de fevereiro”, ressalta o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.

Saiba mais sobre como são calculados os índices de inflação assistindo ao vídeo abaixo:

No grupo Educação (5,61%), o maior impacto (0,28 p.p.) veio dos cursos regulares (6,67%), com destaque para o ensino fundamental (8,06%), a pré-escola (7,67%) e o ensino médio (7,53%). Os preços dos cursos de ensino superior e de pós-graduação subiram 5,82% e 2,79%, respectivamente. Os cursos diversos, por sua vez, tiveram alta de 3,91%, sendo que a maior variação dentro do item veio dos cursos de idioma (7,29%).

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Já o grupo de Alimentação e Bebidas registra sucessivas altas desde o início da atual série, em janeiro de 2020, sendo a única exceção o mês de novembro de 2021, quando teve variação de -0,04%. Em 12 meses, esse segmento acumula alta de 9,12%.

“Em fevereiro, o grupo de Alimentação sofreu impactos dos excessos de chuvas e também de estiagens que prejudicaram a produção em diversas regiões de cultivo no Brasil. Destacam-se, em particular, os aumentos nos preços da batata-inglesa (23,49%) e da cenoura (55,41%). No caso da cenoura, as variações foram desde 39,26% em São Paulo até 88,15% em Vitória. Além disso, as frutas subiram 3,55%”, assinala Kislanov.

Por outro lado, foram registradas quedas nos preços do frango inteiro (-2,29%) e do frango em pedaços (-1,35%), que também tiveram recuos em janeiro, de -0,85% e -0,71%, respectivamente.

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Combustíveis em forte alta nos últimos 12 meses

Já nos últimos 12 meses, o que mais pesou na alta da inflação, de modo geral, foram os combustíveis, que acumulam avanço de 33,33%. Mas, em fevereiro, esse item do grupo Transportes (0,46%), teve queda de 0,92%.

“O preço da gasolina recuou 0,47%, contribuindo com -0,03 ponto percentual no IPCA de fevereiro. Por outro lado, foram verificadas altas nos preços do óleo diesel (1,65%). Em 12 meses, a gasolina acumula avanço de 32,62% e o diesel, de 40,54%. No mês, o etanol teve a queda mais acentuada, com -5,04% de variação e -0,05 ponto percentual de impacto. Já o gás veicular subiu 2,77%”, pontua Kislanov.

Ainda no grupo dos Transportes (0,46%), a maior contribuição (0,05 p.p.) veio dos automóveis novos (1,68%), cujos preços subiram pelo 18º mês consecutivo. Além disso, os preços dos automóveis usados (1,51%) e das motocicletas (1,72%) também seguem em alta. Outros destaques foram o seguro voluntário de veículo (3,24%), o conserto de automóvel (0,92%) e o ônibus urbano (0,45%), este último por conta dos reajustes nas passagens aplicados em várias regiões de abrangência do índice.

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INPC e índices regionais

Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), subiu 1,00% em fevereiro, ficando acima do percentual de 0,67% registrado no mês de janeiro. Essa também é a maior variação para um mês de fevereiro desde 2015, quando o índice foi de 1,16%. No ano, o INPC acumula alta de 1,68% e, nos últimos 12 meses, de 10,80%, acima dos 10,60% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em fevereiro de 2021, a taxa foi de 0,82%.

“O grupo Educação tem menos peso no INPC, na comparação com o IPCA. Com isso, as altas nesse grupo acabam impactando menos o resultado final (0,22 p.p. no INPC contra 0,31 p.p. no IPCA). No INPC, os produtos alimentícios passaram de 1,08% em janeiro para 1,25% em fevereiro. Os não alimentícios também tiveram alta superior em fevereiro (0,92%) na comparação com o mês de janeiro (0,54%)”, pontua Kislanov.

No que diz respeito aos índices regionais, todas as áreas pesquisadas tiveram alta de preços em fevereiro. O menor resultado foi observado na região metropolitana de Porto Alegre (0,40%), em função da queda nos preços da gasolina (-4,33%). A maior variação, por sua vez, ficou com o município de São Luís (1,35%), principalmente por conta das altas dos cursos regulares (7,67%) e dos itens de higiene pessoal (2,27%).

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(com Agência de notícias do IBGE)

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