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A inflação permanece no foco dos investidores, após uma semana negativa para as Bolsas, com preocupações sobre a escalada global de preços. O mercado segue bastante atento e sensível a novos sinais de aperto monetário, sobretudo nos Estados Unidos, onde a ata da última reunião do Comitê de Mercado Aberto (Fomc), do Federal Reserve, é um dos principais destaques.
A minuta é a da última reunião realizada pela autoridade, nos dias 3 e 4 de maio, e na qual o Fed acelerou o ritmo de alta de juros, elevando a taxa em 50 pontos base. “A ata do Fomc deve mostrar um debate em torno das taxas neutras e se a autoridade deve ou não mover os juros para território restritivo”, prevê o Bank Of America. O documento será divulgado na tarde da próxima quarta-feira (25).
Um dia antes, na terça (24), os investidores vão conhecer a prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) do mês de maio. O mercado espera por uma desaceleração, resultante da mudança da bandeira tarifaria de energia elétrica de escassez hídrica para verde. “Além disso, alimentação e combustíveis também vão contribuir para a redução da inflação. Por outro lado, os núcleos ainda devem vir pressionados”, prevê o Bradesco.
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O Itaú acredita em uma alta mensal de 0,42% para o IPCA-15, levando a taxa anual para 12,01%, uma leve desaceleração em relação a abril, quando o acumulado de 12 meses estava em 12,03%. Apesar da menor pressão da tarifa de energia, os analistas do banco afirmam que outros preços regulados, como de remédios e combustíveis, devem continuar pressionando o índice para cima, refletindo ajustes de preço.
“Itens fora do núcleo, como alimentação em casa, etanol e passagens aéreas também vão pressionar a inflação”, diz a análise do Itaú. O Bradesco, por sua vez, aposta em alta de 0,46% para o IPCA-15.
Na quinta-feira (26) estão previstos os números do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). O Itaú acredita que o emprego no setor privado continuou a avançar em Brasil e se os números confirmarem isso, será o quarto mês consecutivo do Caged em território positivo. O Bradesco também acredita em um saldo robusto de contratações no mercado formal de trabalho.
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“Na série livre de influência sazonal, deveremos observar contratações liquidas de aproximadamente 200 mil trabalhadores”, projeta o Bradesco.
Com a continuidade da greve dos servidores do Banco Central, o mercado deve ficar sem a referência das previsões do Relatório Focus pela terceira semana consecutiva. Ainda em Brasília, a Câmara dos Deputados deve votar a proposta para reduzir o ICMS de combustíveis, energia, telecomunicações e transportes públicos.
No exterior, destaque para dados de atividade e inflação nos EUA. Na sexta-feira, teremos os dados de gastos e renda das famílias americanas referentes a abril, bem como o deflator do consumo que é o principal índice de inflação monitorado pelo FED. Ainda nos EUA, o FED divulga a ata da última reunião de política monetária na quarta-feira. Por fim, haverá também a divulgação das prévias de maio dos índices PMI da Europa. A votação do projeto de lei foi pautada para votação na terça-feira (24).
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“Com relação ao impacto, estimamos uma queda potencial da inflação de até 1,5 pp se [o PL for] aprovado, enquanto o custo fiscal é avaliado em cerca de R$ 56 bilhões por ano. Atualmente projetamos inflação para este ano em 8,5%”, diz o Itaú.
Na agenda internacional, a semana será marcada pela divulgação de uma série de PMI’s, índices de gerentes de compras que acompanha o desempenho de empresas do setor privado. Quando esses indicadores ficam acima de 50, significa negócios em expansão. Abaixo disso, implica em retração. Nos próximos dias serão divulgados os PMI’s do Japão (na segunda-feira), Alemanha, zona do Euro, Reino Unido (os três na terça-feira) e dos Estados Unidos (na quarta).
O PIB da Alemanha no primeiro trimestre será divulgado na quarta-feira e a revisão do PIB americano sai na quinta. Na primeira leitura, a economia americana apresentou uma contração de 1,4% nos três primeiros meses do ano.
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Na sexta-feira, saem dados de gastos e renda das famílias dos Estados Unidos em abril.
Agenda corporativa
A compra do Grupo Big pelo Carrefour Brasil (CRFB3) foi aprovada pelos acionistas da empresa em assembleia geral extraordinária (AGE) na semana passada. O próximo passo para a transação será dado na próxima quarta-feira (25), quando a transação será avaliada em sessão ordinária do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
A proposta de compra do Grupo Big inclui o pagamento, em dinheiro, de R$ 5,25 bilhões aos atuais controladores da varejista, o fundo de private equity Advent International e Walmart; e a incorporação dos 30% remanescentes do capital social pelo Carrefour Brasil.
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Também na quarta-feira, a Raízen (RAIZ4) fará um encontro com investidores e analistas. No dia seguinte (26) é a vez da Cosan (CSAN3) fazer evento semelhante.
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