Dividendos de FIIs: confira os maiores pagadores de junho; RZAK11 rende 1,82% e lidera

No acumulado dos últimos 12 meses, três fundos imobiliários apresentam retornos acima de 17%

Wellington Carvalho

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Focado no investimento em certificados de recebíveis imobiliários (CRI), o Riza Akin (RZAK11) fechará junho como o FII que mais distribuiu dividendos, de acordo com dados da Economatica, plataforma de informações financeiras. Como já ocorre nos últimos anos, os fundos de recebíveis dominaram a lista dos maiores pagadores do período.

O levantamento toma como base os 106 fundos imobiliários que compõem o IFIX – índice que reúne os FIIs mais líquidos da B3. Todas as carteiras já anunciaram as distribuições de dividendos previstas para este mês.

Dos 106 fundos monitorados, 50 tiveram uma taxa de retorno com dividendos (dividend yield) acima de 1% no mês. O número é superior aos 46 registrados em maio.

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Nesta semana, o Riza Akin depositou R$ 1,80 por cota, o equivalente a um retorno mensal de 1,82%, considerando a cotação de R$ 98,84 do dia 14 de junho. O percentual é o maior para o mês, de acordo com os dados da Economatica. Confira a lista dos dez maiores pagadores de junho:

Ticker Fundo Setor Retorno com dividendos – Junho (%)*
RZAK11 Riza Akin Fundo de Investiment-Unica Títulos e Val. Mob. 1,82
URPR11 Urca Prime Renda Títulos e Val. Mob. 1,81
VCJR11 Vectis Juros Real Títulos e Val. Mob. 1,78
ARCT11 Riza Arctium Real Estate Híbrido 1,77
VGIP11 Valora Cri Índice de Preço Títulos e Val. Mob. 1,75
RECR11 REC Recebíveis Títulos e Val. Mob. 1,71
KNHY11 Kinea High Yield CRI Títulos e Val. Mob. 1,67
KNIP11 Kinea Índices de Preços Títulos e Val. Mob. 1,65
DEVA11 Devant Recebíveis Títulos e Val. Mob. 1,62
NCHB11 NCH Eqi High Yield Recebiveis Títulos e Val. Mob. 1,59

Fonte: Economatica

O Riza Arctium Real Estate (ARCT11), destaque da lista dos maiores pagadores em maio, se consolidou em junho na quarta posição da lista dos FIIs que com maiores dividendos, com uma taxa de retorno de 1,77%, contra 1,92% do mês anterior.

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Na última quarta-feira (22), o Riza Arctium Real Estate pagou R$ 1,86 por cota. Em 12 meses, o fundo acumula um retorno com dividendos de 17%.

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Riza Akin (RZAK11), o maior pagador do mês

Focado no investimento em CRI, o Riza Akin tem patrimônio líquido de R$ 315 milhões. Atualmente, 58,2% dos títulos da carteira estão indexados à taxa do CDI (certificado de depósito interbancário), que acompanha a elevação da taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 13,25% ao ano.

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“A gestão mantém a visão positiva para uma maior alocação em papeis com indexação à taxa do CDI, seguido de papéis em IPCA, conforme o posicionamento atual do fundo”, destaca relatório gerencial da carteira.

Além disso, o documento sinaliza que o desempenho da carteira foi beneficiado por receitas não recorrentes. “O portfólio segue aproveitando capturas pontuais de ganho de capital em operações de venda de recebíveis e recebimentos de ganhos extraordinários”, detalha o documento.

Na avaliação de Luís Nuin, analista de FIIs da Levante, a sinalização de ganhos extraordinários não deve ser ignorada pelo investidor.

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“É muito importante salientar que [as últimas distribuições] têm relação com operações não recorrentes”, reforça. “Os ganhos extraordinários podem ter relação com operações alavancadas [emissão de dívida] que o fundo fez recentemente”, sugere.

No relatório gerencial, o fundo também enfatiza a expectativa de distribuir, em julho, um rendimento da mesma magnitude do distribuído em junho e maio, ou seja, R$ 1,80 por cota.

Fonte: FII RZAK11

FIIs de “papel” seguem com o protagonismo

Dos dez FIIs que mais pagaram dividendos em junho, nove são fundos de recebíveis – ou de “papel”, como também são conhecidos. Esses fundos investem em títulos de renda fixa atrelados a índices de inflação ou à taxa do CDI.

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“Seguimos achando o segmento de ‘papel’ mais atraente para o curto e médio prazo em função do ambiente complicado que se forma à frente”, avalia Nuin, ao lembrar especialmente da pressão inflacionária e do atual aperto monetário. “E o que corrobora a exposição maior ao segmento de papel é que esse patamar de juros deve permanecer por algum tempo”, prevê.

Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a Selic em 0,50 ponto percentual, para 13,25% ao ano, o maior patamar desde dezembro de 2016. Foi a 11ª elevação da taxa desde fevereiro de 2021.

Na ata divulgado ao mercado, o colegiado admitiu que a inflação não deve convergir para o centro da meta em 2023, apesar da extensão do ciclo de alta de juros. O Copom sinalizou também que a Selic vai precisar subir mais e permanecer em níveis elevados por um tempo maior para combater a alta de preços.

A previsão reforça o fôlego dos fundos de “papel” seguirem distribuindo dividendos no ritmo visto nos últimos meses, sinaliza Nuin.

FIIs que mais pagaram dividendos nos últimos 12 meses

No acumulado dos últimos 12 meses, o Valora Hedge Fund (VGHF11) tem o melhor dividend yield entre os fundos imobiliários do Ifix. No período, a carteira ostenta uma taxa de retorno com dividendos de 17,72%. Outros dois fundos apresentam ganhos na casa dos 17%, o Urca Prime Renda (URPR11) – maior pagador de 2021 – e o Riza Arctium Real Estate (ARCT11).

Ticker Fundo Setor Retorno com dividendos – 12 meses (%)*
VGHF11 Valora Hedge Fund Títulos e Val. Mob. 17,72
URPR11 Urca Prime Renda Títulos e Val. Mob. 17,03
ARCT11 Riza Arctium Real Estate Híbrido 17,00
VGIP11 Valora Cri Índice de Preço Títulos e Val. Mob. 15,75
ARRI11 Átrio Reit Recebíveis Títulos e Val. Mob. 15,62
AFHI11 AF Invest Cri Títulos e Val. Mob. 15,17
DEVA11 Devant Recebíveis Títulos e Val. Mob. 15,15
VCJR11 Vectis Juros Real Títulos e Val. Mob. 15,06
KNIP11 Kinea Índices de Preços Títulos e Val. Mob. 14,91
SPTW11 SP Downtown Lajes Corporativas 14,81

Fonte: Economatica 

O Valora Hedge Fund é um fundo com perfil multiestratégia, que pode investir em CRI, cotas de outros FIIs, fundos de investimento em direitos creditórios (FIDC), fundo de investimento e participações (FIP), além de debêntures imobiliárias e ações de empresas listadas na Bolsa.

Atualmente, 14% da carteira do fundo está na estratégia de ganho de capital, com ações de empresas de shoppings e incorporadoras. Dentro do portfólio voltado para a renda, os CRI respondem por 60,6% da carteira.

No início do mês, o Valora Hedge Fund distribuiu R$ 0,14 por cota, montante equivalente a um retorno mensal de 1,43%. Em dezembro de 2021, o fundo alcançou um dividend yield mensal de 1,80%, conforme mostra a página do Valora Hedge Fund no InfoMoney.

Fonte: InfoMoney

Retorno com dividendos do Ifix alcança maior nível da história

A taxa de retorno com dividendos do Ifix alcançou 12,42% nos últimos 12 meses encerrados em maio, o maior nível da série histórica, de acordo com o Flow Imobiliário, relatório mensal da XP Investimentos divulgado na última terça-feira (21).

Além de alcançar o maior nível dos últimos anos, o dividend yield do Ifix também se distanciou dos rendimentos da NTN-B com vencimento em 2035, título público de longo prazo emitido pelo governo federal. A diferença chegou a 6,71 pontos percentuais, patamar superior à média histórica de 3,19 pontos percentuais.

O resultado foi influenciado pelo dividend yield dos fundos de “papel” que, em maio, bateu 16,05%, de acordo com o Flow Imobiliário.

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Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.