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SÃO PAULO – O cenário pode parecer nebuloso para a economia brasileira – ao longo dos meses as projeções para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) têm despencado -, mas medidas recentes do governo do País trouxeram algum alívio para o mercado, principalmente para alguns setores, que podem se beneficiar bastante até o final de 2012.
Dentro dessa perspectiva, o Portal InfoMoney entrevistou 12 analistas para desvendar as melhores apostas em ações de menor liquidez para o segundo semestre deste ano.
Ao todo, foram listadas 15 small caps para os investidores ficarem de olho ao longo deste ano, sendo que as empresas que estão no topo do ranking são Marcopolo (POMO4), Eternit (ETER3), Valid (VLID3) e M.Dias Branco (MDIA3), cada uma com 3 recomendações.
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Essa companhias também ganham destaque pela rentabilidade já acumulada até julho, todas acima dos 17% – muito superior ao Ibovespa no mesmo período, de 0,82%. Contudo, apesar desse forte desempenho, os analistas indicam: elas ainda tem força para crescer mais.
Confira as 15 apostas Small Caps dos analistas para o 2º semestre:
Empresas | Ticker | Recomendações* | Performance em 2012 |
Diferença sobre o Ibovespa** |
|
Marcopolo | POMO4 | 3 | +48,13% | +48,95 p.p. | |
Eternit | ETER3 | 3 | +22,55% | +23,37 p.p. | |
Valid | VLID3 | 3 | +56,87% | +57,69 p.p. | |
M.Dias Branco | MDIA3 | 3 | +17,71% | +18,53 p.p. | |
Magazine Luiza | MGLU3 | 2 | +10,42% | +11,24 p.p. | |
Grendene | GRND3 | 2 | +57,39% | +58,21 p.p. | |
EzTec | EZTC3 | 2 | +43,13% | +43,95 p.p. | |
SLC | SLCE3 | 2 | +54,27% | +55,09 p.p. | |
Randon | RAPT4 | 1 | +13,14% | +13,96 p.p. | |
Saraiva | SLED4 | 1 | -2,39% | -1,57 p.p. | |
SulAmérica | SULA11 | 1 | -6,74% | -5,92 p.p. | |
Marisa | AMAR3 | 1 | +34,96% | +35,78 p.p. | |
OdontoPrev | ODPV3 | 1 | +13,66% | +14,48 p.p. | |
Taesa | TAEE11 | 1 | – | – | |
Estácio | ESTC3 | 1 | +41,70% | +42,52 p.p. | |
*Participaram desta pesquisa: Mario Bernardes Júnior (BB Investimentos), Paulo Esteves (Gradual Investimentos), Felipe Rocha (Omar Camargo Investimentos), Julio Hegedus (JHN Consulting), Pedro Galdi (SLW Corretora), João Pedro Brugger (Leme Investimentos), Rodolfo Amstalden (Empiricus Research), Marcelo Halmel (Monte Bravo Investimentos), Paulo Schroer (TBCS), William Castro Alves (XP Investimentos), Thomas Chang (UM Investimentos), Ivanor Torres (Geral Investimentos). |
Conheça mais sobre algumas empresas:
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Marcopolo:
As ações da Marcopolo foram favorecidas pelos incentivos do governo, como a compra de uma série de equipamentos e bens de capital para estimular a indústria e alavancar o crescimento da economia este ano.
Segundo o analista Mario Bernardes Júnior, do BB Investimentos, a companhia tem uma das maiores fatias do mercado brasileiro no segmento de ônibus e deve se destacar nas compras do governo. Além disso, a redução na TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) também deve favorecer a empresa, já que tende a diminuir a dívida da companhia e aumentar o seu valor.
Outro ponto ressaltado por Felipe Rocha, da Omar Camargo, e Paulo Roberto Schroer, da TBCS, é que a Marcopolo deve ser beneficiada também pelos investimentos nos projetos da Copa do Mundo em 2014, com alguns deles já tendo sido iniciados, como em Brasília, Porto Alegre e Rio de Janeiro.
