Publicidade
Pergunta:
Tenho 31 anos, sou casado e sem filhos. Atualmente meu portfólio é composto por:
R$ 125 mil em NTN-B com vencimento 2020
Continua depois da publicidade
R$ 40 mil em LTN com vencimento em 2016
R$ 70 mil emprestados com juros de 1,8% a.m que será recebido em 36x
R$ 70 mil em CDB do meu banco com 98% do CDI
Continua depois da publicidade
Tenho disponibilidade para investir mensalmente cerca de R$ 10.000. Quais são as melhores opções neste momento tendo em vista um horizonte de investimento de médio e longo prazo? Faria alguma mudança no portfólio atual?
Leitor: Tiago
Licelys Marques, CFP, planejadora financeira certificada pelo IBCPF:
Continua depois da publicidade
Atualmente o investidor possui uma carteira de investimentos 100% em Renda Fixa com a seguinte composição:
• 41% em ativos indexados a inflação que são as NTN-B (Nota do Tesouro Nacional série B)
• 46% em ativos pré-fixados que são as LTN (Letra do Tesouro Nacional) e o empréstimo realizado
Continua depois da publicidade
• 23% em ativos pós-fixados atrelados à variação do CDI que é o CDB (Certificado de Depósito Bancário)
Não podemos afirmar que o investidor em questão possui um perfil conservador, pois ele destinou 23% da sua carteira para um empréstimo a uma taxa pré-fixada de 1,8% a.m. Esta taxa é muito superior a qualquer operação financeira de Renda Fixa e o investidor tem que estar ciente que alto retorno corresponde a alto risco. É importante entender e aceitar esse risco antes de fechar esse tipo de operação, pois o investidor pode ser surpreendido com mudança da taxa previamente acordada, alongamento da dívida ou até mesmo inadimplência.
As NTN-B são títulos de renda fixa que pagam IPCA (inflação) acrescida de uma taxa fixa anual. O grande benefício desse tipo de operação é que o investidor será remunerado com uma taxa de juros reais e não correrá o risco do seu investimento ter uma rentabilidade inferior a inflação. Já as LTN são títulos pré-fixados e sua taxa é definida no momento da compra.
Continua depois da publicidade
As NTN-B e as LTN possuem marcação a mercado e podem sofrer deságio caso os juros futuros subam ou podem ter ágio caso os juros futuros caiam. Se o investidor resolver vender esses títulos antes do vencimento em um ciclo de juros futuros subindo, pode ter deságio no valor do título e sair perdendo nessa operação. Caso o investidor permaneça com os títulos até a sua data de vencimento, receberá o valor correspondente à rentabilidade contratada no momento da compra, independente das variações de preço do título ao longo da aplicação. Por essa razão recomendamos alocar a parte do seu patrimônio que pode ficar alocado a longo prazo e de preferência segurar a operação até o seu vencimento.
Estamos em um ciclo de alta nos juros futuros e a venda antes do vencimento das NTN-B e das LTN acarretaria em um deságio (perda) na carteira atual de investimento. Recomendo assim que o investidor segure essa posição até o vencimento.
O CDB também é uma alternativa interessante para a parte do patrimônio que deixamos para resgate imediato e temos que ter sempre um produto na carteira com essas características, pois é recomendado deixarmos uma reserva para casos de emergência.
Pensando nos aportes mensais, a recomendação é fazer uma carteira de investimentos mais diversificada incluído títulos mais líquidos que possibilitem o investidor a resgatar algumas aplicações sem risco de deságio caso precise utilizar parte de sua reserva para outro fim. Sugiro trabalhar com ativos pós-fixados devido ao cenário de alta de taxas de juros e principalmente devido ao fato de você já estar com 87% do seu capital em produtos com taxas previamente acordadas.
