Incerteza geopolítica e inflação ofuscam perspectiva de expansão, diz Livro Bege

Economia americana teve crescimento moderado desde última reunião da instituição e incertezas podem aumentar

Equipe InfoMoney

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As perspectivas de crescimento futuro foram obscurecidas pela incerteza criada pelos recentes desenvolvimentos geopolíticos e pelo aumento dos preços, segundo mostra o Livro Bege, divulgado nesta quarta-feira (20), pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). O documento é um sumário de opiniões que embasam as decisões monetárias da instituição dos Estados Unidos.

De acordo com o documento, a atividade econômica expandiu-se em ritmo moderado desde meados de fevereiro, sendo que vários distritos relataram ganhos moderados de emprego, apesar de desafios de contratação e retenção no mercado de trabalho.

“A atividade industrial foi sólida em geral na maioria dos distritos, mas os atrasos na cadeia de suprimentos, a rigidez do mercado de trabalho e os custos elevados de insumos continuaram a representar desafios à capacidade das empresas de atender à demanda’, diz o texto.

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Segundo o Livro Bege, foram relatados picos nos preços de energia, metais e commodities agrícolas após a invasão russa da Ucrânia, e vários observaram que os bloqueios da Covid-19 na China pioraram as interrupções na cadeia de suprimentos. “Empresas na maioria dos distritos esperam que as pressões inflacionárias continuem nos próximos meses”.

Além disso, há também um problema, quando o assunto é emprego, de falta de trabalhadores disponíveis. “Muitas empresas relataram rotatividade significativa, pois os trabalhadores saíram por salários mais altos e horários de trabalho mais flexíveis”, afirmam.

Pressão inflacionária continua forte, diz Livro Bege

O documento publicado pelo Federal Reserve aponta ainda que em todos os distritos foram observadas aumentos acentuados nos custos de matérias-primas, transporte e mão de obra. “Empresas na maioria dos distritos esperam que as pressões inflacionárias continuem nos próximos meses”, afirmam.

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Segundo a instituição, a alta dos preços começa também a já impactar o lado da demanda. “Os contatos em alguns distritos notaram impactos negativos nas vendas devido ao aumento dos preços”, pontua a autoridade monetária americana.

Ainda segundo o documento, “é a forte demanda que geralmente permite que as empresas repassem o aumento de custos de insumos para clientes”. No caso de a demanda continuar a ser impactada, é provável que, em breve, companhias passem a reduzir margens.

(Com Estadão Conteúdo)

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