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Eternit:
Outra forte aposta dos analistas são nas ações da Eternit, que tem como grande atrativo um bom dividend yield (dividendo pago por ação/cotação da ação), além de um crescimento interessante. A companhia está concluindo um programa de expansão e está investindo na diversificação dos seus produtos e produção. Para o analista-chefe da Gradual, Paulo Esteves, a somatória desses fatores deve adicionar valor ao papel no segundo semestre.
Nesse mesmo caminho, Marcelo Halmel, sócio da Monte Bravo Invetimentos, e o analista Thomas Chang, da UM Investimentos, ressaltam que a empresa não é mais dependente do amianto – produto que já afetou bastante a companhia – e possui boas margens.
Valid:
Além de ser voltada para a economia doméstica, a Valid se destaca por elevado payout (dividendo pago por ação/lucro líquido por ação), além de apresentar uma diversificação dos seus negócios. A companhia presta serviços nos segmentos de meios de pagamentos, sistemas de identificação e telecomunicações.
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Para o analista Ivanor Torres, da Geral Investimentos, a segurança oferecida pela solidez dos seus resultados, aliado a um potencial de crescimento de novos negócios e aquisições, torna o investimento na empresa atrativo.
M.Dias Branco:
A empresa possui liderança no mercado nacional na fabricação de massas e biscoitos. Por ter um ticket médio relativamente baixo, a empresa permite maior repasse de preços ao consumidor para compensar as elevações no preço do trigo e apreciação do dólar frente ao real, disse Torres.
Ele também destaca o processo de verticalização da empresa em andamento visando ganhos de eficiência e diminuição do impacto do preço das matérias-primas na matriz de custo.
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Além disso, Rocha complementa ainda que as recentes aquisições da empresa devem trazer novas sinergias e melhores margens.
Magazine Luiza:
As empresas voltadas ao crédito devem ser bastante favorecidas ao longo de 2012, como é o caso da Magazine Luiza, disseram os analistas Júlio Hegedus Netto, da JHN Consulting, e Pedro Galdi, da SLW.
Para eles, as ações da companhia devem ser beneficiadas pelas medidas do governo, como a extensão da redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) da linha branca por mais dois meses. Além disso, a empresa deverá apresentar melhores resultados a partir deste trimestre, uma vez que haverá redução de despesas não recorrentes, como efeito da integração das Lojas Maia e Baú.
Grendene:
Entre as empresas do setor de varejo, o analista João Pedro Brugger, da Leme Investimentos, e a equipe de análise da UM Investimentos optaram pelas ações da Grendene, por acreditar que a companhia tem bastante espaço para crescer, além de conseguir equilibrar bem sua exposição ao cenário interno e externo.
Vale lembrar que no primeiro trimestre, a empresa conseguiu recuperar suas margens perdidas em períodos anteriores, principalmente, devido à retomada do consumo interno, além da aquisição de novas máquinas, que melhoraram o processo logístico e o aproveitamento de matéria-prima.
EzTec:
A companhia apresenta margens elevadas e conservadora estrutura de capital, somada a um banco de terrenos consistente com sua estratégia de crescimento, o que lhe garante vantagens competitivas em seu setor de atuação, disse o analista Torres, da Geral Investimentos.
Para ele, a empresa segue com projeções elevadas de lançamentos e vendas, além de consistência nas margens operancionais.
Atuante na região metropolitana de São Paulo, o analista Hegedus também aposta na companhia como uma boa opção para o segundo semestre, enfatizando principalmente a boa gestão da EzTec.
SLC:
A companhia deve continuar se beneficiando do crescimento do Brasil, que depende muito do avanço do setor agrícola e esse panorama não deve mudar ao longo dessa decada, apontou Brugger. Ele ainda enfatiza a empresa tem bons dividendos, fundamentos e baixo endividamento, e deve continuar subindo ao longo do ano, mesmo que as ações tenham acumulado forte valorização de 54,27% em 2012.
