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A expansão orgânica do Assaí (ASAI3) deve fazer o grupo fechar 2022 com faturamento acima de R$ 60 bilhões, segundo a CFO da companhia, Daniela Sabbag. Isso sem contar a conversão de lojas Extra para Assaí, negócio fechado em outubro de 2021 com o Grupo Pão de Açúcar.
“A gente vai converter 20 lojas do Extra no terceiro trimestre, mais 20 até dezembro e de 20 a 30 em 2023”, disse a executiva. O acordo com o Pão de Açúcar prevê a conversão de até 71 unidades Extra em Assaí — 61 já confirmadas. “Essas lojas estão nas principais capitais, nos principais centros, são lojas que têm localização privilegiada. A gente pretende triplicar o faturamento delas”, afirmou.
Ela participou do Por Dentro dos Resultados, projeto no qual o InfoMoney entrevista CEOs e diretores de importantes companhias de capital aberto, no Brasil ou no exterior. Os executivos falam sobre o balanço do segundo trimestre de 2022 e sobre perspectivas. Para acompanhar todas as entrevistas da série, se inscreva no canal do InfoMoney no YouTube.
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Mas o grupo não passou ileso ao aumento da Selic. “A gente tem um contexto em que a taxa de juros aumentou quatro vezes ano contra ano”, disse Daniela ao mostrar que o resultado financeiro do Assaí no primeiro semestre de 2022 ficou negativo em R$ 630 milhões, contra um valor negativo de R$ 145 milhões um ano antes. No segundo trimestre, a cifra negativa foi de R$ 328 milhões, contra R$ 145 milhões negativos entre abril e junho de 2021.
“Do crescimento ano contra ano, 80% dele a gente atribui à taxa de juros. Tem 20% desse aumento que é advindo do maior endividamento da companhia, o que é superplanejado para fazer frente a esse projeto que é o mais importante da companhia, que é a conversão dos 70 hipermercados que nós adquirimos [Extra] no final de 2021”, afirmou. Segundo Daniela, é esperada uma redução do endividamento em 2023.
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A executiva falou ainda sobre a ajuda do aumento do Auxílio Brasil para R$ 600 ao balanço do grupo. “Ainda é bem recente, mas sim de fato quando houve um maior pagamento isso de alguma forma fez com que a gente vivesse um momento de vendas melhores do que a gente tinha no nosso orçamento, então possivelmente [foi por causa do Auxílio Brasil]. A gente brinca que o dinheiro não é carimbado, então não tem como a gente saber exatamente de onde ele está vindo, mas tem uma expectativa”, disse.
“A gente imagina que isso [o Auxílio Brasil em R$ 600] vá trazer uma contribuição interessante. Até porque quando a gente lê sobre o tema, vê pesquisas e entrevistas, todo mundo acaba destinando uma parcela importante [do benefício] à alimentação. Então, a gente tem essa expectativa, como foi no passado [com o Auxílio Emergencial na pandemia de Covid], que impulsionou também as nossas vendas, a gente espera que isso também traga uma contribuição bastante positiva para o nosso resultado”, completou.
Gabrielle Helú, diretora de relações com investidores do Assaí, falou sobre a expansão digital do grupo. “A gente tem há cerca de nove meses parcerias com aplicativos de entregas e que já dão resultados animadores. Hoje as lojas que a gente opera estão mais nas periferias e atendem um público que talvez não esteja disposto a pagar por esse serviço adicional. Nas lojas que a gente identifica que estão mais próximas de consumidores que pagam por essa conveniência a gente tem visto uma penetração maior”, disse.
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Segundo Helú, as vendas via parceiros de delivery não chegam a 1% das vendas do grupo, mas “existe um potencial muito grande com as conversões do Extra”. “A gente tem aí um outro estrato social que está disposto a pagar porque no final do dia a logística no Brasil e a logística de alimentos é cara”, afirmou.
A executiva disse ainda que é importante a digitalização do negócio para ganhar eficiência. O app próprio do Assaí deve ser focado em identificar o perfil de consumo dos clientes e oferecer produtos direcionados e ofertas personalizadas. A plataforma ainda está em testes.
Daniela e Gabrielle comentaram ainda sobre concorrência regionalizada, sobre remuneração ao acionista, sobre possibilidade de novos movimentos de M&A (fusões e aquisições), sobre políticas ESG (meio ambiente, sustentabilidade e governança) e sobre facilitação de pagamentos em regiões onde a renda do consumidor está mais impactada, além da renegociação com fornecedores. Assista à live completa acima, ou clique aqui.
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