Regras para carteiras cripto privadas permitirão inovação, diz vice-secretário do Tesouro dos EUA

Armazenar criptomoedas anonimamente fora de locais regulamentados permite que as pessoas ignorem sanções, afirma

CoinDesk

Wally Adeyemo, vice-secretário do Tesouro dos EUA (Suzanne Cordiero/CoinDesk)
Wally Adeyemo, vice-secretário do Tesouro dos EUA (Suzanne Cordiero/CoinDesk)

Publicidade

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos está mais uma vez analisando uma proposta controversa para identificar quem controla as carteiras de criptomoedas não hospedadas (privadas e sem custódia). Apesar disso, o órgão garantiu no Consensus 2022, em Austin, no Texas, que está aberto para parcerias e inovações que ajudem a combater o crime financeiro.

Wally Adeyemo, vice-secretário do Tesouro, disse que armazenar criptomoedas anonimamente fora de locais regulamentados permitiu que as pessoas contornassem sanções e verificações contra lavagem de dinheiro.

“Estamos trabalhando para lidar com os riscos exclusivos associados a carteiras não hospedadas”, falou Adeyemo durante uma entrevista nesta sexta-feira (10), alertando que os acordos atuais permitem transações negligentes com criminosos ou indivíduos sancionados.

Continua depois da publicidade

“As carteiras não hospedadas são efetivamente apenas endereços em uma blockchain”, acrescentou. “Pode ser difícil determinar de quem é a posse e o controle, criando oportunidades para abusar desse anonimato elevado.”

A aplicação de verificações de identidade de “Conheça Seu Cliente” (KYC, em inglês) nos proprietários de carteiras privadas foi proposta pela primeira vez em 2020 pelo então secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, mas a proposta foi repetidamente adiada sob o governo Biden – enquanto movimentos paralelos na União Europeia levantaram críticas na indústria por prejudicar a inovação e a privacidade.

“Eu entendo e respeito a necessidade e o desejo de privacidade, mas precisamos ter certeza de que não estamos criando avenidas onde aqueles que desejam movimentar fundos ilicitamente possam usar ativos digitais mais do que os ativos tradicionais”, disse Adeyemo.

Continua depois da publicidade

A ideia de que os pagamentos de criptomoedas poderiam escapar das sanções impostas à Rússia por ter invadido a Ucrânia apenas aumentou os receios, mas as autoridades prometem trabalhar com o setor, e não contra ele.

“A única maneira de impedir que atores ilícitos operem … [é] em parceria com investidores e inovadores”, disse Adeyemo, prometendo garantir que “os atores responsáveis do espaço sejam os parceiros do governo, em vez de trabalhar em oposição a nós, ou sentir que nossas regras não lhe dão espaço para inovar de uma maneira que nos ajude a resolver esses problemas.”

Ele deu poucas pistas sobre como isso poderia funcionar. “Não vou adiantar nosso processo de regulamentação”, falou. No entanto, ele prometeu que seria flexível o suficiente para trabalhar com uma indústria que muda de ano para ano.

Continua depois da publicidade

“As criptomoedas não foram a principal via de evasão” das sanções russas, disse ele. “Mas onde vermos isso acontecer, vamos atrás”.

Até onde as criptomoedas vão chegar? Qual a melhor forma de comprá-las? Nós preparamos uma aula gratuita com o passo a passo. Clique aqui para assistir e receber a newsletter de criptoativos do InfoMoney

CoinDesk

CoinDesk é a plataforma de conteúdos e informações sobre criptomoedas mais influente do mundo, e agora parceira exclusiva do InfoMoney no Brasil: twitter.com/CoinDeskBrasil