98,2% dos paulistanos adultos têm anticorpos contra Covid, revela pesquisa

Porcentagem dos que disseram ter tomado ao menos a 1ª dose da vacina é exatamente a mesma dos que têm anticorpos; só 1,8% não se imunizou contra o vírus

Agência Brasil

Mutirão do emprego em SP
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A oitava e última etapa do SoroEpi MSP (Inquérito Soroepidemiológico Seriado para Monitorar a Prevalência da Infecção por SARS-CoV-2 no município de São Paulo) aponta que 98,2% da população adulta paulistana já tem anticorpos contra o vírus da Covid-19. As amostras foram coletadas entre 31 de março a 9 de abril e indicaram também que 96,3% da população adulta têm anticorpos neutralizantes contra o novo coronavírus original e 83,1%, contra a variante Ômicron.

“Nossos resultados anteriores sempre mostraram que nossos números eram três, quatro, cinco vezes maiores que o dos casos registrados — o que é de se esperar, porque têm muito caso assintomático ou com poucos sintomas”, afirma o biólogo Fernando Reinach, um dos responsáveis pelo projeto. Ele diz que a pessoa não vai ao hospital nesses casos e que os quase dois milhões de casos confirmados são praticamente das pessoas testadas que foram ao hospital.

A porcentagem de participantes que disseram ter tomado ao menos a primeira dose de vacinas contra a Covid-19 é exatamente a mesma dos que têm anticorpos: 98,2%. Além disso, 91% afirmaram ter recebido duas ou três doses dos imunizantes e só 1,8% não tomaram nenhuma vacina. Para Reinach, a missão dos governos agora deve ser diminuir ainda mais esse percentual e aplicar vacinas em quem só tomou uma ou duas doses.

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“Desde que a vacinação continue no ritmo atual, é provável que a pandemia na cidade de São Paulo continue em trajetória descendente — não em número de casos, que ainda vão subir várias vezes”, afirma o biólogo. Ele diz que a trajetória é descendente no sentido de não haver hospitais superlotados nem grande número de pessoas internadas ou de mortes (epidemiologistas estimam que deverão ocorrer de dois a três picos de casos de Covid-19 por ano).

Infecções entre os mais pobres

A oitava etapa da pesquisa revelou ainda que 79,1% dos paulistanos adultos já se infectaram com a doença (na anterior, o percentual era de 52,8%). O dado que identifica a presença de anticorpos contra a nucleoproteína do vírus revela que há mais casos entre a população de baixa renda: 72% dos paulistanos de maior renda contraíram o vírus, contra 84,7% dos que têm menor renda.

Reinach afirma que a tendência foi observada desde a segunda etapa da pesquisa — e permaneceu ao longo das demais fases. “As pessoas que moram nas regiões mais pobres da cidade têm mais dificuldade de se proteger contra o vírus, são obrigadas a viver onde a infecção é mais fácil. A diferença foi diminuindo, variou, mas existiu desde o começo”.

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Metodologia do estudo

O projeto SoroEpi MSP, que monitorou a frequência de indivíduos com anticorpos contra o novo coronavírus, uma colaboração entre cientistas e médicos com financiamento do Grupo Fleury, do Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), do Instituto Semeia e do Todos pela Saúde.

A metodologia aplicada no estudo dividiu a cidade em dois segmentos, com distritos de maior renda e de menor renda, e esses estratos representaram cada um metade da população adulta residente no município.

Os níveis de anticorpos anti SARS-CoV-2 (IgG e IgM) foram medidos usando um método de quimioluminescência, da marca Abbott Architect, e um segundo teste de eletroquimioluminescência, Ig total), do laboratório Roche. Os anticorpos neutralizantes, por sua vez, foram medidos usando o teste cPass SARS-CoV-2 Neutralization Antibody Kit, da Genzyme Inc.

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