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SÃO PAULO – A Petrobras (PETR4) passa pela maior crise de sua história. Envolta em escândalos com os desdobramentos da Operação Lava Jato da Polícia Federal e altamente endividada, as ações da companhia têm sofrido muito na bolsa nos últimos meses. Mesmo assim, três corretoras ainda recomendam o papel para fevereiro: Coinvalores, Elite e Souza Barros.
Mas o que levou esses analistas a apostar em um papel tão desacreditado pelo mercado no momento atual? Bruno Piagentini, analista da Coinvalores destaca que a Petrobras já está no portfólio há muitos meses e seu peso foi reduzido gradualmente, passando de 10% até os 5% atuais.
“Olhando para o peso dos dois papéis da Petrobras no Ibovespa, chegamos a um percentual de 7,56% e ela ocupa menos peso na nossa carteira. Logo, quem usa o índice como benchmark, tem uma menor exposição à Petrobras em nosso portfólio”, explica o analista. A justificativa para a manutenção do papel na carteira é por conta da sua liquidez.
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Clodoir Vieira, analista da Souza Barros, explica que a inclusão das ações na carteira se deu pela expectativa de um novo nome na presidência. “Mas eu esperava outro nome para a companhia”, aponta Vieira. No dia 6 de fevereiro o então presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, foi anunciado como presidente da petroleira. Mesmo assim, o analista espera que o papel feche o mês em alta, com uma recuperação de seu preço no curtíssimo prazo. Clodoir destaca ainda que os papéis da Petrobras estão baratos e esse é um dos motivos pelos quais a corretora recomenda compra para a ação.
Grandes instituições mostram cautela
Apesar da recomendação de algumas corretoras, a maior parte do mercado segue cautelosa em relação à estatal. No início deste mês, o Credit Suisse divulgou relatório em que manteve sua recomendação neutra para os ADR (American Depositary Receipts) da Petrobras.
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Os analistas destacam que 2016 será um ano mais complicado do que 2015 para a empresa. A Petrobras começará com ano com US$ 8 bilhões em caixa, o mínimo necessário para tocar o negócio e as operações e geração de caixa não vão melhorar materialmente no ano que vem independentemente da direção.
Além disso, a equipe ainda destaca que o pagamento de dívida da companhia ficará maior em 2016, com uma amortização necessária de US$ 12 bilhões, contra US$ 7 bilhões nesse ano. E ainda há um buraco de fluxo de caixa de US$ 20 bilhões que precisa ser coberto com significativos cortes nos investimentos, desinvestimentos ou a adição de mais capital, seja por meio de empréstimos ou emissão de ações.