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A semana começa com diversas revisões de recomendações por casas de análise, com o Bradesco BBI elevando recomendação para Hypera (HYPE3) para equivalente à compra, Morgan Stanley reduzindo recomendação para Suzano (SUZB3) para equivalente à neutra.
Já o Credit Suisse reduziu o preço-alvo para Hidrovias do Brasil (HBSA3), enquanto o Itaú BBA reduziu o preço-alvo para Americanas (AMER3), mas ambos seguiram com recomendação equivalente à compra para os ativos. Já o UBS BB revisou o cenário para as varejistas. Confira as recomendações que movimentam o mercado.
Hypera (HYPE3): BBI eleva recomendação e preço-alvo
O Bradesco BBI elevou a recomendação para as ações da Hypera de neutra para outperform (desempenho acima da média do mercado), com o preço-alvo sendo elevado de R$ 36 para R$ 48, o que configura um potencial de alta de 39% em relação ao fechamento da véspera.
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“Apesar da base de comparação difícil, estimamos que a Hypera pode aumentar as vendas acima da indústria além
de 2022, com CAGR (taxa média de crescimento anual ponderado) de 14% para o período de 2022-2028 (versus 12% do
mercado em 2018-21 e 8% previsto para 2022-25 pela IQVIA) conspirando o pipeline de novos produtos e entrada
no segmento não varejo”, apontam os analistas.
Segundo eles, além de uma maior confiança nos fundamentos de crescimento, a recomendação de Compra se baseia em uma combinação de: (i) característica defensiva em meio a condições macroeconômicas desafiadoras e inflação crescente, e (ii) uma avaliação atraente (13 vezes o múltiplo de preço sobre o lucro esperado para 2022 versus o histórico de 15 vezes, que parece injustificado.
Entre os catalisadores, estão o acordo de leniência – as investigações internas foram concluídas em maio de 2020 e os analistas não esperam uma multa relevante (assumimos R$ 300 milhões) por não haver evidências de que a empresa teve algum benefício; e (ii) revisões de lucros seguindo as diretrizes para 2022 e sua divulgação das vendas esperadas para os lançamentos de 2021 e 2022.
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Morgan Stanley reduz Suzano (SUZB3)
O Morgan Stanley revisou as suas recomendações para o setor de papel e celulose, reduzindo Suzano (SUZB3) de overweight (exposição acima da média do mercado, ou equivalente à compra) para equalweight (ou exposição em linha com a média do mercado, equivalente a neutra). O preço-alvo foi cortado de R$ 62 para R$ 60, o que leva a uma queda de 6,6% em relação ao fechamento de sexta-feira.
O banco lembra que a Suzano é a maior produtora de celulose do mundo e uma empresa bem administrada, mas tem 80-85% de seus custos caixa em moeda local, e um real mais forte, combinado com outras pressões de custo, compensará muitos dos benefícios dos preços mais altos previstos.
Agora analistas esperam maiores custos caixa de celulose, com média de R$ 761 a tonelada (t) em 2022–25 (versus estimativa anterior de R$ 679 e R$ 690/t em 2021). Assim, como resultado, reduziram estimativa de lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) a tonelada para 2022–25 de US$ 332 para US$ 323.
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“Dessa forma, a ação oferece um upside limitado ao nosso novo preço-alvo de R$60 e um risco-recompensa menos atrativo. Com um múltiplo de 6,0 vezes o novo Ebitda de 2022 esperado, a ação está sendo negociada 0,9 desvio padrão abaixo da média histórica de 7,1 vezes, não tão atraente quanto outros nomes do setor”, apontam os analistas do banco americano.
Já para Klabin ([KLBN11]), o Morgan Stanley mantém classificação overweight, mas reduziu o preço-alvo de R$ 29,50 para R$ 28, ainda um potencial de alta de 5,9% em relação ao último fechamento.
Analistas justificam a mudança devido a reduções nas estimativas em 9%, principalmente para compensar custos mais altos e o impacto negativo de um real mais forte na operação da companhia.
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Hidrovias Brasil (HBSA3): corte no preço-alvo, mas valuation atrativo
O Credit Suisse manteve a sua recomendação outperform para Hidrovias do Brasil, mas reduziu o preço-alvo de R$ 9,50 para R$ 5, ainda um potencial de alta de 78% em relação ao fechamento de sexta.
O banco explica que a redução do preço-alvo foi em função de um cenário com maior custo de capital próprio, redução de volumes e tarifas da Operação Norte em 2026, quando a extensão da Rumo para Lucas do Rio Verde deverá começar a operar com seu primeiro terminal.
Apesar da queda significativa no preço-alvo, principalmente como reflexo das taxas de juros mais altas, analistas do banco enxergam uma valorização de cerca de 78% na ação, que está sendo negociada a uma Taxa Interna de Retorno (TIR) alavancada real de 15,3%. A avaliação atrativa rende à empresa um rating outperform, apesar da dinâmica desfavorável de curto prazo, apontam os analistas.
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“Nas nossas conversas com clientes parece claro que a ação está bastante descontada, mas o técnico do papel, com baixa liquidez e ainda com alguma dinâmica de resgates na indústria local, tem de certa forma limitado o interesse na historia.
