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SÃO PAULO – Medo de perder dinheiro é comum entre todos que investem, principalmente aqueles com perfil conservador. Devido a este receio, muitos optam por investir na poupança, que oferece uma remuneração baixa. O que muitas pessoas desconhecem é que existem aplicações mais seguras do que a caderneta e que têm uma rentabilidade bem mais interessante – ainda mais agora que a taxa de juro está na casa dos dois dígitos.
Do ponto de vista do risco de crédito (calote do emissor), os títulos públicos são a aplicação mais segura que existe. Isso porque o risco do país deixar de honrar suas dívidas é baixíssimo – menor do que qualquer instituição bancária. Além disso, no limite, o governo pode simplesmente imprimir mais dinheiro para pagar suas dívidas. “Os títulos do Tesouro Direto [programa do governo federal que comercializa títulos públicos pela internet] são bem seguros em relação ao risco de crédito, uma vez que são garantidos pelo governo federal”, afirma o educador financeiro André Massaro.
Além do risco de calote, existe outro risco que “assombra” muitos investidores: o risco de mercado, ou seja, do preço do título ter variação negativa e quem aplicou perder dinheiro. É importante lembrar que os títulos públicos prefixados (LTN) e os pós-fixados atrelados à inflação (NTN-B e NTN-B Principal) também têm volatilidade (variação do preço do título no mercado secundário), mas isso só afeta aqueles que pretendem vender antes do vencimento. Para quem vai manter até o final, não existe risco de perdas – o investidor sempre resgata o valor que foi acordado no momento da compra do título público.
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Portanto, os investidores mais conservadores e que não suportam a ideia de perder parte do capital investido sempre devem atrelar o prazo da aplicação com seu objetivo e evitar vender o título antes do vencimento.
Já os títulos públicos pós-fixados indexados à Selic (LFT) não possuem grande volatilidade, portanto, o risco de mercado é praticamente inexistente. Por isso esses títulos são indicados como colchão de liquidez para aqueles que podem precisar do dinheiro a qualquer momento.
“Quem comprar uma LTN ou uma NTN-B corre o risco de mercado. Já com a LFT, não há esse problema, uma vez que ela segue a taxa Selic e, com isso, a oscilação de mercado se torna irrelevante”, afirma Massaro.
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O CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF Fernando Dimas Lucarini, também ressalta a baixa volatilidade da LFT, o que faz com que ela seja o título mais seguro. Outra sugestão do planejador é o investimento nos fundos DI, que investem justamente nas LFT, mas, nesse caso, é importante observar bem as taxas de administração dos fundos.
Segundo a maioria dos especialistas, o ideal é procurar por fundos com taxas menores do que 1% ao mês.
A educadora financeira Eliana Bussinger explica também que, independentemente do investimento que se pretende fazer, é importante saber muito bem os objetivos que se pretende alcançar com o dinheiro. Além disso, ela afirma que o investidor deve sempre identificar e respeitar o seu perfil, para evitar dores de cabeça no futuro.