Já o analista Rodolfo Amstalden, da casa de research Empiricus, indica que a empresa está em fase de ajuste de safra e tem um bom posicionamento em soja, que está com preços bem favoráveis.
No quarto e primeiro trimestre deste ano, a companhia mostrou bom resultado, impulsionado pelo forte aumento dos preços das commodities. Vale lembrar também que, recentemente, a empresa anunciou parceria com um fundo de investimento, que irá aportar US$ 238,5 milhões para a aquisição e o desenvolvimento de terras.
Randon:
Outra beneficiada pelo anúncio do governo brasileiro será a Randon (RAPT4), já que as aquisições pretendidas irão impulsionar o volume de vendas dos setores de veículos, autopeças e implementos.
Além disso, o analista Mário Bernardes Júnior reforça que com a economia norte-americana andando de lado e a Europa em declínio, as empresas ligadas ao mercado interno, como a Randon, irão ser favorecidas.
Saraiva:
A Saraiva é uma das apostas do analista-chefe da Gradual, uma vez que “possui os menores múltiplos do setor e o maior potencial de valorização de ações”.
Atuante também no mercado editorial, a companhia é a quarta maior editoria de livros didáticos – com 12,6% de market share – e conta com 20,5% de participação no segmento de livros técnicos, cientificos e profissionais.
Além da sólida posição das vendas físicas, Esteves ressalta o comércio eletrônico, que representou 36% da receita líquida da companhia em 2011, e é um importante diferencial da empresa, que poderá dinamizar o crescimento da receita nos próximos anos.
SulAmérica:
O analista William Castro Alves, da XP Investimentos, acredita que a companhia vai conseguir mostrar desempenho satisfatório esse ano, enquanto a redução na taxa básica de juros deve fazer com que a empresa se arrisque mais, o que vai permitir uma melhor rentabilidade.
Recentemente, a companhia adquiriu 83,27% do capital da Sulacap, que ocupa o quarto lugar no ranking nacional de empresas de títulso de capitalização. A notícia foi vista com bons olhos pelos analistas de mercado, uma vez vai ajudar na diversificação da receita da empresa, potencialmente reduzindo sua concentração em seguro de saúde, de 66% para 59%.
Marisa:
Galdi, da SLW, aposta nas ações da Lojas Marisa, visto que os papéis estão bastante defasados em relação aos seus pares na bolsa acionária.
Segundo ele, a empresa tem passado por um longo período de ajustes e deve voltar a apresentar resultados mais sólidos ao longo do ano, visto que estão sob implantação projetos para aumentar o faturamento e a rentabilidade das lojas.
OdontoPrev:
A empresa apresenta um perfil considerado mais defensivo, com boa proteção do fluxo de caixa contra a inflação. Além disso, ela também demonstra uma política de estrutura de capital conservadora, com endividamento líquido negativo, reduzindo o risco de crédito.
Na visão de Galdi, a OdontoPrev é uma empresa nova, que apresenta um relevante potencial de valorização, além do possível crescimento em relação à parceria com o Banco do Brasil.
Taesa:
Chang, da equipe de análise da Um Investimentos considera a Taesa uma alternativa interessante nesse universo de small aps. Com a eminência da oferta de ações, que deve ser realizada no segundo semestre, o volume de negócios deve aumentar as margens da companhia, comentou o analista.
Para eles, a companhia está com múltiplos bem parecidos com seu principal par do setor, a Transmissão Paulista (TRPL4) – que deve sofrer com o vencimento de diversos contratos em breve e não são investimentos tão atrativos assim.
Estácio Participações:
O analista da XP Investimentos aposta nas ações da Estácio Participações, já que diferentemente de suas concorrentes, a empresa não tem se aventurado em grandes aquisições que podem danificar seus resultados.
Segundo ele, o foco da companhia em geração de caixa e eficiência na cobrança de recebíveis faz total sentido aos olhos do investidor de médio e longo prazo.