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O conselho de administração do Twitter (TWTR34) aceitou nesta segunda-feira (25) a oferta do bilionário Elon Musk para comprar a rede social por US$ 54,20 por ação, totalizando cerca de US$ 44 bilhões, ou R$ 204 bilhões pela cotação de hoje.
Segundo o comunicado do Twitter, rede social utilizada por milhões de usuários e líderes globais, o conselho da empresa aprovou por unanimidade a compra, que será concluída ao longo de 2022. Ao final, a empresa, listada na bolsa desde 2013, terá o seu capital fechado, tornando-se uma empresa privada.
As negociações sobre o acordo, que na semana passada pareciam incertas, aceleraram no fim de semana depois que Musk cortejou os acionistas do Twitter com detalhes financeiros de sua oferta.
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Um dos pontos considerados para a venda da empresa foi o impacto nas ações para os acionistas, pontuou Bret Taylor, presidente do conselho independente do Twitter.
“O conselho do Twitter conduziu um processo cuidadoso e abrangente para avaliar a proposta de Elon com foco deliberado em valor, certeza e financiamento. A transação proposta proporcionará um prêmio em dinheiro substancial e acreditamos que é o melhor caminho a seguir para os acionistas do Twitter.”
The Twitter Board has reached an agreement with @ElonMusk https://t.co/CCZ6IV6Q7P
— Bret Taylor (@btaylor) April 25, 2022
A notícia põe fim as negociações de semanas, que contaram com movimentação de parte do conselho para evitar uma aquisição hostil. Musk vem, há algum tempo, criticando políticas do Twitter, que limitariam a liberdade de expressão.
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Mais cedo, agências de notícias davam como certo o aceite do conselho à oferta de Musk.
Em Nova York, as ações do Twitter fecharam com alta de 5,64%. Já os BDRs da empresa na bolsa brasileira encerram o dia com avanço de 7,6%.
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Musk sobre compra da rede social
“A liberdade de expressão é a base de uma democracia em funcionamento, e o Twitter é a praça da cidade digital onde são debatidos assuntos vitais para o futuro da humanidade”, disse Musk em comunicado incluído no comunicado à imprensa anunciando o acordo de US$ 44 bilhões.
“Também quero tornar o Twitter melhor do que nunca, aprimorando o produto com novos recursos, tornando os algoritmos de código aberto para aumentar a confiança, derrotando os bots de spam e autenticando todos os humanos. O Twitter tem um tremendo potencial – estou ansioso para trabalhar com a empresa e a comunidade de usuários para desbloqueá-lo.”
I hope that even my worst critics remain on Twitter, because that is what free speech means
— Elon Musk (@elonmusk) April 25, 2022
Carta CEO Twitter (TWTR34)
Segundo a Bloomberg, Parag Agrawal soltou nota dizendo que o conselho da companhia “entrou em acordo para que o Twitter seja adquirido por uma uma empresa inteiramente controlada por Elon Musk. Eu sei que isso é uma mudança significativa e vocês estão processando o que significa para cada um de vocês e para o Twitter”.
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Negociações
O avanço das negociações aconteceu nos últimos dias, após Musk detalhar como ele irá pagar pela aquisição do Twitter.
O plano do homem mais rico do mundo para comprar a rede social, de acordo com o jornal New York Times, envolveria o desembolso de aproximadamente US$ 21 bilhões da sua própria fortuna, cartas de compromisso do banco Morgan Stanley e de um grupo de credores avaliados em cerca de US$ 13 bilhões, além de outros US$ 12 bilhões provenientes de empréstimos a partir de ações do próprio Musk na Tesla, montadora de carros elétricos da qual ele é dono.
Primeiras ações
No início de abril, Musk anunciou a compra de 9% do Twitter, tornando-se o maior acionista da companhia, fundada em 2006 e famosa pela rede social de mensagens curtas e em tempo real.
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O acordo de hoje representa um prêmio de quase 40% em relação ao preço de fechamento da sessão anterior a que Musk revelou que tinha comprado uma fatia inicial. Mesmo assim, a oferta está abaixo da faixa de US$ 70 em que o Twitter estava sendo negociado no ano passado.
Apesar de Musk ser conhecido como um feroz crítico da moderação de conteúdo, o movimento animou o mercado financeiro, que viu na entrada de Musk um jeito de tornar a plataforma monetizável – ao contrário do rival Facebook, que conseguiu construir um império desde 2005 e, hoje, é a maior companhia do ramo do mundo.
Avaliação
“Acho que se a empresa tivesse tempo suficiente para se transformar, teria feito muito mais do que Musk está oferecendo agora”, disse Jonathan Boyar, diretor administrativo do Boyar Value Group, que detém participação no Twitter.
No entanto, acrescentou, “esta transação reforça nossa crença de que, se os mercados não valorizam adequadamente uma empresa, um terceiro eventualmente o fará”.
O movimento de Musk mantém uma tradição de bilionários comprando o controle de plataformas de mídia influentes, que incluem a aquisição do New York Post por Rupert Murdoch em 1976 e o Wall Street Journal em 2007 e a aquisição do Washington Post por Jeff Bezos em 2013.
A transação foi aprovada pelo conselho de administração do Twitter e agora está sujeita ao voto dos acionistas. Não são esperados obstáculos regulatórios, disseram analistas.
Casa Branca
A Casa Branca não comentou a transação, mas afirmou nesta segunda-feira que o presidente Joe Biden há muito se preocupa com o poder das plataformas de mídia social.
“Nossas preocupações não são novas”, disse a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki. “O presidente fala há muito tempo sobre suas preocupações sobre o poder das plataformas de mídia social, incluindo Twitter e outras, de espalhar desinformação.”
Republicanos aplaudiram o acordo nesta segunda-feira, apostando que a conta do ex-presidente Donald Trump será reincorporada ao serviço depois que o Twitter baniu o empresário após o ataque ao Congresso norte-americano por seus simpatizantes em 6 de janeiro do ano passado.
Porém, Trump, cuja empresa está construindo um rival para o Twitter chamado “Truth Social”, disse que não retornará ao Twitter, de acordo com uma entrevista à Fox News.
Tamanho da compra
Como comparação, o preço da compra do Twitter, de mais de R$ 200 bilhões, seria suficiente para comprar praticamente qualquer empresa da bolsa brasileira, com exceção de Petrobras, que vale R$ 419,5 bilhões; Vale (R$ 389,3 bilhões); Itaú Unibanco (R$ 232,7 bilhões); e Ambev (R$ 232,1 bilhões).
(Com Estadão Conteúdo e Reuters)
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