Abaixo algumas opções:
• LCI (Letra Crédito Imobiliária) e LCA (Letra Crédito Agronegócio) atreladas à variação do CDI. A grande vantagem desse produto é a isenção de imposto para pessoa física e são garantidas pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito) até o limite de R$ 250 mil por CPF e por emissor. A desvantagem é que a aplicação não pode ser resgatada antes do vencimento e normalmente essas operações variam de seis meses a dois anos.
• Fundos Multimercados que buscam proporcionar oportunidades de ganho no médio e longo prazo superiores à taxa básica de juros (CDI), independente da tendência de alta ou de baixa dos mercados, podendo investir nos mercados de juros pré e pós-fixados, índices de preços, câmbio, dívida externa, ações e seus derivativos. Nesse caso atentar sempre para a volatilidade do fundo e o risco da operação, pois existem muitas opções no mercado. Recomendo fortemente que procure um profissional certificado para auxiliar na escolha desses fundos.
Licelys Marques é planejadora financeira pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF).
As respostas refletem as opiniões do autor. O IBCPF e o Infomoney não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Perguntas devem ser encaminhadas para onde_investir@infomoney.com.br
Prezado Hildebrand,
Pouco a pouco é possível ver mudanças significativas no perfil de investimento dos brasileiros. Percebemos, por exemplo, o crescimento do numero de jovens que estão disponibilizando parte de sua renda para se planejar financeiramente para a sua aposentadoria. É um movimento que tende a crescer cada vez mais ao longo dos próximos anos, especialmente com a educação financeira em curso em nossa sociedade.
Sua iniciativa é digna de receber elogios e servir de exemplo a outros tantos…
Como seu planejamento para esse investimento tem um horizonte de 15 anos algumas observações importantes devem ser feitas. Em uma simulação com um investimento inicial de R$ 10.000 e aplicações regulares de R$ 500, com uma rentabilidade anual de 10%, atingiremos após 15 anos um capital de R$ 242.583, sem considerar a inflação no período. Com esse capital investido é possível viver com uma renda de aproximadamente R$ 2 mil/mês, complementando a sua aposentadoria. No entanto, a pergunta magica é como atingir essa rentabilidade para um baixo risco no investimento.
Com as informações presentes não é possível identificar qual o seu perfil de investidor, onde seria possível identificar o quanto de risco você esta propenso a aceitar em sua carteira de investimentos (para saber o seu perfil de investidor é aconselhável buscar sua instituição financeira e responder ao questionário “Suitability”). No entanto, podemos considerar que você segue o padrão brasileiro de conservadorismo em seus investimentos, bastante carregado de “renda fixa” , mas propenso a conhecer novos produtos para pequenos investimentos.
Sugiro, para você superar a rentabilidade apresentada na simulação, que divida seu patrimônio em 2 partes.
A primeira parte é separar R$ 5 mil inicial e 80% de suas aplicações regulares para um fundo de renda fixa com credito privado que supere consistentemente 100% do CDI. Muitos fundos conseguem superar esse benchmark, e possuem aplicações inicias bastante acessíveis. Prefira esse investimento as NTN-Bs e a sua aplicação em imóveis.
Para os outros R$ 5 mil iniciais, e 20 % de suas aplicações mensais (R$100,00), podemos ser um pouco mais arrojados, buscando atingir uma rentabilidade superior do que a renda fixa. Como sua disponibilidade atual é pequena para ser investida diretamente em ações (coma na sua atual carteira de ações de Vale e Itau), uma excelente alternativa são os fundos de ações.
Os fundos de ações são, para a grande maioria dos investidores, a melhor alternativa para seus investimentos em renda variável. Apresentam vantagens como liquidez, diversificação e uma gestão profissionalizadas dos seus investimentos. Com ele você estará bem atendido para atingir sua meta de longo prazo na aposentadoria. Procure gestoras com comprovada competência em sua equipe de analise, e fundos de ações que sejam considerados “Ibovespa ativo”, com a intenção de superar o bechmark. Prefira esses as ações propriamente ditas.
E lembre-se: o resultado do seu sucesso financeiro também depende de você!
*Fabiano Pessanha, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF