Publicidade
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso suspendeu neste domingo (4), de forma liminar, a lei que estabeleceu um piso salarial para enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem. A lei, que foi aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente Bolsonaro, entraria em vigor hoje (5). A suspensão permanecerá em vigor até que entidades federais e de saúde analisem dados do setor e enviem suas conclusões ao STF, nos próximos 60 dias.
A decisão do STF é positiva para empresas do setor de saúde, porque “aumenta as chances de uma revisão regulatória”, comenta Credit Suisse.
Para Itaú BBA, a suspensão era esperada pela maioria dos players, que se manifestaram em interações recentes com o mercado sobre a alta probabilidade da decisão. No entanto, o banco destaca que ainda há muita incerteza quanto ao resultado final, pois a aprovação de uma emenda constitucional (PEC 122/15) respalda judicialmente o salário mínimo.
Continua depois da publicidade
“Se a suspensão for mantida, é provável que beneficie as empresas de saúde, porque os salários não precisariam mais ser reajustados. Além disso, a suspensão e o consequente adiamento de uma decisão final dão às empresas mais tempo para tomar medidas para minimizar os impactos de aumentos salariais (por exemplo, reajustes de preços).”
Segundo analistas do BBA, a operadora de planos de saúde Hapvida (HAPV3) seria a maior beneficiária da da suspensão do piso para enfermeiros, pois seria a maior impactada pela medida.
No geral, o JPMorgan também vê a notícia como positiva para o setor, uma vez que os impactos financeiros podem ser materiais se a lei entrar em vigor, acreditando que é improvável que seja implementado.
Continua depois da publicidade
Enquanto isso, o Supremo Tribunal também deve julgar a constitucionalidade da lei nas próximas semanas, o que poderia anulá-la. Ainda, caso o Supremo Tribunal prossiga com a lei, analistas do JP acreditam que o Rede D’or (RDOR3) deva sofrer menos devido a sua maior exposição a mercados mais ricos, principalmente na região Sudeste.
Nesse sentido, o STF solicitou que fossem apresentados mais estudos sobre o impacto da lei pelos legisladores abordando: 1) a solvência e situação financeira dos Estados e Municípios para implementar a lei, 2) a riscos de grandes demissões no setor, principalmente entre enfermeiros, dados os custos operacionais mais altos, e 3) os riscos à qualidade dos serviços de saúde prestados em meio ao possível fechamento de leitos hospitalares e à redução funcionários.
O banco salienta que os “impactos do salário mínimo não são homogêneos pelas diferentes regiões, tendo maiores impactos financeiros nas regiões mais pobres do país que tipicamente são mal assistidas”.
Continua depois da publicidade
As entidades do setor que solicitaram a suspensão da lei já apresentaram estudos e pesquisas com hospitais para enfatizar esses riscos, oferecendo detalhes numéricos para apoiar o argumento de que a lei provavelmente
ter um impacto negativo real nos empregos de enfermagem. Assim, JPMorgan acredita que os novos dossiês dos parlamentares a serem apresentados nos próximos 60 dias dificilmente trarão visões diferentes. Dessa forma, o banco enxerga como baixas as chances do salário mínimo do enfermeiro avançar, acreditando que o Supremo Tribunal o anule.
Procurando uma boa oportunidade de compra? Estrategista da XP revela 6 ações baratas para comprar hoje.