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Com o inverno das criptomoedas, algumas empresas do setor bloquearam saques em meio a uma onda de pedidos de resgate que secou a liquidez das plataformas. No Brasil, no entanto, outro problema afeta boa parte dos usuários: a Binance, maior exchange cripto do país segundo algumas estimativas, paralisou há quase uma semana os saques via Pix.
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A Binance interrompeu saques de reais para contas bancárias brasileiras apontando problemas com o banco digital Capitual, com o qual rompeu uma parceria que, até então, garantia o funcionamento do Pix para clientes da corretora.
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A medida, tornada pública no dia 17 de junho, pegou clientes de surpresa e se somou a outros episódios de suspensões de saques pelo mundo, como os das exchanges Hoo.com e Babel Finance, ambas de Hong Kong, além da norte-americana Celsius, que entrou em crise com a queda brusca do mercado nas últimas semanas e impediu que clientes resgatassem suas criptomoedas.
A situação da Binance não é a mesma. Até o momento, a empresa não liberou operações via Pix, mas segue disponibilizando duas alternativas para retiradas em dinheiro: via P2P (peer-to-peer), modalidade que implica em negociar com outra pessoa para receber os valores na conta; ou pela função “Vender para cartão”, que permite liquidar criptos e depositar reais diretamente em um cartão de crédito ou débito de bandeira Visa.
No entanto, nem todos os consumidores têm cartão Visa ou sabem negociar com vendedores por meio do P2P. Mas, é possível transferir ativos digitais livremente de uma exchange para outra por meio da tecnologia blockchain, usando a rede da moeda digital, que opera de forma independente do sistema bancário. Depois, basta liquidar as criptos na plataforma escolhida e sacar via Pix normalmente.
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BitPreço, Bitso, Coinext, Foxbit, Huobi, KuCoin e Mercado Bitcoin são algumas das corretoras que oferecem acesso ao sistema de pagamentos do Banco Central e mantêm o serviço do Pix ativo neste momento.
Veja, a seguir, como transferir criptomoedas de uma exchange para outra.
Obtenha o endereço de destino
O primeiro passo é conseguir o endereço da carteira de destino das criptomoedas. Trata-se de uma sequência alfanumérica longa, cujo padrão varia de cripto para cripto.
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Para obter o endereço, escolha uma exchange de destino (onde as criptos serão transformadas em dinheiro), busque pela criptomoeda desejada e selecione a opção de depósito. A corretora mostrará o código da carteira que deverá ser utilizado para a operação (ele também pode aparecer em forma de QR Code). Copie o código fornecido.
Atente-se também para a rede oferecida pela exchange – a informação será útil mais à frente.
Realize o saque da criptomoeda
Na exchange de origem (de onde sairão as criptos), selecione a mesma criptomoeda escolhida no passo anterior. Mas, dessa vez, busque pela opção de saque. Neste momento, a plataforma exibirá um campo onde o usuário deverá digitar o código da carteira de destino. Cole o endereço da carteira copiado anteriormente.
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Para transferência de Bitcoin (BTC), a rede costuma ser selecionada automaticamente. Já para saques de Ethereum (ETH), a rede deve ser ERC-20. Para demais criptos, a escolha de blockchain costuma ser manual.
A stablecoin Tether (USDT), por exemplo, pode ser transferida por meio de diversas redes, como BNB Chain (antiga Binance Smart Chain), Ethereum, Solana e Tron. O importante é selecionar a rede compatível com o endereço de destino – caso contrário, a cripto poderá ser perdida para sempre.
Passada essa etapa, basta escolher a quantidade de cripto a ser enviada e conferir se o endereço da carteira realmente coincide com o fornecido pela exchange de destino – se os endereços forem diferentes, a transação dará errado e usuário poderá perder as criptos.
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Confirmadas as informações, é só realizar as validações exigidas (com código SMS e autenticador, por exemplo) e finalizar a transferência.
Faça o saque via Pix
As criptomoedas podem demorar vários minutos para chegar até a carteira de destino, dependendo do ativo e da blockchain. Uma transação de Bitcoin demora pelo menos 10 minutos (o tempo de validação dos blocos no processo de mineração). Entretanto, é comum que o usuário precise esperar mais tempo para que a exchange conclua o saque.
As redes mais rápidas costumam ser as rivais do Ethereum, como BNB Chain, Solana e Tron, assim como a Stellar Network (XLM). Nessas blockchains, a transferência pode levar apenas alguns segundos.
Recebidos os criptoativos na carteira da corretora de destino, basta então liquida-las para transformar tudo em reais. Desde que o usuário selecione uma das exchanges listadas acima, é possível fazer o saque normalmente para a conta bancária via Pix.
Custos
Ao transferir criptomoedas de uma exchange para outra, o usuário deverá arcar com a taxa de rede cobrada pela blockchain selecionada. Em momentos de queda de preços como o atual, esse custo pode ser reduzido. No entanto, algumas blockchains serão sempre mais caras que outras.
A rede Ethereum (ERC-20) costuma ter as maiores taxas, enquanto Solana, Polygon, BNB Chain, Tron e Stellar oferecem transações mais em conta e, por isso, são mais recomendadas – desde que a criptomoeda e a exchange de destino ofereçam suporte.
Já o saque de reais via Pix, após a venda das criptomoedas, pode ser ou não cobrado, dependendo da plataforma.
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