Itaú BBA revisa recomendação para Americanas (AMER3)
O Itaú BBA manteve a recomendação outperform Americanas (AMER3), mas reduziu o preço-alvo para a ação de R$ 44 para R$ 40, após encontro com administração da varejista.
Analistas do banco conversaram com o RI da Americanas, Raoni Lapagesse e investidores. Os principais temas de discussão foram os ganhos de eficiência da nova estrutura societária da empresa; riscos ascendentes relacionados com sinergias adicionais e oportunidades de venda cruzada; e a resiliência da empresa em momentos de turbulência, com uma mudança no mix de produtos para itens de cauda longa.
Para os analistas, não só as sinergias decorrentes da reestruturação societária trazem um melhor cenário para a Americanas, como também os esforços da empresa para construir uma plataforma robusta por meio da incorporação de outros negócios (por exemplo, a aquisição de Uni.Co e Hortifruti, bem como a JV com Vibra).
Essas medidas também poderiam aumentar suas oportunidades de cross-selling e gerar potencial de rentabilidade, o que não se reflete no modelo atual de precificação do BBA para os ativos.
UBS revisa varejistas de alimentos, vendo Assaí e Carrefour mais bem posicionadas
O UBS avalia que as tendências para o varejo de alimentos aparentam ter melhorado no primeiro trimestre de 2022 e esperam um crescimento para vendas mesmas lojas para companhias como Assaí e Atacadão, sobretudo após o governo ter anunciado medidas para injetar até R$ 165 bilhões na economia antes das eleições. Os estímulos devem aumentar, sobretudo, o poder de compra entre os consumidores de baixa renda.
Porém, o banco chama atenção para os riscos advindos da inflação dos alimentos, com o aumento do preço das commodities. Para o UBS, Assaí e Carrefour Brasil as as empresas mais bem posicionadas neste cenário.
Carrefour Brasil (CRFB3): preço-alvo subiu para R$ 26, com recomendação de compra
Os analistas do UBS dizem que, apesar da valorização recente do papel, mantêm otimismo sobre CRFB3, por avaliarem que a empresa tem posição de liderança em termos de preço, o que é uma vantagem crucial para o atual momento.
“Além disso, acreditamos que o Grupo BIG ainda não foi precificado no papel. Depois que a Superintendência do Cade decidiu recomendar a aprovação da operações, com poucos remédios, acreditamos que a incorporação de BIG pode gerar uma criação de valor de R$ 4 por papel”, escreveram os analistas.
O UBS vê sinergias de R$ 2 bilhões na operação até 2025 e alterou o preço-alvo para CRFB3, de R$ 20 para R$ 26 (potencial de valorização de 26% em relação a cotação de hoje). O banco acredita que o formato de atacado premium do Sam’s Club, pertencente ao BIG, tem espaço para crescer organicamente. Os analistas concluem que veem o valuation do papel em 14x PL, múltiplo historicamente abaixo da média (de 16x).
Assaí (ASAI3): preço-alvo mantido em R$ 19, com recomendação de compra
O UBS também vê tendência de alta para os papéis ASAI3, sob diferentes óticas. A primeira, do valuation, com o papel negociando 11x PL. Mas o banco também vê crescimento forte no longo prazo para a empresa, esperando uma expansão de 24% no lucro por ação da companhia nos próximos cinco anos. Além disso, vê sólidos retornos para Assaí, com retorno sobre capital investido (ROIC, na sigla em inglês) alcançando 20% após a maturação de conversão de lojas do Extra.
Por outro lado, o banco reduziu suas estimativas de lucro por ação da companhia no curto prazo, levando em conta as taxas de juros maiores que o esperado e previsões mais conservadores de crescimento de margem, com a inflação dos alimentos chegando a novos picos. “Nossas estimativas de longo prazo não mudaram concretamente, pois mantemos a confiança na capacidade de Assaí em executar sua conversão de lojas de forma bem sucedida”, escreveram os analistas.
O preço-alvo de R$ 19 do UBS é um potencial de valorização de 35% em relação ao preço de hoje.
GPA (PCAR3): preço-alvo sobe para R$ 27, com recomendação neutra
Na avaliação do UBS, o processo de desinvestimento, com a venda dos hipermercados Extra, deu à empresa caixa (de R$ 3,7 bilhões a R$ 4 bilhões líquidos) e foco na expansão de bandeiras mais rentáveis (Pão de Açúcar e Minuto), no pagamento de R$ 500 milhões em dividendos e em desalavancagem. Os analistas do banco também destacaram a performance sólida da colombiana Éxito. Isso fez com que o UBS elevasse o preço-alvo de GPA de R$ 23 para R$ 27 (potencial de valorização de 17,39% em relação ao preço de hoje).
“No entanto, as pressões inflacionárias podem aumentar os riscos de formatos de lojas mais rentáveis, particularmente no Brasil, e nos mantemos neutros em relação às ações”, diz a análise do UBS. Nos preços atuais, o UBS vê GP com valuation de 9x P/L.
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