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Pergunta:
Tenho R$ 250.000 aplicados no tesouro direto divididos entre LTN (vencimento 2017) e em NTN-B (vencimento 2019). Tenho visto muitas opiniões de que as LFT (atreladas à SELIC) são o melhor investimento atual do Tesouro Direto por conta dos constantes reajustes de nossa taxa básica de juros. No entanto, se eu carregar o investimento até o fim, e vendo os juros pagos pela LTN de 2017 (12,96%) não seria melhor investir nesta modalidade enquanto a Selic estiver abaixo deste valor?
Leitor: Breno
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Resposta de Rogério Thomé, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF:
O investimento em renda fixa tem características que podem dar a ele, em alguns momentos, uma volatilidade maior do que a vista no mercado acionário. Infelizmente nem todos os investidores sabem disso, o que pode causar perdas facilmente evitáveis.
O mercado trabalha não só com a taxa de juros vigente, mas com a expectativa da taxa de juros futura. Por conta disso, havendo uma expectativa de alta para a taxa de juros, ainda que a taxa vigente esteja abaixo daquela contratada, no caso, 12,96% ao ano, o investidor poderá ver sua rentabilidade diminuir (ou ficar negativa) se a taxa de juros futura subir além dos 13% – 14%.
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Isso ocorre porque o título que o investidor comprou para ganhar 12%, estaria, com uma expectativa de alta da taxa, sendo oferecido com taxa de 13% – 14%. A única forma de se oferecer o mesmo título com uma taxa maior é diminuindo o preço do mesmo. Quem comprou o título com taxa de 12%, teria então uma momentânea desvalorização do seu investimento. Escrevo “momentânea” porque, se o investidor aguardar até o vencimento, receberá exatamente a rentabilidade contratada, no caso, 12,96%.
Se estando a Selic em 10,5% o Bruno conseguiu comprar uma LTN com taxa de 12,96% e vencimento em 2017, o que ocorreria com esse mesmo título se a Selic subisse para 12%? Seria vendido a um preço inferior ao pago pelo Bruno para se poder oferecer uma taxa de 14%, por exemplo.
O inverso também é válido, ou seja, se há uma expectativa de queda da taxa de juros futura, o investidor verá sua aplicação ter rentabilidade superior à esperada, em determinado momento.
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Vale ressaltar que, quanto mais longo o prazo e mais distante do vencimento, maior pode ser o ganho ou perda sobre o recurso aplicado se o investidor vender sua posição.
Para quem não quer oscilações em suas aplicações de renda fixa ou pode precisar dos recursos a qualquer momento, a LFT é uma possibilidade interessante pois acompanha a taxa Selic.
Nos últimos dias a taxa de juros futura caiu. A LTN do leitor Bruno está sendo negociada hoje, dia 21/02/2014, à 12,32%, o que deve colocar um sorriso no rosto do nosso leitor.
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Rogério Thomé é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF).
As respostas refletem as opiniões do autor. O IBCPF e o Infomoney não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Perguntas devem ser encaminhadas para onde_investir@infomoney.com.br
Prezado Hildebrand,
Pouco a pouco é possível ver mudanças significativas no perfil de investimento dos brasileiros. Percebemos, por exemplo, o crescimento do numero de jovens que estão disponibilizando parte de sua renda para se planejar financeiramente para a sua aposentadoria. É um movimento que tende a crescer cada vez mais ao longo dos próximos anos, especialmente com a educação financeira em curso em nossa sociedade.
Sua iniciativa é digna de receber elogios e servir de exemplo a outros tantos…
Como seu planejamento para esse investimento tem um horizonte de 15 anos algumas observações importantes devem ser feitas. Em uma simulação com um investimento inicial de R$ 10.000 e aplicações regulares de R$ 500, com uma rentabilidade anual de 10%, atingiremos após 15 anos um capital de R$ 242.583, sem considerar a inflação no período. Com esse capital investido é possível viver com uma renda de aproximadamente R$ 2 mil/mês, complementando a sua aposentadoria. No entanto, a pergunta magica é como atingir essa rentabilidade para um baixo risco no investimento.
Com as informações presentes não é possível identificar qual o seu perfil de investidor, onde seria possível identificar o quanto de risco você esta propenso a aceitar em sua carteira de investimentos (para saber o seu perfil de investidor é aconselhável buscar sua instituição financeira e responder ao questionário “Suitability”). No entanto, podemos considerar que você segue o padrão brasileiro de conservadorismo em seus investimentos, bastante carregado de “renda fixa” , mas propenso a conhecer novos produtos para pequenos investimentos.
Sugiro, para você superar a rentabilidade apresentada na simulação, que divida seu patrimônio em 2 partes.
A primeira parte é separar R$ 5 mil inicial e 80% de suas aplicações regulares para um fundo de renda fixa com credito privado que supere consistentemente 100% do CDI. Muitos fundos conseguem superar esse benchmark, e possuem aplicações inicias bastante acessíveis. Prefira esse investimento as NTN-Bs e a sua aplicação em imóveis.
Para os outros R$ 5 mil iniciais, e 20 % de suas aplicações mensais (R$100,00), podemos ser um pouco mais arrojados, buscando atingir uma rentabilidade superior do que a renda fixa. Como sua disponibilidade atual é pequena para ser investida diretamente em ações (coma na sua atual carteira de ações de Vale e Itau), uma excelente alternativa são os fundos de ações.
Os fundos de ações são, para a grande maioria dos investidores, a melhor alternativa para seus investimentos em renda variável. Apresentam vantagens como liquidez, diversificação e uma gestão profissionalizadas dos seus investimentos. Com ele você estará bem atendido para atingir sua meta de longo prazo na aposentadoria. Procure gestoras com comprovada competência em sua equipe de analise, e fundos de ações que sejam considerados “Ibovespa ativo”, com a intenção de superar o bechmark. Prefira esses as ações propriamente ditas.
E lembre-se: o resultado do seu sucesso financeiro também depende de você!
*Fabiano Pessanha, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF