O 5G já é uma realidade no Brasil.
A internet de quinta geração começou a ser fornecida em Brasília no início de julho e a implementação já está acontecendo em várias outras capitais como Belo Horizonte, Porto Alegre e São Paulo.
A tecnologia funcionará em aparelhos de celulares específicos. Por ora, são quase 70 modelos de smartphones aptos a funcionar com a nova tecnologia no Brasil.
As mudanças, com a chegada da nova geração, prometem mudar tudo em nossa volta: na área da saúde, por exemplo, será possível realizar cirurgias remotas.
As redes 5G vão auxiliar na evolução da infraestrutura de transportes, possibilitando a chegada em massa de carros autônomos em vias inteligentes. Uma infinidade de aplicações de realidade virtual e aumentada também serão colocadas em prática.
Tem dúvidas sobre a tecnologia? Confira sete respostas, abaixo, sobre o tema.
O que é tecnologia 5G?
O 5G é a nova geração de sistemas celulares e arquitetura de rede que fornecerá conectividade de banda larga robusta, com baixa latência (tempo mínimo entre o estímulo e a resposta da rede de Telecom) de forma massiva. Trata-se de uma infraestrutura que possibilitará a criação de novos serviços, afirma a Anatel.
Segundo a agência, a nova tecnologia possui três modos de uso:
- Banda Larga Móvel Avançada: focada em altas velocidades de download e upload, para as novas necessidades do usuário convencional;
- Controle de Missão Crítica: focada em prover conexão com baixíssima latência e altíssima confiabilidade, voltada para aplicações sensíveis a atrasos e erros como carros autônomos, cirurgias remotas, controle remoto de maquinário industrial; e
- Internet das Coisas Massiva: focada em atender grande quantidade de dispositivos IoT, com alta cobertura e baixo consumo de bateria, levando a Internet das Coisas a um novo patamar de atendimento.
Todos os celulares poderão ter acesso ao 5G?
Atualmente, existem no Brasil 67 modelos de celulares capazes de operar com o 5G certificados e homologados pela Anatel. Até o fim de 2021, eram 47.
As líderes em termos de variedade do portfólio são a Samsung (com 25 modelos), seguida de Motorola (14), Apple (9) e Xiaomi (6) — outros 13 aparelhos são de outras marcas. Os preços dos celulares partem de aproximadamente R$ 1,5 mil.
Apesar da chegada do 5G, a Anatel reforça que as outras frequências 2G, 3G e 4G seguem funcionando. “O 5G agregará novas faixas de frequência à telefonia celular, sem contudo alterar as faixas já disponibilizadas para o uso do serviço”, diz a agência.
Qual a velocidade do 5G?
A latência mínima do 5G “puro”, que será ativado a partir desta quarta na rede, é de 3,5 Ghz.
O que as empresas fizeram até aqui foi criar uma nova rede aproveitando um pedaço da faixa de 2,3 Ghz na qual já circulam os sinais do 4G.
Esse modelo representou um avanço na conexão, mas permaneceu abaixo da velocidade alta de navegação e da latência mínima arrematada no leilão realizado pela Anatel em novembro.
Claro, TIM e Vivo já ofereciam uma modalidade de conexão ofertada como 5G, mas que chegou a ser alvo de contestação pelo próprio governo federal porque não entrega todos os benefícios esperados da nova tecnologia.
Após o leilão, a Anatel criou um grupo para garantir a limpeza da faixa contra interferências, o que consiste na migração do sinal de TV por antenas parabólicas da atual frequência, na banda C, para uma nova frequência, na banda KU.
Na prática, equipes de campo estão instalando filtros nos equipamentos para fazer esse “desvio” no sinal.
Em seu site, a Anatel especifica os requisitos da rede 5G, conforme recomendação da União Internacional de Telecomunicações (UIT). Veja alguns deles:
- Velocidade máxima de 20 Gbit/s (Estação Rádio Base – ERB), em aplicações eMBB;
- Velocidade típica do usuário 100 Mbit/s, em aplicações eMBB;
- Mobilidade de até 500 km/h;
- Latência de 1 ms, em aplicações URLLC;
- Conexão de 1 milhão de dispositivos por km2, em aplicações mMTC;
Principais diferenças entre 5G e 4G?
O 5G é a quinta geração de redes móveis e de internet, cuja velocidade chega a ser centenas de vezes superior à atual quarta geração.
Outra grande diferença está na diversidade de uso que a rede deve suportar, quando comparada às atuais, desenvolvidas essencialmente para disponibilizar banda larga móvel. O 5G permitirá a conexão de pessoas e objetos.
As principais melhorias técnicas em relação ao 4G abrangem três patamares, segundo a Anatel:
- Maior velocidade: em teoria, a rede 4G é capaz de atingir a velocidade de um gigabit por segundo (1 Gbps). No dia a dia, porém, não chegamos perto disso em nossos celulares. Com o 5G, a expectativa é atingir velocidade máxima, na ERB, vinte vezes maior em relação ao 4G, chegando a 20 Gbps.
- Menor latência: a meta é atingir uma latência – tempo necessário entre o estímulo e a resposta real da rede – de apenas 1 milissegundo com o 5G. A rede com tecnologia 4G apresenta, em média, latência de 50 milissegundos.
- Maior eficiência energética: a rede 5G terá nível de eficiência energética 90% mais alto que a 4G, o que viabilizará a internet das coisas, já que baterias de diversos tipos de dispositivos muitas vezes não podem ser substituídas ou recarregadas com frequência.
O que muda com o 5G?
A integração de diversos componentes com diferentes tecnologias levará as redes 5G na direção de comunicações bem mais confiáveis e com ultraconectividade.
O 5G também é aguardado como grande propulsor nas indústrias automobilística, agropecuária, de saúde e bem estar, manufatureira e logística no sentido da elevada digitalização, o que pode viabilizar os conceitos de indústria 4.0 e agro 4.0, aponta a Anatel.
Ainda, com sua implantação, a expectativa é que sejam abertas inúmeras possibilidades em áreas como inteligência artificial, processamento de dados, realidade aumentada, logística, entre outras.
Para se ter uma ideia do impacto da nova geração, a demanda por soluções 5G para as mais diversas áreas da economia tem o potencial de gerar R$ 101 bilhões pela próxima década para empresas e startups brasileiras ou companhias instaladas no Brasil, mostra uma estudo do Ministério da Economia.
O estudo também calcula que o benefício potencial da implantação do 5G para a economia brasileira, que pode chegar a R$ 590 bilhões pela próxima década. A conta leva em consideração aumentos de produtividade e redução de custos da chamada Indústria 4.0.
Do lado do suporte tributário, por exemplo, o relatório recomenda a criação de zonas econômicas especiais com foco na tecnologia 5G, a renúncia fiscal para compra de equipamentos para emulação de redes 5G e a oferta de benefícios fiscais para que multinacionais implantem operações estratégicas no país, transmitindo tecnologia.
Entre os principais problemas destacados no relatório, estão a baixa disponibilidade de recursos para fomentar o ecossistema nacional em torno de 5G, a falta de mão de obra qualificada (programadores e desenvolvedores) e insuficiência de ambientes que emulem o 5G e permitam a testagem de soluções.
Quais operadoras pretendem lançar o 5G no Brasil?
Claro, Tim e Vivo fizeram as aquisições da faixa de 3,5 GHZ e as três atingiram o limite de aquisição da faixa, que é de 100 MHz. Na prática, as empresas que atuam nesta frequência têm a mão a possibilidade de levar internet mais rápida ao consumidor final.
Brisanet, Consórcio 5G Sul (formado pelos provedores Unifique e Copel Telecom) e Winity II, empresas com atuação mais regional, também fizeram aquisições no leilão.
Com a liberação de sinal 5G formalizada, a expectativa é que as operadoras acionem imediatamente as suas redes para oferecer 5G aos consumidores.
Em quais regiões o 5G está disponível?
O 5G estreou em Brasília no dia 6 de julho, e a capital se tornou a primeira a receber a nova geração. A cidade saiu na frente porque havia por lá menos antenas a serem adaptadas em comparação com as demais capitais.
A ativação do 5G nas capitais estava originalmente prevista para acontecer até 31 de julho, mas o Gaispi pediu a prorrogação por mais 60 dias — conforme previsto no edital de leilão das faixas — por causa da lentidão da chegada dos filtros importados da China. O fluxo de aquisição dos equipamentos está sendo normalizado e não estão previstos novos atrasos.
Confira o calendário da Anatel para os próximos anos:
- Até setembro: atender as capitais dos estados (no mínimo 1 antena para cada 100 mil habitantes);
- Até 31/07/2023: ampliar a quantidade de antenas nas capitais dos estados e no Distrito Federal (no mínimo 1 antena para cada 50 mil habitantes);
- Até 31/07/2024: ampliar a quantidade de antenas nas capitais dos estados e no Distrito Federal (no mínimo 1 antena para cada 30 mil habitantes);
- Até 31/07/2025: ampliar a quantidade de antenas nas capitais dos estados e no Distrito Federal e atender os municípios com população igual ou superior a 500 mil habitantes (no mínimo 1 antena para cada 10 mil habitantes).
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