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As taxas dos títulos públicos operam em um movimento misto na tarde desta quarta-feira (20). Alguns títulos prefixados e atrelados à inflação experimentam queda nas taxas, enquanto outros operam com estabilidade.
Segundo André Perfeito, economista-chefe da Necton, a curva de juros está praticamente parada, com as taxas acompanhando o movimento de queda do dólar e os investidores acreditando em um cenário ‘menos ruim’ para a inflação. “Acho que o mercado já incorporou as notícias ruins”, afirma.
Por volta das 16h01, o dólar comercial apresentava queda de 1,03%, cotado a R$ 4,6189.
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Em comentário, Perfeito cita que a inflação deve recuar em maio, resultante do fim do choque de combustíveis e dos efeitos mais benignos da revisão da bandeira verde no conjunto de preços. “Se confirmado esse cenário teremos uma queda da inflação em 12 meses de 12,19% para 11,54%”, aponta.
No cenário externo, investidores acompanham visões apresentadas no Livro Bege, divulgado nesta quarta-feira pelo Federal Reserve. O documento é um sumário de opiniões que embasam as decisões monetárias da instituição dos Estados Unidos.
Dentro do Tesouro Direto, as taxas dos prefixados de curto e médio prazo recuavam às 15h22. O Tesouro Prefixado 2025 oferecia um retorno anual de 12,07%, abaixo dos 12,17% vistos ontem.
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Já o Tesouro Prefixado 2029 entregava uma rentabilidade anual de 12,03%, inferior as 12,08% da sessão anterior.
As taxas do Tesouro Prefixado 2033, com juros semestrais, apresentavam estabilidade.
Nos títulos atrelados à inflação, apenas as taxas dos títulos com vencimento em 2026 e em 2032 recuavam.
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O Tesouro IPCA+ 2026 entregava um retorno real de 5,31%, abaixo dos 5,34% vistos na terça-feira (19). Enquanto o Tesouro IPCA+ 2032, com juros semestrais, oferecia um ganho real de 5,53%, inferior 5,56% da sessão anterior.
Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto que eram oferecidos na tarde desta quarta-feira (20):
Livro Bege
De acordo com o documento, a atividade econômica expandiu-se em ritmo moderado desde meados de fevereiro, sendo que vários distritos relataram ganhos moderados de emprego, apesar de desafios de contratação e retenção no mercado de trabalho.
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“A atividade industrial foi sólida em geral na maioria dos distritos, mas os atrasos na cadeia de suprimentos, a rigidez do mercado de trabalho e os custos elevados de insumos continuaram a representar desafios à capacidade das empresas de atender à demanda’, diz o texto.
Segundo o Livro Bege, foram relatados picos nos preços de energia, metais e commodities agrícolas após a invasão russa da Ucrânia, e vários observaram que os bloqueios da Covid-19 na China pioraram as interrupções na cadeia de suprimentos. “Empresas na maioria dos distritos esperam que as pressões inflacionárias continuem nos próximos meses”.
Além disso, há também um problema, quando o assunto é emprego, de falta de trabalhadores disponíveis. “Muitas empresas relataram rotatividade significativa, pois os trabalhadores saíram por salários mais altos e horários de trabalho mais flexíveis”, afirmam.
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O documento publicado pelo Federal Reserve aponta ainda que em todos os distritos foram observadas aumentos acentuados nos custos de matérias-primas, transporte e mão de obra. “Empresas na maioria dos distritos esperam que as pressões inflacionárias continuem nos próximos meses”, afirmam.
Segundo a instituição, a alta dos preços começa também a já impactar o lado da demanda. “Os contatos em alguns distritos notaram impactos negativos nas vendas devido ao aumento dos preços”, pontua a autoridade monetária americana.
Ainda segundo o documento, “é a forte demanda que geralmente permite que as empresas repassem o aumento de custos de insumos para clientes”. No caso de a demanda continuar a ser impactada, é provável que, em breve, companhias passem a reduzir margens.
Projeções para o PIB brasileiro
Embora tenha revisado o PIB mundial deste ano para baixo, dados positivos, como alta nas vendas do varejo, aumento no preço das commodities e liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), levaram o Fundo Monetário Internacional (FMI) a rever para cima a previsão de crescimento da economia brasileira neste ano.
Na visão do FMI, o Brasil deverá crescer 0,8%. Expectativa anterior era de 0,3%, ante crescimento mundial de 3,6% (4,4% antes).
Reajuste do funcionalismo público e saque extraordinário
Enquanto isso na cena política local, um dos destaques do dia está no reajuste a servidores públicos, que está sendo costurado entre o Planalto e integrantes da equipe econômica.
De acordo com o jornal Valor Econômico, o governo passou a avaliar a possibilidade de conceder aumento linear de 5% a partir de julho deste ano, acrescido do aumento de R$ 400 no tíquete-alimentação. Até então, as duas medidas eram apresentadas de forma separada.
Apesar das discussões internas, nenhuma decisão formal foi tomada, segundo o Valor.
Os pedidos de reajuste vêm crescendo e agora se estendem até mesmo ao Poder Judiciário. A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) informou que deve recorrer ao presidente da Suprema Corte, Luiz Fux, em busca de um projeto que garanta aumento aos magistrados neste ano, caso o presidente Jair Bolsonaro, de fato, cumpra a promessa de reajuste de 5% para servidores civis e militares a partir de julho.
Após dias de greve, os servidores do Banco Central resolveram dar um “voto de confiança” a Roberto Campos Neto, presidente da autoridade monetária, e suspender a paralisação por duas semanas na tentativa de avançar nas negociações.
Até o dia 2 de maio, a categoria adotará operação-padrão, em que as atividades funcionam em ritmo mais lento, e retomará as paralisações diárias de 4h, de 14h às 18h, estratégia já adotada de 17 a 31 de março.
Também na cena política, o saque extraordinário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) tem início nesta quarta-feira (20). No início da manhã, o aplicativo apresentava instabilidade na consulta de valores.
Para quem está com os boletos em dia e sem destino certo para o dinheiro extra que está prestes a entrar na conta, veja como investir o valor máximo de R$ 1 mil que cada trabalhador pode sacar.
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