Campos Neto prevê pico de inflação em 11% em abril e aponta fim do ciclo da Selic em 12,75%

Em fevereiro, a inflação ao consumidor brasileiro acelerou com força para o nível mais elevado para o mês em sete anos

Reuters

(Raphael Ribeiro/BCB)
(Raphael Ribeiro/BCB)

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BRASÍLIA (Reuters) -O pico da inflação brasileira deve ocorrer em abril, tocando 11% no acumulado em 12 meses, disse nesta sexta-feira o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçando ser provável que a autoridade monetária esteja perto de encerrar seu ciclo de aperto com uma taxa Selic de 12,75% em maio.

Em seminário virtual organizado pelo Banco Central do Peru, Campos Neto disse que o mundo sairá dividido do conflito na Ucrânia, fazendo uma separação entre democracias e outros países. Para ele, o Brasil precisa estar do lado certo e aproveitar oportunidades.

Em fevereiro, a inflação ao consumidor brasileiro acelerou com força para o nível mais elevado para o mês em sete anos, com a taxa em 12 meses acima de 10,5%.

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Na tentativa de debelar a alta de preços, o BC vem implementando um dos mais fortes apertos monetários do mundo. Na reunião de março do Comitê de Política Monetária (Copom), a taxa básica de juros foi elevada em um ponto percentual, a 11,75%, com indicação de novo ajuste da mesma magnitude em maio.

Campos Neto disse que esse ciclo de alta provavelmente será encerrado em 12,75%. Ele explicou que essa decisão pode ser repensada, com um ajuste adicional em junho, se a crise provocada pelo conflito na Ucrânia se agravar ou se houver alguma mudança brusca e não prevista no mercado.

“Nós deixamos porta aberta para a reunião de junho exatamente porque sabemos que há uma incerteza muito elevada sobre a extensão da crise”, disse, ponderando que esse cenário de um eventual ajuste adicional não é o mais provável.

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INDEPENDÊNCIA PARCIAL DO BC

No evento, o presidente do Banco Central disse que a autarquia atingiu a independência operacional com a aprovação de legislação pelo Congresso, mas não alcançou autonomia financeira e administrativa.

“Pouco foi feito na independência financeira, o BC pode ser financeiramente asfixiado pelo governo”, disse, pontuando que isso não ocorreu no Brasil, mas é possível.

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Na parte administrativa, Campos Neto disse que políticas que atrelam o BC à gestão do governo central criam dificuldades. Ele citou como exemplo a chance de haver uma greve de servidores da autoridade monetária.

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