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O Ibovespa fechou próximo da estabilidade nesta quarta-feira (22), recuando 0,16%, aos 99.552 pontos, em um dia marcado pela instabilidade e que contou com R$ 23,6 bilhões negociados.
O principal índice da Bolsa brasileira abriu em queda, virou durante o início da tarde mas, na última hora do pregão voltou a apresentar leve tendência de baixa.
Em parte, toda a movimentação acompanhou a performance dos principais benchmarks americanos, que também oscilaram durante todo o dia e, no final, fecharam em leve queda – com o Dow Jones recuando 0,15%, o S&P 500 0,13% e e o Nasdaq 0,15%.
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A sessão foi marcada pela fala de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, ao Comitê Bancário do Senado dos EUA. Ele afirmou que o Fed está fortemente comprometido em reduzir a inflação, mas sem tentar causar uma recessão no processo. E acrescentou que a economia dos EUA está bem posicionada para lidar com uma política monetária mais apertada.
“Tivemos um dia pautado pelas falas do presidente do Federal Reserve, pelas falas de Joe Biden. Com tudo que foi dito, podemos ter a sensação de que o mundo pode se aproximar de uma desaceleração mais forte e que os Estados Unidos podem aumentar a taxa de juros mais do que o projetado”, comenta Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimento.
“O que continua pesando no humor lá fora é o risco de recessão, que vem aumentando, de acordo com vários bancos dos Estados Unidos. Hoje, o diretor executivo do Citi afirmou que vê uma chance de 50% de haver uma recessão global neste ano”, contextualiza Rodrigo Crespi, analista da Guide Investimentos.
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Do outro lado, porém, o especialista aponta que o mercado reagiu bem ao pedido do presidente americano Joe Biden ao Congresso para reduzir os impostos federais sobre os combustíveis derivados de petróleo, o que explica o fôlego apresentado no meio do pregão.
Além disso, o próprio recuo do petróleo, com o barril Brent fechando em queda de 3,44%, a US$ 110,71, também deu uma folga aos ativos de risco, diminuindo a pressão inflacionária e, decorrentemente, derrubando os treasuries yields – o título para dez anos dez anos viu sua taxa cair 14,5 pontos-base, para 3,16%.
O minério de ferro também teve participação no alivio da pressão inflacionária forte recuo, com baixa de 5,5% no porto chinês de Qingdao.
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No Brasil, a curva de juros recuou, seguindo o desempenho dos treasuries. O DI para 2023 teve seu rendimento caindo um ponto-base, para 13,55%. No meio e na ponta longa da curva, no entanto, os recuos foram mais abruptos – os DIs para 2025, 2027 e 2029 tiveram suas taxas caindo, respectivamente, 13, 12 e 10 pontos, para 12,34%, 12,27% e 12,44%.
Queda das commodities derruba juros mas enfraquece real
O dólar, porém, avançou frente a moeda brasileira. “O destaque negativo do pregão foi a moeda. O real sofreu bastante em relação aos pares, em grande parte por conta da queda das commodities, com recuou de petróleo, minério e grãos”, explica Sergio Zanini, sócio e gestor da Galápagos Capital. “Além disso, o noticiário doméstico também vem prejudicando a moeda local”.
O dólar futuro fechou em alta de 0,98%, a R$ 5,194. O dólar comercial avançou 0,45%, a R$ 5,176 na compra e a R$ 5,177 na venda. Lá fora, no entanto, a moeda americano registrou queda frente outras moedas, com o DXY caindo 0,22%.
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Segundo Zanini, a queda da curva de juros deu suporte para algumas das ações brasileiras.
Entre as maiores altas Ibovespa, estão os papéis ordinárias da Méliuz (CASH3), com mais 7,69%, companhia vista pelo mercado como sendo de crescimento. Outras empresas que tem ligação direta com as oscilações da curva de juros (como as varejistas, que se beneficiam do melhor acesso ao crédito), também foram destaques – as a ON da Via (LWSA3) subiram 2,69%, e as da da Locaweb (LWSA3), 2,40%.
Destaque, entre setores, para as companhias de proteína, que surfaram na baixa dos grãos, o que aumenta suas margens. As ON da BRF e da Minerva subiram, na sequência, 4,81% e 3,77%.
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Entre as maiores quedas, figuram nomes como a 3R Petroleum (RRRP3), com menos 6,68%, da PetroRio (PRIO3), com menos 6,68%, e da CSN (CSNA3), com menos 4,60%, todas seguindo os desempenhos das commodities com que trabalham.
O IRB, no entanto, registrou a maior baixa do Ibovespa, recuando 10,60%, após o anúncio de que teve um prejuízo de R$ 92,7 milhões em abril, alta de 89,6% na base anual.
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