Governo Putin nacionaliza ativos da Renault na Rússia

Montadora francesa poderá recomprá-los em até 6 anos; é a 1ª nacionalização de uma grande empresa estrangeira desde a invasão à Ucrânia

ANSA Brasil

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A montadora francesa Renault entregou suas atividades na Rússia para o governo Vladimir Putin, na primeira nacionalização de uma grande empresa estrangeira promovida pelo Kremlin desde a invasão à Ucrânia.

“Foram assinados contratos para transferir os ativos russos do Grupo Renault para a Federação Russa”, afirma comunicado divulgado pelo Ministério da Indústria e do Comércio de Moscou nesta segunda-feira (16).

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A montadora francesa controlava quase 68% da AvtoVAZ, maior fabricante de carros da Rússia e dona da marca Lada, mas estava sob pressão para deixar o mercado russo por causa da guerra na Ucrânia.

A empresa, que tem capital aberto na bolsa de Paris e suas ações são negociadas sob o ticker RNO, tinha participação na montadora russa desde 2008. Ela poderá recomprar os ativos em até seis anos.

Fábrica em Moscou

Novos carros da montadora russa Lada são exibidos em uma loja em 14 de abril de 2022 em Dzerzhinsky, na Rússia, após a Renault suspender suas operações em sua fábrica em Moscou, em março, um mês após o início da invasão à Ucrânia. (Foto Getty Images)

O acordo também inclui a fábrica da companhia francesa em Moscou, que produzia modelos da Renault e da Nissan.

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A Renault suspendeu as atividades na fábrica em 24 de março, um mês após o início da guerra, depois que o chanceler da Ucrânia, Dmytro Kuleba, pedir um boicote mundial à companhia, que ainda mantinha suas operações na Rússia apesar da invasão.

“Tomamos hoje uma decisão difícil, mas necessária”, disse nesta segunda o CEO da montadora francesa, Luca de Meo, acrescentando que a cessão dos ativos à Rússia é uma “escolha responsável” em relação aos seus 45 mil funcionários no país.

Segundo o prefeito de Moscou, Sergey Sobyanin, a fábrica na cidade retomará suas atividades com a produção de carros da antiga marca soviética Moskvitch. “Não podemos permitir que milhares de trabalhadores fiquem sem emprego”.