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As autoridades de Xangai, que lutam contra um surto de Covid-19, ergueram cercas do lado de fora de prédios residenciais, provocando novos protestos públicos contra o lockdown que está forçando grande parte dos 25 milhões de habitantes da maior cidade da China a ficar dentro de casa.
E, mesmo após semanas de restrições à mobilidade, as autoridades não têm conseguido controlar o surto conforme o esperado. Em Pequim, os casos também se espalham e é crescente a preocupação com possíveis lockdowns na capital chinesa, o que promoveu uma forte corrida por suprimentos.
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O maior distrito de Pequim vai exigir que todos os que moram ou trabalham na área façam três testes de Covid-19 nesta semana e isolou mais de uma dúzia de prédios após a cidade registrar 22 novos casos no sábado (23). O distrito de Chaoyang tem cerca de 3,45 milhões de habitantes.
Com isso, as bolsas asiáticas fecharam em forte queda nesta segunda-feira (25) com os casos da Covid-19 se espalhando com velocidade pela China — o que faz com que o país adote um número cada vez maior de políticas restritivas. A maior queda foi a da bolsa de Xangai, que despencou mais de 5%:
- Shanghai SE (China): -5,13%
- Nikkei (Japão): -1,90%
- Hang Seng Index (Hong Kong): -3,73%
- Kospi (Coreia do Sul): -1,76%
O governo chinês adota uma política de “Covid zero”, que envolve testagem em massa e lockdowns pesados quando poucos casos são registrados, o que pode comprometer a cadeia de suprimentos e causar uma desaceleração da economia global.
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Segunda maior economia do mundo, a China enfrenta seu pior surto de Covid-19 em dois anos, o que fez os preços do petróleo e do minério de ferro desabarem nesta segunda. A queda do minério é acentuada também porque saíram dados mostrando que o consumo de aço no país caiu 9,5% em março.
- Petróleo WTI: -4,58%, a US$ 97,39 o barril
- Petróleo Brent: -4,61%, a US$ 101,73 o barril
- Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian: -10,73%, a 794,5 iuanes (US$ 121,10)
Em meio às más notícias, o Banco do Povo da China (o Banco Central chinês) anunciou nesta segunda a redução da taxa de compulsório bancário sobre depósitos em moeda estrangeira, de 9% para 8%. A medida entra em vigor em 15 de maio e é anunciada no momento em que a economia chinesa dá sinais de desaceleração em meio aos surtos.
Cercas em Xangai
Em Xangai, imagens de trabalhadores em trajes de proteção brancos selando entradas de conjuntos habitacionais e fechando ruas inteiras com cercas verdes de cerca de dois metros de altura viralizaram nas redes sociais, gerando dúvidas e reclamações dos moradores.
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“Isso é tão desrespeitoso com os direitos das pessoas que estão dentro [dos prédios], usar barreiras de metal para enjaulá-los como animais domésticos”, disse um usuário na rede social Weibo.
Um vídeo mostra moradores gritando das varandas com trabalhadores tentando montar cercas — e eles cedem e as levaram embora. Outros vídeos mostraram pessoas tentando derrubar as cercas.
Muitas das cercas foram erguidas em torno de conjuntos designados como “áreas vedadas” (edifícios onde pelo menos uma pessoa testou positivo para Covid-19, o que significa que os moradores estão proibidos de sair de suas residências).
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Não está claro o que levou as autoridades a recorrer às cercas. Em um aviso compartilhado na internet com a data de sábado, uma autoridade local dizia que estava impondo uma “quarentena dura” em algumas áreas.
A agência de notícias Reuters não conseguiu verificar a autenticidade do aviso ou de todas as imagens, mas viu uma cerca verde em uma rua no centro de Xangai no domingo (24).
Nos últimos dias, a Reuters também viu policiais em trajes de proteção patrulhando as ruas de Xangai, bloqueando as ruas e pedindo aos pedestres que voltassem para casa. Procurado pela agência, o governo de Xangai não se manifestou.
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* Com informações da Reuters